7. MEGAN

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   Mais um ano se passou

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Mais um ano se passou. Um ano turbulento, cheio de emoções que eu não esperava e não queria sentir, um ano em que peguei o que restava da minha dedicação para o amor e joguei no lixo. Porque, sejamos sinceros, ter o coração partido é a pior sensação que alguém pode ter. Todos os clichês estão certos. Você vai do céu ao inferno em questão de segundos. Você pula do penhasco e mesmo torcendo para que haja alguém te segurando no final, a queda é inevitável.

   Somos ingênuos em querer desafiar a única coisa inevitável da vida: os finais. Porque eles sempre acontecem, de uma maneira ou de outra. Esse é um dos princípios básicos da natureza. Alguns seres precisam morrer para que outros possam ter espaço para nascer e florescer. Não temos controle sobre o tempo e, portanto, não temos controle sobre os finais.

   Nunca sabemos quando eles chegam. As vezes nem os enxergamos no momento certo e prolongamos coisas que já deveriam ter acabado. E em outros casos, eles chegam tão rápido que nem conseguimos guardas nossos corações numa caixa, colocar nossas armaduras novamente e erguer os muros ao nosso redor.

  Admiro as pessoas que se abrem constantemente para o amor. Eu não sei se algum dia conseguirei lidar com esse tipo de perda novamente. Tão bruta, drástica e repentina. Por isso opto por não amar novamente.

  Don, meu pai, é contra meus princípios românticos. Diz que sou jovem e não posso me fechar dessa maneira. Não tão cedo. Passou todo o feriado do natal tentando me convencer do contrário, em vão. Ligou para minha terapeuta, Samantha, Charles e Abby. Até Samuel entrou nessa.

   Mas estou determinada a me proteger. Me fez ficar mais forte. Saber que não passarei por isso de novo me fez erguer a cabeça e focar em novos objetivos. É mais fácil suportar algo quando se sabe que nunca verá aquilo outra vez.

   Ou irá sentir outra vez.

- O que está aprontando por aí? – uma voz masculina sussurra em meu ouvido livre, com o fone pendurado.

  Olho para trás encontrando imediatamente os intensos olhos azuis e o sorriso sacana. Dylan me encara, sorrindo ao ver que estou com uma das suas camisetas largas de banda que ficou em casa. Há uma sombra de barba em seu rosto, como se estivesse há alguns dias sem se barbear.

   Giro meu corpo, apoiando-o na pia atrás de mim. Sem esperar por uma resposta, o homem a minha frente dá um passo para frente, aproximando nossos corpos e pegando o fone caído sob meu corpo, levando-o ao ouvido.

- Gosto dessa – sussurra, seu hálito quente e com cheiro de hortelã chegando até mim.

  É Lost In The Wild, do WALK IN THE MOON. O ritmo é animado e a letra gostosa de ouvir. Exatamente o que preciso. Algo que anime meu estado de espírito.

- Respondendo a primeira pergunta – começo a falar depois de alguns segundos com seus olhos analisando meu rosto – Só estava ajeitando as coisas por aqui. O peixe está no forno, então não vai demorar para o almoço sair. – Aponto para o local indicado, suas íris claras desviando das minhas por poucos segundos para olhar o fogão.

Todos os dias deixados para trásOnde histórias criam vida. Descubra agora