FEARLESS • harry potter

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CAPÍTULO TRINTA E SETE
occlumency

Era um fato que todas as crianças criadas em Durmstrang possuíam o sangue frio como o de um réptil, talvez fosse por isso que se encaixavam tão bem com os sonserinos, mas ainda era uma surpresa pra Hydra ver Penelope interroga-la feito uma juíza em um tribunal. Hermione estava sentada em uma das poltronas do quarto, enquanto observava silenciosamente a Monarch andar de um lado para o outro segurando sua varinha, como se de alguma forma tivesse coragem de usá-la contra a melhor amiga, Hydra apenas revirou os olhos, cruzou os braços e ficou esperando mais e mais questionamentos, dos quais ela não sabia se poderia responder. Olhou para a janela do quarto, observando o clima lá fora, estava chovendo como se os deuses estivessem tristes. Ela podia se lembrar de quando ainda estava na sua antiga escola, a qual tinha como lenda, que quando um estudante de Durmstrang morria, os céus choviam com muita fúria.

— O que você descobriu, Penelope? — questionou Hydra. — Eu sei que você descobriu alguma coisa, não teria começado as acusações se não soubesse de nada.

Penelope, com uma cara ameaçadora, sentou-se também.

— Na terceira prova do Torneio, você sabia que ele estava em perigo, estava passando muito mal. — ela disse. — É claro que seria algo normal, afinal de contas, ele realmente estava em perigo... mas não era preocupação comum. Eu vi sua reação quando eles voltaram, Hydra, você mataria quem quer que chegasse perto de Harry naquele momento.

Ela respirou fundo antes de continuar.

— Durante as férias, você passava noites sem dormir, ficava olhando pela janela como se buscasse alguém. E quando dormia, sussurrava o nome dele. — Penelope contou. — Por um breve momento eu pensei que você estivesse usando coisas ilícitas. Drogas.

— Eu sei o que coisas ilícitas querem dizer.

Hermione, quieta até então, começou a falar de maneira muito séria.

— E, sabe, nós não somos tão idiotas assim. Vocês deixaram por muitas vezes algumas coisas escaparem, como no dia que Hydra apareceu do nada depois que Harry teve uma visão com o Sr. Weasley. — ela contou. — E é claro que essas aberturas nos ajudaram a pesquisar algumas coisas.

— Estavam esse tempo todo tentando descobrir? — Hydra questionou.

Penelope assentiu.

— Mas ficamos por algum tempo no escuro, todos os livros que líamos não levavam à lugar nenhum. Nem imagino como deve ter sido para vocês. — ela disse, pigarreando logo depois. — Então... aconteceu uma coisa esquisita, foi na madrugada de Natal. Você chegou com as mãos brilhando, logo depois de eu ouvir um barulho que claramente se tratava de você e Harry.

Hydra corou.

— Eu tive de recorrer à uma biblioteca um pouco maior.

— Nikolai. — Hydra comentou, com a voz baixa. — Pediu ajuda a ele para encontrar um livro na biblioteca de Durmstrang? Por Merlin, Penelope, a sua curiosidade não tem limites.

— Tampouco a sua omissão, Hyde. — ela arqueou a sobrancelha, acusadoramente. — Mas nós não encontramos nada que fosse importante. Por isso estamos pedindo que você conte a verdade.

— Certo. — Hydra disse. — Mas eu acho que vocês não estão preparadas.

— É claro que estamos preparadas. — Penelope falou.

A garota pensou por muito tempo sobre o que deveria ou não contar, se seria seguro que elas soubessem sobre tudo aquilo, mas resolveu revelar a história porque as duas eram suas amigas e poderiam ajudar. Então Hydra contou todos os detalhes desde o começo, enquanto as duas garotas estavam com os olhos lindamente arregalados de surpresa, sem palavras para debater. Ela falou de quando aconteceu pela primeira vez no Torneio, a primeira vez que sentiu aquele desespero, o tempo em que passaram no escuro sem saber para onde recorrer e quando finalmente recebeu aquele livro de Dumbledore, que os fez aprender um pouco sobre a conexão que havia entre eles. Contou sobre o Laço de Égide, quando ela e Harry o viram ao redor deles, no dia em que brilharam. Falou sobre as fugas durante o Natal para que pudessem aprender mais.