2. MEGAN

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- Preparada para o início do nosso último ano em Yale?

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- Preparada para o início do nosso último ano em Yale?

  Inclino a cabeça para trás, apoiando-a no encosto do carro. – Não sei. Vai ser difícil dizer adeus.

  Dylan entrelaça nossos dedos, levando minha mão ao seu colo. Seu polegar me acaricia por alguns minutos, uma tentativa de transmitir sua força para mim.

- Quer que eu passe a noite? – suas íris azuis encontram as minhas, atenciosas e preocupadas.

  Foi assim que ele me olhou durante o último mês quando pensava que eu estava distraída o suficiente.

  Passamos as últimas semanas em Atlanta. Eu tentei fazê-lo voltar inúmeras vezes, mas ele me ignorava. Ignorava de verdade, saindo de perto sempre que eu tocava no assunto. Então cedi e aproveitei sua presença.

   Ficamos no mesmo hotel, nossos quartos ao lado um do outro. Meu melhor amigo fez de sua meta me fazer voltar a ser quem eu era antes de ter meu coração arrasado. Alguns dias foram melhores que outros. A maioria foram dias bons. Dias em que passeamos juntos, eu o mostrando meus lugares favoritos da cidade, os que costumava ir com minha mãe, Theresa, antes do câncer tira-la de mim. Ele me escutava falar, pacientemente, mesmo sem nunca tido a oportunidade de conhecê-la. Suas perguntas eram sinceras e reais, mesmo nas vezes em que eu passava horas em meu monólogo, tagarelando em seu ouvido.

  Outros dias... foram horríveis. Manhãs em que eu não conseguia levantar do colchão. Dias em que eu me sentia doente, meu corpo absorvendo toda minha bagunça emocional e deixando-me incapacitada. Às vezes eu vomitava. As vezes comia demais, outras em que não tocava na comida. Nunca chorei, entretanto. Nenhuma lágrima.

  Quando Dylan abria a porta do meu quarto e me via naquela posição, encolhida na cama, meus olhos vazios e sem emoção, não falava nada. Não tinha o que ser dito. Ele só se sentava ao meu lado, me abraçava e esperava uma reação do meu corpo. Fosse um espirro ou um suspiro mais longo que o normal; eram nesses momentos em que ele abria a boca. Para me contar uma história engraçada da sua infância, para me falar de Lydia ou sobre coisas idiotas, como a vez em que teve dor de barriga no meio de um jogo contra Harvard.

  Não importava o que era dito, ao fim do dia nós pedíamos comida, assistíamos um filme e dormíamos esperando que quando o sol nascesse novamente, fosse um dos dias bons.

- Passamos o último mês juntos. Quase literalmente – sorrio, agradecida – Está na hora de eu enfrentar tudo isso.

  Enfrentar entrar no meu apartamento de novo, sabendo que não o encontraria lá. Ou no da frente. Ou em qualquer lugar da costa leste. Saber disso é sufocante, como se uma mão apertasse ao redor da minha garganta incapacitando-me de respirar.

- Tudo bem. Lydia chega semana que vem e eu preciso organizar a mudança. – Sua irmã mais velha foi transferida para o novo escritório da empresa, em New Haven. Dylan e ela irão morar juntos, fazendo-o sair da república que divide com o resto dos caras.

Todos os dias deixados para trásOnde histórias criam vida. Descubra agora