FEARLESS • harry potter

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CAPÍTULO TRÊS
they lookalike

Hydra abriu os belos olhos azuis naquele dia e não encontrou a antiga beliche a qual costumava dormir, nem mesmo a luz fraca do sol da manhã ou suas antigas colegas de quarto. Ao invés disso, sua visão estava tomada pela cor verde, das cortinas na cama, do cobertor quentinho e até mesmo de seu pijama, olhou para os lados e encontrou Penelope, que ainda dormia um sono profundo. Riu consigo mesma, ao pensar que as corridas matinais na neve fresca não seriam mais recorrentes.

Em alguns minutos já estava pronta para o primeiro dia de aula, usando seu novo uniforme com a implacável gravata verde e prata, as meias altas e as botas, que não deixaria de usar mesmo na nova escola. Penelope se arrumou tão rápido quando ela, o que as deu um certo tempo para sair do dormitório e caminhar pelos corredores com calmaria, enquanto tentavam não se perder à caminho do Grande Salão para o café da manhã. Quando chegaram, atrás delas estava Benedict, não atrasado, mas apressado para comer logo e começar o dia.

— Sabe o que Draco Malfoy me contou? — perguntou ele.

— Os maiores segredos dele? — Hydra debochou.

Benedict revirou os olhos.

— Não, tolinha, ele me falou que o nosso professor de Defesa Contra as Artes das Trevas...

— Defesa contra elas? — Penelope perguntou, confusa.

De fato, haviam estudado apenas as Artes das Trevas, não especificamente maneiras de se livrar delas.

— Ah, sim, aqui aprendemos isso. — ele comentou. — Voltando ao que eu estava dizendo... O professor desse ano é um antigo Auror e os alunos estão dizendo por aí que ele é maluco.

Os três entraram juntos no Grande Salão, sendo acompanhando pelos olhares de muitos alunos ali sentados. Caminharam até sua mesa e começaram a decorar aquela refeição farta, enquanto Benedict contava tudo que descobrira no dormitório masculino. Enquanto se servia de mais uma tortinha de abóbora, Hydra notou um daqueles tantos olhares que estavam na direção dela.

— Pare de olhar para ela, Harry! — berrou Hermione. — Vai deixá-la assustada.

— Assustar ela? — Rony debochou. — Por favor, Mione, entenda que ela deve ser tão bruta quanto qualquer aluno da Durmstrang.

— Deve conhecer muitos alunos da Durmstrang para ter tanta certeza, Rony... — Harry respondeu com deboche.

— George e Fred...

— Estão mentido. Eu pesquisei sobre a escola deles, não são como vocês pensam. — Hermione revirou os olhos. — E eles não comem rãs no jantar.

— Ah, eu já sabia que era mentira, eu falei brincando.

Harry e Rony gargalharam.

— Mas falando sério, pare de encarar. — Hermione avisou. — Eu sei lá, ela pode realmente ficar assustada, ou bater em você.

— Bater em mim?

— Eu li que lá eles têm aulas de defesa. — comentou ela. — Sem a varinha.

Quando o café da manhã terminou, todos seguiram seus caminhos para as primeiras aulas do dia. Como sempre, Hydra escolheu as mesmas aulas que seus amigos, podendo assim, ficar junto deles em vários momentos durante o dia. Sua primeira aula seria de Poções, com o temido professor Snape, segundo as fofocas de Benedict. Quando chegaram na sala, impregnada pelo cheiro de ervas e o perfume de flores, sentaram-se próximos um do outro e continuaram a ouvir o garoto, observando os outros alunos chegarem.

— E eu posso jurar que os garotos burlam o sistema dos dormitórios, convenhamos... Nem todos eles querem dormir com garotas. — ele riu baixinho. — Aliás, eu...

Silêncio tomou conta do ambiente, quando o professor chegou, com uma carranca e o tecido de sua capa esvoaçando ao vento. Hydra se permitiu observá-lo mais uma vez, as expressões severas que notara na primeira vez que o viu, quando estava apresentando o Salão Comunal aos alunos novos.

— Peguem o livro e abram-no na página número vinte e seis. — ele disse. — Você, qual seu nome?

Apontou para Hydra, que arqueou a sobrancelha.

— Black. — ela respondeu. — Hydra Black, senhor.

Todos os alunos decidiram que sua atenção estaria voltada para os dois que agora se encaravam. Harry, que também estava sentado ali, deixou que os ouvidos atentos tentassem escutar cada palavra. Ele estava curioso para saber como Snape lidaria com ela.

— Aprendiam a arte das Poções em Durmstrang? — questionou.

— Sim, senhor.

Hydra sabia que o professor queria tratá-la.

— Então poderia nos dizer qual seria o resultado da mistura de água, um bezoar, Bagas de Visco, lascas de Chifre de Unicórnio e...

Ela riu internamente, porque sabia a resposta.

— E folhas secas de Erva-de-cobra? — suspirou. — Essa mistura gera um antídoto para venenos comuns, professor.

Snape a olhou desconfiado.

— A senhorita por acaso olhou o livro? — perguntou.

— Não, senhor. — pigarreou. — Aprendi isso no ano passado.

Harry, que observava, deixou escapar uma risada quase marota, enquanto o professor mais severo que conhecia era quebrado por uma garota de quatorze anos. O problema foi que Severus Snape ouviu a risada e voltou sua atenção para ele, com um claro ódio em sua face.

— Acha a aula engraçada, senhor Potter? — ele o encarou. — Menos cinco pontos para a Grifinória pela petulância.

Os alunos grifinória soltaram um sonoro suspiro, aquela atitude não era incomum.

— E mais dez pontos para a Sonserina, pela resposta correta da senhorita Black. — ele acenou.

E Hydra Black sorriu de lado, olhando para os melhores amigos sentados ao seu lado, enquanto abria seu livro.

— Nada mal para quem tem uma mãe professora de Poções em casa. — Penelope sussurrou. — Nem moveu uma pena e já ganhamos dez pontos.

— Ele privilegia os alunos da Sonserina, nem foi meu mérito. — Hydra respondeu.

— Seu mérito é ser uma sabichona que não aceita que digam que é inteligente. — Benedict riu.

Do outro lado da sala, um Harry Potter emburrado encarava o professor que explicava com tédio sobre antídotos e suas variações. Hermione, que estava sentada perto, chamou sua atenção e apontou com a cabeça para Hydra, a qual anotava em seu livro algumas palavras ditas pelo professor. O garoto nem lhe deu muita atenção, fazendo com que Hermione revisasse os olhos sem paciência.

— Eu acho que sei porque você tem a sensação de que conhece ela, Harry. — ela sussurrou. — Ela é filha da professora Madison. E do Sirius. Hydra é filha do Sirius.

Harry franziu o cenho, confuso. Não sabia que Sirius tinha filhos, não sabia quase nada sobre ele.

— Eles eram amigos dos seus pais, melhores amigos. — ela comentou. — Vai ver vocês já se conheciam antes.

Harry a encarou, notando que o cabelo da garota era deveras parecido com o de Sirius e seus olhos também.

— Ela se parece com ele. — sussurrou.