FEARLESS • harry potter

• trinta e oito •

CAPÍTULO TRINTA E OITO
hogsmeade

Os corredores de Hogwarts às vezes conseguiam ser piores que as manchetes do Profeta Diário, nada ultrapassava os alunos fofoqueiros daquela escola, tudo era falado e transmitido. Quando a notícia de que uma fuga em massa de Comensais havia aparecido no jornal, só falavam sobre isso, as pessoas que descendiam de famílias bruxas já os conheciam, muitos de seus parentes foram mortos ou torturados por eles. Era inevitável até mesmo para Hydra, ela conhecia ao menos alguns deles, seus nomes costumavam ser amaldiçoados por pessoas da sua família, os Madison poderiam ser muito rancorosos, mesmo vivendo em um lugar distante. Sua mãe costumava contar que a Primeira Guerra Bruxa conseguiu mover até mesmo os bruxos do México, a garota nem queria imaginar o que poderia acontecer em uma segunda guerra.

Ao menos, os estudantes pararam de amolar Harry, já que conseguiram perceber que ele e Dumbledore não estava tão errados, afinal de contas, a fuga de tantos Comensais da Morte não seria incentivada se não houvesse um grande motivo por trás. E que motivo seria maior do que a volta de Voldemort? Enquanto isso, a Alta Inquisidora não parava de criar mais e mais decretos tentando calar os alunos e os professores, tentando fingir que tudo estava correndo muito bem, quando estavam à beira de um colapso. Dolores Umbridge havia se tornado pior do que qualquer mofo mutante na casa Black, ela era invasiva e minuciosa, ficava observando as aulas e anotando qualquer suspiro em sua prancheta, além de infernizar as aulas de Adivinhação, sempre mantendo sua presença. Draco Malfoy surpreendeu Hydra ao sair voluntariamente da Brigada Inquisitorial, nem ele suportava mais aquela mulher exigindo uma regra nova a cada dia.

— Essa mulher me dá nos nervos. — ele disse.

Já era de madrugada quando ele começou a falar, estava sentado no chão, perto da lareira do Salão Comunal, acompanhado de Hydra que lia um livro de Feitiços Defensivos. A garota concordou com si mesma ao pensar que ele parecia realmente muito atraente contra a luminosidade do fogo, ou talvez fosse apenas o desejo de empurrá-lo diretamente na lareira.

— O que disse? — ela questionou.

— Dolores Umbridge é um verdadeiro demônio. — Draco comentou. — Papai disse que ela era boa e que colocaria Hogwarts na linha como sempre quisemos. Mas o que ela faz é tentar reinar contra nós.

Hydra sorriu ao ouvir aquilo, afinal de contas, Draco nunca demonstrara descontentamento com aquilo que não o atingia diretamente. Estaria ele tornando-se aos poucos um rebelde? O quanto isso poderia ajudar Hydra e o seu lado na guerra?

— Sabia que ela tortura crianças? — Hydra questionou. — Faz com que usem do próprio sangue para escrever frases como um castigo.

Hydra tremulou a voz ao lembrar da cicatriz que Umbridge deixara em Harry, não somente na pele, mas na alma também.

— Foi por isso que saí da Brigada Inquisitorial, um aluno do primeiro ano da Lufa-lufa me contou. Do primeiro ano, Hydra! — ele contou. — Isso não está certo. Nem mesmo se ela fizesse isso só com sangues-ruins.

Hydra jogou uma almofada nele.

— Desculpe. — ele falou. — Eu sempre falei assim.

— Então aprenda a mudar. Não fale mais isso, nascidos-trouxa ou não, eles tem sangue mágico nas veias. — Hydra disse. — Você já conheceu algum trouxa para abominá-lo tanto assim?

— Não, é claro que não. — ele disse. — Papai disse que eles são pessoas ruins e que tentaram caçar os bruxos.

A garota suspirou, sabendo que se quisesse que Draco Malfoy fosse doutrinado para o seu lado, demoraria muito tempo.