FEARLESS • harry potter

• quarenta e dois •

CAPÍTULO QUARENTA E DOIS
the summer of 1996

Hydra Black estava com os olhos fechados, mesmo com os óculos em seu rosto, ela sentia o sol brozeando sua pele nua. Aliás, não totalmente nua, mas a única peça de roupa que a cobria era um conjunto azul de biquíni, do qual ela utilizara o verão inteiro. Ela estava aproveitando os momentos de paz, quando não corria atrás das ideias malucas da mãe, ou quando não pensava sobre a morte do seu melhor amigo. Ao seu lado, Penelope lia o jornal mais recente daquele domingo, o Profeta Dominical deixara bem claro que Harry Potter ainda era um assunto muito discutido, a garota deixou seus cabelos loiros caírem para frente quando se virou de costas para o sol, mostrando as flores amarelinhas de seu traje de banho. Souberam, um dia desses, que Cornélio Fudge havia sido finalmente substituído por um tal de Rufus Scrimgeour, ex-chefe dos Aurores. Receberam também os resultados de seus testes, Hydra tirou mais de cinco Ótimos e apenas alguns Excede Expectativas, mas já eram suficientes para que eles pudessem escolher a profissão.

— Harry Potter... — ela leu em voz alta. — Será ele e O Eleito?

Hydra finalmente abrira seus olhos, semicerrando-os por causa da luz que os invadira, então tornou sua atenção até o garoto, que junto de um grupo maior, estava dentro do mar. Harry Potter fora consigo até sua casa em Saint Ives, onde ficaram por todo o verão, tentando fugir da realidade Londrina e sua confusão, assim como a própria Penelope, que não conseguira aguentar o tempo com seus pais, já que seu luto era diferente. Neville também os visitara, viera por causa da namorada, contradizendo a vó que não apreciava praias e férias em lugares turísticos, talvez por medo dos trouxas e de suas maluquices, fato que não afetara o garoto, ele parecia contente em conhecer o lugar. Ficaram em uma praia bastante afastada, mais difícil de chegar e que servia de quintal para a enorme casa de verão dos Madison.

— Ei, Hydra! Falou com o Malfoy depois do fim das aulas? — Rony, que estava sentado na areia à frente deles, perguntou.

— Não, ele simplesmente não responde as minhas cartas. — contou. — E por que é que você quer saber? Vocês não são, tipo... inimigos mortais?

— É, eu sei. Mas ele nos ajudou lá no Ministério. Gostando dele ou não, Malfoy tentou me soltar dos cérebros antes de ser atacado também.

— Ah... que fofo! — disse Penelope.

Fora um começo de férias muito conturbado, de fato, Harry tivera de visitar a casa em que morava com seus tios antes de mudar até a casa de verão, Dumbledore o auxiliara nesse feito. Hydra soube, depois, que a viagem com o direitor havia sido mais uma conveniência, já que o bruxo mais velho levara Harry para conhecer Horácio Slughorn e tentá-lo a voltar para Hogwarts. É claro que apenas o fato de ter Harry Potter, O Eleito, o convencendo a lecionar já fora de grande auxílio, mas quando o garoto mencionou a presença de Hydra, filha de alunos exemplares e, claro, descendente de duas famílias bruxas do sangue mais puro, Slughorn não pôde deixar a chance passar.

Pensando por outro lado, poderiam ter ficado em um estado pior de luto, talvez não sair durante todo o verão, ou vestir preto para o resto da vida. Mas a verdade é que Benedict não era assim, ele era alegre, engraçado, gostava de aventuras e seu coração pulsava por desafios. Se queriam honrar a sua morte, deveriam começar apreciando a vida, tentando passar por todos os momentos que ele mesmo não pudera viver. Theodore Nott fora o primeiro a entender aquilo, ele não fora no enterro de Benedict, mas para a Escócia, explorou aqueles campos cheios de história e fez isso pelo amado, sabendo que deixava um pouquinho dele em cada passo que dava. E Penelope... ela passara dois dias inteiros sem dormir, nem falar e quase sem comer. Aqueles dias foram suficientes para que ela percebesse o quanto Benedict iria estar decepcionado por ela não ter seguido em frente.