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CAPÍTULO OITO
a dragon!

O dia da primeira tarefa havia finalmente chegado e Hydra não poderia estar mais nervosa, talvez não por Harry, mas por si própria. Teria sido ela responsável o suficiente para ajudá-lo? E se ele morresse ou coisa parecida? A garota tinha completa noção de que enfrentar uma criatura como um dragão não era fácil como tentar invocar um dicionário. Mas tentou de manter tranquila, afinal de contas ela não conhecia Harry o suficiente para chorar em seu leito de morte — mesmo que o leito fosse a barriga de um dragão —.

Antes de sair do dormitório, Hydra deixou mais uma das muitas cartas que o seu pai a enviava semanalmente e entregou a própria carta para que sua coruja a levasse.

"Sirius, Pai,

Obrigada por manter contato, quero vê-lo em breve. Sim, eu estou me adaptando bem, a escola me recebeu de braços abertos.
Eu fiz alguns amigos. E tenho ajudado Harry com algumas coisas sobre o Torneio, mas não sei se eu e ele somos amigos.
Mas prometo que ficarei de olho nele, como você pediu.

Com amor,
Hydra."

Como todos os outros alunos, Hydra estava sentada em uma arquibancada próxima do centro da atração. Atração, pensou ela, como se quatro jovens inconsequentes esperando para morrer fosse um grande espetáculo. No seu lado estavam alguns alunos da Sonserina e seus dois melhores amigos, ambos sem nenhum sinal de torcida. Ao contrário de Draco Malfoy que pela primeira vez na vida exibia uma bandeira da casa Lufa-Lufa com orgulho, sempre contrário à Harry. A garota revirou os olhos, não entendendo como uma richinha infantil durou tanto tempo.

— Eu ouvi dizer que você andou ajudando o Potter com um feitiço. — Draco comentou, chegando perto de Hydra.

Aquele mesmo feitiço que Harry aprendeu imaginando estar arrancando sua cabeça oca e loira, Hydra falou para si mesma.

— Ah, é mesmo? — ela riu debochadamente.

— Não deveria ser amiga da escória. — ele disse. — Nós de sangue-puro...

Hydra revirou os olhos, já irritada.

— Nós de "sangue-puro" sentimos dor como qualquer outro, sentimos frio e calor, medo e felicidade. — ela agarrou o braço dele com força. — E se cortarmos nossa pele, sangraremos de forma igual. Não tente me falar o que devo fazer, você nem me conhece.

Malfoy apenas arregalou os olhos, intrigado demais com aquela garota que o deixou intimidado, afinal de contas, ninguém jamais tentou agir assim além de Harry Potter, mas ao contrário dele, Draco não a odiou. Penelope que estava ao lado deles apenas riu com um leve desespero e tentou tirar o foco da amiga daquela briga, antes que elas ganhassem uma detenção. A loira apontou para onde ficariam os dragões e sorriu quando um grupo cheio de ruivos acenou para ela, junto deles estava a mãe de Hydra, Pandora Madison tinha um sorriso definitivamente maroto e uma cara de quem continuava sendo uma adolescente imbatível.

— Aqueles são George e Fred, os gêmeos idosos daquele dia e seus irmãos, Gina e Rony. — ela contou. — E a sua mãe?

Pandora acenou também, enquanto carregava uma bandeira com o brasão da Grifinória, algo que Hydra jamais pensou ver sua mãe fazendo. Aquela mulher era o puro orgulho sonserino se ganhasse forma humana.

— Ela pode torcer? — Hydra questionou. — Pensei que os professores não poderiam.

— E desde quando sua mãe segue uma regra boba como essa? — Penelope riu.

Benedict suspirou ao lado delas.

— Quanto tempo vocês acham que isso vai durar? — ele questionou. — Não que eu não queira assistir eles correndo risco de vida por causa de um Torneio idiota. Mas os pobres dragões não são atrações.

Hydra o encarou.

— Você se daria bem com Hermione. — ela comentou.

De repente, assustaram-se com a voz alta do diretor Dumbledore. Ele falava sobre o começo torneio e deu um longo discurso sobre as batalhas que cada um deles deveria travar, de fato palavras muito bonitas. Mas o que realmente os fez focar os olhos no centro do local foi a chegada de um dragão, Benedict o encarava fascinado, enquanto a criatura soltava. Bagman, quem estava narrando a Tarefa começou a chamar os campeões, berrando de forma estridente mesmo com o feitiço de aumento de voz.

O primeiro campeão foi Cedric, cujo tempo na espécie de arena foi de quinze minutos, de fato foi bastante esperto, tentando transformar uma pedra em um cachorro para distrair o seu dragão, o que funcionou até ele conseguir pegar o ovo. Depois veio Fleur, com um feitiço para tentar colocar o dragão em uma espécie de transe, que de certa forma funcionou, exceto pelo fogo que o dragão sonolento assoprou em sua saia. Hydra ficou ansiosa quando foi a vez de Krum, de certa forma, também torcia para ele. Viktor foi excelente também, atacou o dragão com facilidade, o único problema foi ter pisado em todos os ovos da ninhada.

E então chegou a vez de Harry. Hydra sentiu tanto pânico quanto o próprio Harry quando ele saiu da barraca e encarou o Rabo-Córneo, definitivamente o dragão mais feroz que todos ali já viram. Os olhos perversos da criatura encontraram os de Harry, quando ele caminhou um pouco mais, parecendo tonto com toda situação ao seu redor.

— A VARINHA, POTTER! — Hydra se permitiu berrar. — O FEITIÇO.

E então Harry a ouviu, guiando sua mão trêmula que segurava a varinha até o alto e tentando se concentrar no feitiço. Pedindo aos deuses, para que a vassoura o ouvisse e que viesse até ele.

Accio firebolt! — ele berrou.

Então ele a ouviu, cortando o ar e vindo até ele, Harry passou a perna por cima da vassoura e deu impulso contra o chão. E ele sentiu por alguns segundos que tudo estava bem, sem medo, sem preocupações tolas, porque finalmente estava no lugar a qual pertencia. Sempre às alturas, como o Potter que ele era. Localizou o ovo brilhante que o feroz dragão guardava e respirou fundo. E ele mergulhou, mas se recuperou do mergulho bem na hora que um jorro de fogo fora cuspido exatamente no ponto em que ele estaria se não tivesse se desviado.

Hydra arregalou os olhos.

— Ele sabe voar bem! — disse ela, chocada.

Harry se deixou afundar rapidamente na hora em que o dragão abriu a boca, mas desta vez teve menos sorte, a criatura chicoteou o rabo para o alto ao seu encontro, e quando ele virou para a esquerda, um dos longos chifres arranhou seu ombro, rasgando suas vestes e ele sentiu o ombro arder. Harry voou, primeiro para um lado, depois outro o animal virava para um lado e para o outro, vigiando-o. E ele voou mais alto, provocando o dragão.

— Anda. Vem me pegar... — ele sussurrou.

Então o dragão subiu, abrindo as poderosas asas e Harry mergulhou, antes que o dragão percebesse o que ele fez, o garoto estava voando a toda velocidade para o chão em direção aos ovos, ele soltou as mãos da Firebolt e agarrou o ovo de ouro com facilidade. E sorriu ao ver que todos o aplaudiam, inclusive Hydra, ele ouvia aquela multidão como a que vira na Copa Mundial. Após ter sido abraçado por Hermione e finalmente ter voltado a falar com Rony, Harry se surpreendeu ao ver quem corria em sua direção.

Hydra, com um sorriso orgulhoso no rosto o abraçou com força e quase o esmagou.

— Você fez, Harry! — ela berrou. — Você fez o feitiço perfeitamente!

Ele sorriu tímido.

— Foi você, o tempo todo. Foi você quem me mostrou. — ele disse.

— Você enfrentou um dragão! Eu só olhei. — ela riu. — Aproveite e vitória, Potter. Comemore hoje e volte a treinar amanhã.

— Sem férias, professora? — ele brincou.

— Não fique se achando. — ela gargalhou. — Até mais.

FEARLESS • harry potterOnde histórias criam vida. Descubra agora