O resto do caminho foi em total silêncio e eu agradecia mentalmente por isso. Acho que nunca senti tanta vergonha na minha vida. Nós realmente tinhamo-nos beijado... Eu nem sequer estava pronta para isso acontecer e sinceramente, de todas as maneiras que pensei que isto pudesse vir a acontecer, esta não era uma delas. Mas também não é que tenha pensado muitas vezes.... Não se iludam por favor.
Finalmente chegamos a casa e ele estacionou o carro. Ficamos lá sentados um pouco.
- Eles realmente vão matar-nos. - disse o Berlim, quebrando o silêncio da viagem.
- Agora que a merda está feita não dá para voltar atrás.
- Tens razão.
Ele saiu do carro e foi seguido por mim. Fomos até a porta e abrimo-la, sendo surpreendidos por todos eles sentados na sala em silêncio. Olhamos um para o outro sem saber bem o que fazer ou dizer, acho que isto também foi algo que nenhum de nós estava á espera.
O Professor estendeu a sua mão e o Berlim rapidamente aproximou-se dele para lhe entregar a chave do carro. Entretanto, eu aproximei-me também deles, observando todos ali sentados. Nenhum deles tinha uma expressão triste ou zangada, mas também nenhum estava visivelmente feliz.
- Foram vistos? - perguntou o Professor.
- Sim. - respondi.
- Não. - respondeu o Berlim exatamente ao mesmo tempo que eu.
O Professor e a Leonor entreolharam-se depois das nossas respostas contraditórias.
- Sim ou não? - perguntou a Leonor.
- Sim algumas pessoas viram-nos, mas nós saímos de lá antes de nos poderem identificar. - adientei-me. Era melhor assim do que estar a contar a verdade. Bom... Contar toda a verdade.
Logo o Professor mandou-nos sentar com os outros, por isso, assumi ali que os tais papéis das missões que o Berlim tinha escrito realmente tinham funcionado.
- Nós temos de falar convosco. - disse o Professor.
- Já devíamos ter falado... Mas apenas chegamos a um consenso agora. - começou a Leonor.
- Achamos que agora é a altura para vos contar a verdade.
Todos olhavamos uns para os outros sem entender. E realmente todos sem exceção. Sim, o Berlim também estava confuso.
- E a verdade é que... Nós vamos desistir de seguir o plano. - disse o Professor.
Não houve uma única pessoa que não estivesse sentada que não arregala-se os olhos depois daquela afirmação.
- Então vocês estão a dizer, que até agora nós tivemos de seguir o vosso plano o melhor que podíamos PARA VOCÊS SÓ O DEIXAREM DE LADO???? - perguntou a Catarina, obviamente zangada.
- Nós não temos culpa da maneira como vocês "melhor" seguiram o plano foi. - disse o Professor.
- Nós vamos continuar a ser prudentes, mas agora o principal objetivo é sairmos daqui. Vivos e livres se possível.
- Então e todas as coisas que nos prometeram? - perguntou o António.
- Ainda iremos cumprir isso, ou tentar pelo menos. - disse a Leonor.
Isso seria menos mau. E eu pessoalmente estava mais descansada, depois de tudo o que o Berlim me tinha mostrado sobre o que eles tinham achado sobre a minha mãe e a da Catarina, seria difícil nós sermos das pessoas que eles "iriam tentar".
- Então... O que vamos fazer agora? - perguntou a Reh.
- Hoje á noite vamos em missão. Quer dizer... Alguns vão em missão. - disse a Leonor.
Eu suspirei. Sabia que com todo o risco que estavamos a correr que eles nunca iam deixar que eu fosse em mais nenhuma missão por já ter sido apanhada. E sinceramente, isso era entediante. Se fosse para ser usada por eles, que fosse com alguma ação.
E pelos vistos não fui a única a achar isso, porque todos estavam com os olhos a brilhar enquanto esperavam que a Leonor finalmente nós passasse a informação mais importante: quem iria na missão.
- Nós pensamos muito sobre isto, enquanto alguns foram fazer outras coisas... - começou o Professor.
Eu e o Berlim fingimos que aquilo não era nada connosco, mas não adiantou muito, a Reh já estava a sorrir para mim para me provocar. Olhei para ela de cima a baixo e ela fingiu ficar chocada.
- Em missão vamos eu, a Sofia, a Reh, a Catarina e a Sara. - disse a Leonor.
- Quem? - perguntei confusa.
Eu não esperava ir em missão. Não por enquanto. E muito menos depois de saber que aquela decisão também tinha sido tomada pelo Professor.
- Só as meninas. - disse o Finn.
- Isto vai ser bom. - disse a Reh.
- Onde vamos? O que vamos fazer? - perguntou a Sara.
- Bom, primeiro deixem-me dizer-vos que vocês só vão porque a Leonor pediu. - começou o Professor. - vão ter de levar tudo muito asserio. Até porque não vão todas juntas.
- Expliquem-se de uma vez por todas. - disse a Reh.
- Vamos todas para uma festa, mas antes que se comecem a empolgar, não vamos festejar. Pelos vistos celebrar os 25 anos no departamento com os colegas mais próximos não foi o suficiente. Ele vai fazer uma festa com mais pessoas, na sua casa. - disse a Leonor.
- Então tu queres que nós vamos a uma festa, na casa de um polícia.... Ah ok estou a entender. - disse a Reh.
- Duas de nós vão como convidadas, outras duas vão infiltradas pela zona do staff e a que sobra fica de fora a vigiar.
- Zona de staff? Mas há assim tanta importância na festa para isso existir? - perguntou o Miguel.
- Sim. Vai bastante gente, precisamos de ter cuidado. - disse o Professor.
- Eu e a Catarina vamos pelo staff. A Reh e a Sofia vão como convidadas. A Sara vai ficar a vigiar. - completou a Leonor.
- Convidadas. - disse a Reh mandando-se para cima de mim. - Vamos lá dizer olá aos machos todos, não é Berlim?
- Não é Pedro? - perguntei de volta.
Ela olhou para mim com uma expressão séria.
- Enfim, agora vamos almoçar e depois eu explico-vos tudo com mais pormenor. - disse a Leonor.
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The Comeback
FanficDepois de La Casa de Papel, eles voltaram. The Comeback tem uma adaptação, The Comeback (The Revamp) que é uma versão adaptada da história, contada de perspectivas diferentes. Ambas as histórias têm personagens e contextos de La Casa de Papel, não s...