Capítulo 32

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O Berlim estava de costas a ir buscar mais uma garrafa de vinho quando sentiu uma presença na cozinha.

- Não devias estar com a Leonor? - perguntou.

- Acho que chegou a altura de falar-mos. - disse o Professor.

- Eu não quero falar. Não contigo.

O Professor respirou fundo. Ele não se queria irritar. Muito menos com o Berlim.

- Berlim... Eu sei que talvez te tenha pedido muito, mas eu fiz isto para bem do plano. E para o nosso próprio bem.

- "Talvez" me tenhas pedido muito? Tu fizeste-me deixá-la para trás. - disse o Berlim, virando-se para o Professor.

- Bem... Tecnicamente... Tu deixaste-a, na verdade eu nem tive de fazer muito.

O Berlim ficou algum tempo em silêncio. Não podia acreditar que realmente estava a ouvir aquilo.

- Tens razão. Tu tens toda a razão. Eu apenas... Limitei-me a seguir-te. A ser... A ser o teu cachorro...

- Se não a tivesses deixado ela não teria conseguido correr o suficiente e tu terias de a carregar.... E provavelmente ambos seriam alcançados pela polícia. Pelo menos agora ela vai ter os cuidados....

O Professor parou para pensar. Ficou parado e percebeu que o que ele havia feito tinha sido um erro horrível. Que ele tinha cometido.

- Sérgio? - perguntou o Berlim, despertando o Professor.

- O corte na perna... - sussurrou.

- O que tem o corte?

- As câmeras de vigilância.

O Berlim parou naquele momento. Eles tinham acabado de perceber que me tinham enviado o meu fim. Depois de eu levar a facada na perna, o Berlim tirou as nossas máscaras para que conseguissemos respirar melhor. Na loja havia câmeras de vigilância que não conseguiram detectar nenhuma das nossas caras, mas que com as testemunhas certas e com uma melhor análise, era fácil de provar que a filha do polícia que tinha sido salva como uma refém, tinha anteriormente sido salva pelo mesmo ladrão. E tudo, por causa da minha facada na perna que tinha sido tratada no hospital.

O Berlim saiu da cozinha e foi seguido pelo Professor, entrando no quarto dele e da Leonor sem bater à porta.

- Já ninguém bate à porta nesta casa. - disse a Leonor, que tinha acabado de tomar banho e por isso apenas tinha uma toalha a tapar-lhe o corpo.

O Berlim foi até ao computador que tinha toda a informação que era fornecida à polícia do mundo inteiro atráves de, por exemplo, relatórios ou imagens. Escusado será dizer, que essa informação era conseguida ilegalmente.

- Merda. - sussurrou o Berlim, enquanto lia o que lhe apareceu no computador.

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