FEARLESS • harry potter

• trinta e quatro •

CAPÍTULO TRINTA E QUATRO
st. mungus

Naquela noite, após os acontecimentos na Sala Precisa, Harry e Hydra foram juntos até seus dormitórios, separando seus caminhos apenas quando a garota seguiu caminho para as masmorras. Não comentaram sobre o Laço durante a caminhada, mas ambos sabiam que o outro também estava com os pensamentos perdidos naquilo, afinal de contas, era deveras incomum voar e brilhar, a não ser que fossem uma fênix de fogo. De fato, o compartilhamento de sentimentos parecia ter se aquietado, talvez fosse em função da grande explosão de magia que causaram, mas Hydra tinha certeza de que não duraria para sempre. Foi ali naquele momento que eles puderam ver que o Laço de Égide era maior do que eles imaginavam, mas o pior era que não tinham certeza de nada vindo dele.

Mas era tão lindo, não foi atoa que eles choraram ao vê-lo, aquela corrente entre eles era história, não somente deles, como de seus pais, tal coisa fora se construindo muito antes de nascerem. Todo aquele amor envolvido ao redor deles, de seus pais, de suas mães e deles próprios, criou o laço. Suas mães estavam com tanto medo de que seus filhos passassem pelo mesmo, que sem querer acabaram criando uma forma de proteção inquebrável. Hydra sabia que sua mãe não queria que ela se sentisse da mesma forma de quando perdeu a melhor amiga, sem uma parte de si.

A iluminação ficava cada vez mais fraca de acordo com a chegada de Hydra perto de seu Salão Comunal, mas ao contrário do que imaginava, o silêncio não veio junto. Ela ouviu duas pessoas conversando com as vozes muito baixas, como se trocassem frases e gargalhadas em sobre elas. Foi chegando cada vez mais perto, querendo ou não, ainda era uma Monitora — e uma pessoa curiosa —. As vozes começaram a fazer sentido, então, quando ela se aproximou de um corredor sem saída que ficava depois da porta para sua comunal, entendeu que conhecia aqueles que estavam falando. Já era tarde demais para sair dali, eles poderiam ouvi-la caminhando, então se encostou na parede e tentou não fazer barulho.

Benedict, ela reconheceu sua voz.

— Alguém sabe? — ele pareceu questionar.

— Draco. — a outra pessoa falou. — Mas ele prometeu que não vai contar. E disse que não vê problema.

Hydra soube então que aquele era Theodore Nott, fazendo algumas coisas se encaixarem em sua cabeça. Os dois pareceram respirar muito alto, cansados.

— Eu não sei o que meus pais vão pensar. — Benedict falou. — Nem o que minha irmã vai pensar, eles nem fazem ideia.

— Acha que eles não vão aceitar você? Pareciam pessoas tão boas.

— Eu não sei... — ele respondeu. — E os seus?

— Não se importam desde que eu fique com alguém de sangue-puro.

A garota se sentiu muito mal por estar ouvindo uma conversa a qual ela não fora convidada para ouvir, então pensou que mesmo que fizesse barulho, era melhor sair dali do que continuar se intrometendo em um assunto que parecia pessoal. Se Benedict quisesse que ela soubesse daquilo, iria contar, se precisasse de ajuda, pediria sem pestanejar. Tentou caminhar com a pontinha do pé até longe, onde poderia chegar ao quadro para dizer a senha e finalmente entrar, mas fora descoberta antes disso. Benedict e Theodore saíram do corredor ao mesmo tempo que ela, dando de cara com a garota. Theo nem parecia afetado com a situação, apenas sorriu de lado e deu algumas palminhas de incentivo nas costas de Benedict, antes de sair e entrar.

— Me desculpe! E-eu não estava... não queria me intrometer...

Benedict chegou mais preto.

— Juro, por Merlin e por todas as deusas, eu não vou falar nada. Pra ninguém. Eu prometo! — ela se apressou em dizer. — O seu segredo é o meu segredo.