FEARLESS • harry potter

• cinquenta e dois •

CAPÍTULO CINQUENTA E DOIS
memorial grunt

Nunca houve um coração tão acelerado quanto o de Hydra, quase saltando para fora de seu peito e ao mesmo tempo, lutando para não parar e simplesmente fazê-la ceder ao chão. Junto de Nikolai e Penelope, deixaram os papéis que as fizeram descobrir o enigma de Dumbledore e aparataram diretamente para a Mansão Malfoy, sem nem pensar duas vezes. Hydra já havia treinado aparatação naqueles meses, portanto conseguiu se dar melhor na hora de simplesmente desaparecer no ar, nervosa demais para pensar em qualquer outra coisa, focada o suficiente para conseguir encontrar o destino correto. Chegaram antes que os caçadores que trariam as pessoas reconhecidas como Harry Potter e seu pequeno grupo, encontraram apenas Draco no corredor, chamando-os até o que era para ser uma sala, mas não havia móveis dispostos nela. Hydra viu Bellatrix, brincando com uma faca pequena, enquanto os pais de Draco conversavam entre si. Os três pareceram confusos com a presença do grupo que chegou, mas estavam quietos esperando.

— É verdade que acharam o Potter? — perguntou Penelope.

— Não sabemos. — respondeu Narcisa, sucinta.

— Queremos ver o que vai acontecer se for realmente ele. — disse Nikolai.

Eles precisavam, mais do que nunca, fingir que gostavam a ideia de ver seus amigos sendo colocados em Azkaban ou até mesmo coisa pior. Hydra estava com as mãos tremendo, o corpo todo, na verdade. Ficou todos aqueles meses sem nem tocar no espelho que Harry lhe dera, nem cogitar ir atrás dele, porque tinha medo de olhar mais uma vez em seus olhos após ter se despedido daquela maneira, de ter falado "eu te amo" pela última vez. Como poderia mentir na frente dele, quando Harry era o único que conseguia ler seus pensamentos?

— Onde estão? — Draco questionou, ansioso.

O garoto caminhou até os amigos, ficando na frente de Hydra, como se pudesse segurá-la caso a garota caísse.

— Já disse, estão vindo. Não sabemos se é mesmo ele, os caçadores disseram que encontraram um pequeno grupo com quem parecia Hermione Granger e Rony Weasley. — contou Lucius.

Ele estava acabado, já era de se esperar, todos aqueles dias em que receberam Voldemort em sua casa, então o medo por seu filho e agora o desespero para encontrarem logo Harry. Hydra não o entendia, nem queria entender, mas ao ver o estado daquele casal, pensou em si mesma na frente do espelho, pálida, com olheiras fundas e emagrecendo cada vez mais, já que ela passava mais tempo lendo do que comendo. Se passaram segundos que eram sentidos como horas, mas eles não apareciam, apenas o aviso de que viriam e o silêncio daquela sala vazia como o coração de todos.

— Não vão avisar o Lord das Trevas que ele está a caminho? — perguntou Hydra.

— Ainda não, vamos confirmar antes se é mesmo o Potter. — contou Bellatrix. — O Lord das Trevas não virá sem uma confirmação, é claro que ele não perde o tempo precioso com bobagens.

Hydra suspirou profundamente, agradecendo pela dádiva, teriam tempo para ajudá-los a fugir, ou para qualquer coisa que ela precisasse planejar na hora. Encarou Penelope, em pé ao seu lado, enquanto os olhos fixos em Bellatrix quase a queimavam por inteiro, ela odiava tanto aquela mulher e odiava mais ainda não poder matá-la. Rapidamente, segurou a mão da melhor amiga, gelada como as águas do lago e forte como as raízes do Salgueiro Lutador. E de repente, ouviram Narcisa falar.

— Tragam-nos para dentro. — falou para o que parecia uma rede de comunicação no portão.

Não se sabe quem arregalou os olhos primeiro, mas ao serem empurrados para dentro daquela sala, ambos os grupos pareciam assustados. Harry viu, por Merlin, Hydra respirando, caminhando e falando, enquanto adentrava aquele local, sendo praticamente jogado lá dentro por aqueles homens que se intitulavam como caçadores, um deles, Greyback. Hermione e Rony também arregalaram os olhos, não só pela presença de Hydra, mas por estarem na Mansão Malfoy, cercada pela família inteira deles. O rosto de Harry, diferente de outras milhares de vezes que o vira, estava inchado, com um rosto nem parecia o seu, enquanto a cicatriz de raio disposta de uma forma confusa em sua testa e os seus óculos jogados em qualquer lugar. Hydra queria ser mais corajosa, mas a única coisa que conseguiu fazer naquele momento foi tentar se comunicar com o garoto, ela o reconhecia, é claro, seu corpo ainda continuava igual, a mesma altura, os braços levemente musculosos e os cabelos pretos que ela tanto amava. Mas precisava confirmar.