• quarenta e sete •

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CAPÍTULO QUARENTA E SETE
felix felices

Hydra estava sentada perto da lareira, seus olhos azuis refletindo o fogo que esquentava suas bochechas, as deixando em tom rosado. Do lado de fora, não nevava, afinal de contas, não costumava nevar em Saint Ives, mesmo no natal. Ao seu lado, Penelope tomava um chocolate quente com marshmallows, assim como Neville e Rony, enquanto jogavam xadrez. Hermione, viera os visitar também, assim como a família Weasley e alguns membros da ordem. A senhora Weasley ofereceu que ficassem na Toca, mas a casa de praia de Pandora era muito maior, três andares, cerca de oito quartos não tão grandes. Harry também estava ali, os cabelos bagunçados e os óculos revirados enquanto lia seu livro de Poções, suas pernas estavam dobradas e mostravam as meias felpudas que ele ganhara de Pandora. Ainda em Hogwarts, antes de irem para a casa, Hydra se lembra de terem discutido sobre Draco, tentando de alguma maneira descobrir o que raios acontecera com ele. Afinal de contas, um Voto Perpétuo não era algo comum, muito menos uma brincadeira boba, era um feitiço que poderia matar, teria de ser algo importante. Além disso, é claro, tentaram entender o que Snape estava fazendo ao ajudá-lo, porquê queria protegê-lo. Poderiam contar para os outros, sabiam disso, mas como eles iriam acreditar, sendo que confiavam em Snape e achavam que as teorias dos mais jovens eram apenas bobagens referentes a uma rixa boba entre crianças? Como acreditariam em Harry se confiavam em Snape como parte da Ordem?

A garota cogitou encontrar Draco, talvez invadir sua casa, já que as cartas não chegavam mais. Pensou também em investigar Snape, mas como faria isso sendo que ele era esperto demais? Talvez não conseguisse ler sua mente, Hydra era esperta também, treinou aquilo por causa do Laço, mas ainda assim ele era imprevisível. Tinha-se a possibilidade de que na verdade o homem estava mentido para arranjar informações, mas parecia verídico demais no discurso que fizera para Draco. Precisava pensar em um jeito de descobrir o que estava acontecendo e isso teria que ser rápido.

Na noite de Natal, porém, todos estavam focados na ceia. Os Weasley ajudaram a decorar a sala e a mesa de jantar, enquanto Sirius, vestido em suas roupinhas temáticas de papai-noel, cantarolava músicas natalinas e fazia todos rirem, era claro em seu rosto o quanto estava feliz. Já era de se esperar, quando passara tão bem nos últimos meses, tendo de comparecer em audiências constantemente, contando tudo que sabia e o que viu, convencendo ao menos a maior parte do júri de que era inocente. Pandora fingia muito bem, mas estava extremamente nervosa com aquilo, já tivera que o ver sendo preso e viveu sem ele por muitos anos, sabia que não iria aguentar perdê-lo mais uma vez. Penelope, mais uma vez, decidiu passar as férias com Hydra, não que a presença dos pais fosse um problema, mas ela não conseguiria aguentar olhá-los e sentir que algo faltava. Sentados por todos os cantos, ouviam juntos o programa de rádio, do qual saía uma voz maravilhosamente melódica, cantando uma música de natal. Hydra observou ao seu redor, todos quietos enquanto a música tocava, sua mãe sentada ao lado de um Remus muito abatido, ambos observando a lareira, enquanto Sirius, de pé, segurava a mão da mulher e pensou em tudo aquilo que um dia eles passaram. Mas ela também se perguntou porquê Pandora e Snape não se falavam mais, as coisas poderiam ter sido diferentes?

— Quem aceita uma gemada? — a Sra. Weasley perguntou.

Já haviam jantado, todos agora estavam em pleno silêncio, sem saber o que dizer. Harry então começou a conversar com Lupin, Hydra estava perto o suficiente para ouvir, falaram sobre como o homem estava vivendo nos últimos tempos, junto de outros lobisomens como um espião para Dumbledore. Hydra nunca achou que poderia sentir aquilo, mas sentiu nojo do diretor, forçando Lupin contra uma realidade da qual ele gostaria de fugir, como se só o quisesse ao seu lado para ter um espião entre os lobisomens. Já haviam mudado de assunto quando Hydra voltou a prestar atenção.

FEARLESS • harry potterOnde histórias criam vida. Descubra agora