FEARLESS • harry potter

• doze •

CAPÍTULO DOZE
so afraid

Hydra nunca passara tanto tempo dentro de uma biblioteca, ficou por dias tentando achar algo escrito naqueles livros pesados que ajudasse Harry. Porém, não encontraram nada que o impedisse de ter uma morte espetacular naquele lago, todas as poções e feitiços que leram não duravam tempo suficiente. Não que a garota precisasse ajudá-lo, mas depois de ter sonhado com sua morte naquele mesmo lago, ela pensou que ler alguns livros não seria má ideia. Durante aqueles dias, os alunos começaram a esquecer sobre o que a maldita Rita Skeeter escrevera no Profeta Diário e tudo se acalmou.

"Filha,

Como seu pai e responsável mais próximo depois de sua mãe, eu permito que você azare essa tal repórterzinha! Mas não conte para Pandora que eu falei isso, está bem?
Eu sei que de vez em quando ser uma Black pode ser um pesadelo, ainda mais quando você também é uma Madison, ou seja, pesadelos em dobro por ter nascido tão 'sangue-puro'. Você vai superar, um dia todos esquecerão a fama de nossa família, a fama ruim, quero dizer.
Aliás, sua mãe enviou uma foto sua e de Harry no baile, estou orgulhoso que vocês tenham se tornado amigos. Você estava muito bonita e acho que você puxou essa beleza de seu pai.
Ah, me mande na próxima carta a data do próximo final de semana em Hogsmeade.

Com amor,
Almofadinhas."

Para Hydra, ainda era esquisito ter contato com Sirius, passara anos sem ele, pensando que talvez ele fosse aquele monstro que todos sempre falavam. Mas conversar com ele, mesmo que por cartas, acalentava seu coração e mostrava que todos estavam errados sobre ele, ele era seu pai e Hydra o amava. Ao seu lado, estava um Harry Potter praticamente desmaiado, roncando baixinho enquanto descansava a cabeça em um livro, os óculos posicionados ao seu lado e as bochechas rosadas como as de um bebê, a garota riu com a situação. Hermione já havia saído da biblioteca, Rony também o fizera, deixando-os sozinhos para ler aquelas montanhas de papel.

Os olhos curiosos de Hydra avaliaram Harry, as expressões jovens como as dela, o cansaço e o estresse que deixavam seus ombros rígidos mesmo quando ele dormia, aqueles sintomas que só um garoto como ele teria aos quatorze anos. E então ela pensou em tudo que os dois poderiam ter sido se as coisas fossem diferentes, se seus pais não tivessem morrido e Sirius preso, se ambos tivessem a oportunidade de se conhecerem antes de tudo aquilo.

— Parece que era para termos sido amigos. — ela sussurrou.

Harry acordou apenas alguns segundos depois, com os olhos inchados e a cara de sono.

— Hydra... — ele disse. — Eu dormi?

Ela riu e assentiu.

— Eu deveria ter tirado uma foto, você parecia um bebê dorminhoco. — ela brincou. — Sonhou com os explosivins de Hagrid?

A maldita Rita Skeeter falara dele no jornal.

— Sonhei que estava dormindo, pelo visto, até mesmo dormindo eu continuo cansado. — contou, suspirando. — Encontrou algo que possa ajudar?

— Talvez um cilindro de oxigênio trouxa? — riu. — Se ao menos existisse algum nessa escola, poderíamos tentar.

— Droga, a tarefa já é amanhã e eu nem sequer sei o que usar. Nenhum feitiço, poção, ou o que quer que seja dura tanto tempo. — ele disse. — Sem contar que os outros já devem ter encontrado algo, eu vou morrer naquele lago.

Hydra viu flashes de seu sonho, os que envolviam Harry se afogando e morrendo na frente dela.

— Por Merlin, Potter, não diga besteiras. — ela falou. — Vamos encontrar algo. E se não encontrarmos, é melhor que você comece a praticar apneia.