5. MEGAN

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- Não acredito que Dylan e Sienna já marcaram a data para novembro – Samantha diz ao meu lado, nós duas na fila esperando para sermos atendidas

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- Não acredito que Dylan e Sienna já marcaram a data para novembro – Samantha diz ao meu lado, nós duas na fila esperando para sermos atendidas.

- Eles estão apaixonados, é normal – dobro os joelhos, analisando as opções de muffins da bancada a nossa frente. – Vou querer o de chocolate. E você?

Sam nega com convicção – Não posso me dar ao luxo de comer tanto açúcar. Preciso entrar em meu vestido daqui alguns meses, afinal.

Meu lábios se curvam para cima, me divertindo com sua paranoia pré-casamento. – Como por nós duas então – dou de ombros.

Rapidamente pedimos nossos cappuccinos e doces, nos sentando em umas das mesas de madeira do pequeno café de Manhattan. Já estamos na metade de fevereiro, o inverno logo se despedindo de nós para dar lugar a primavera. Uma brisa suave entra pela porta quando um casal sai do local, me fazendo apertar o casaco contra o corpo.

- Como você está lidando com tudo isso? – minha melhor amiga pergunta, soprando o liquido quente a sua frente.

Envolvo meu copo com as duas mãos – Estou bem em comer dois bolinhos. Ajusto meu vestido qualquer coisa.

Recebo um revirar de olhos como resposta – Sabe que não é disso que estou falando.

Suspiro, exasperada. Consegui fugir desse assunto com Samantha durante os últimos meses. Dylan anunciou o noivado em outubro do ano passado, pegando todos nós de surpresa. Tive sorte de ter sido mandada a trabalho para Milão por dois meses, pude absorver melhor a notícia. Voltei pouco depois do natal e logo entramos nessa maratona de preparativos para a cerimonia que não nos deixa sequer respirar em alguns dias.

E claro, Sam passou alguns dias de janeiro em Los Angeles, apesar de ela não falar sobre isso comigo, nem postar em suas redes sociais. Liam, no entanto, não é tão discreto sobre a paixão pela afilhada, deixando todos saberem quando a visita.

Pulo as fotos, sempre. Não por odiar a criança, Deus, longe disso. Eu só acho que não suportaria ver uma mini ele por aí. Doeria, não importa quanto tempo tenha passado.

Assim como machuca falar do casamento de Dylan, penso.

O bom de tudo isso é que amanhã já viajarei novamente, para Toronto. Passarei três semanas lá, ou seja, menos tempo para pensar em coisas que me fazem querer beber vinte doses de tequila no dia.

- Estou feliz por eles – é a resposta que sai da minha boca. Levo o líquido amargo aos lábios, saboreando o doce creme de cima. Sam semicerra os olhos em minha direção, fazendo com que eu prossiga. – Ele merece alguém melhor do que eu. Alguém que não esteja tão presa ao passado.

Minha melhor amiga balança a cabeça negativamente – Você deixa sua vida mais complicada do que deveria ser. Sabe que ele teria casado com você, Megan. Mas o coitado recebeu um belo de um não. O que mais poderia ter feito?

- Ele nunca me propôs em casamento – discordo.

- Claro que não, você nunca o deixou se aproximar depois de tudo. – Cruza os braços, apoiando-os na mesa.

Apoio o queixo em minha mão, encarando diretamente seus olhos castanhos – Nunca daríamos certo.

Samantha bufa, rejeitando minha constatação – Besteira, sabe disso. Você, apesar de não estar na Times, trabalha numa fodida e conceituada revista mundial. Ele está no Boston Bruins desde que saiu da faculdade. Os dois conquistaram grandes coisas desde que saíram de Yale, o que sempre foi o objetivo e a causa de não ficarem juntos. E agora? Qual a desculpa?

Olho para baixo, molhando os lábios. – É injusto ficar com alguém quando passo metade do tempo pensando em outra pessoa. Ainda sou apaixonada por ele, sabe disso.

Ficamos em silencio por alguns minutos, mas sinto suas íris me encarando e analisando. Permaneço focada na mesa por um tempo até subir novamente o olhar.

- Você e Jac... - arregalo os olhos, fazendo-a segurar a língua. Não pronunciamos esse nome. Nunca. Sam limpa a garganta, corrigindo-se – Você e aquele cara precisam ser o amor da vida um do outro.

Ignoro a pontada em meu peito – Por quê?

- Porque não vejo você ficando com alguém além dos dois. – Não preciso que ela especifique para saber de quais dois são esses. – E se não vai com Dylan, rezo para que meu casamento sirva para unir pessoas além de mim e Liam.

   Jogo a chave de casa em cima da mesa de centro da sala de estar, no meu apartamento em Soho

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Jogo a chave de casa em cima da mesa de centro da sala de estar, no meu apartamento em Soho. Tiro o casaco, deslizando sob meu corpo e o deixo no sofá, enquanto ando até a cozinha em busca de um copo de água.

Me livro das botas pretas, deixando-as em algum lugar pelo caminho. Sinto o celular em meu bolso vibrar e o puxo do jeans skinny, olhando para o visor. Estaco no lugar quando meu cérebro processa as cinco letras na tela do aparelho.

Sinto meu coração disparar antes de atender – Dylan? – a pergunta soa fraca.

- Ei, Megan – sua voz não é a mesma. Não como era pouco mais de um ano atrás, antes de estragarmos as coisas. – Estarei em Nova York esse final de semana novamente. Gostaria de conversar com você, podemos ir almoçar juntos ou algo do tipo. Está disponível?

Fecho os olhos, agradecendo mentalmente por Margaret ter me colocado para cobrir a entrevista em Toronto – Sinto muito, estarei no Canadá – respondo, direta.

É esquisita a falta de intimidade que há entre nós depois de passarmos tanto tempo juntos como amigos e... amantes.

- Oh – há decepção em seu tom? – Tudo bem. Outra vez, então.

- Sim, outra vez – murmuro em concordância.

Permanecemos em silencio por alguns segundos, ouvindo nossas respirações.

- Me avisa quando voltar, ok? É bem importante – pede, claramente exausto por algum motivo que não sei qual é. Não mais.

Ou talvez exausto emocionalmente, como eu. Porque essa conversa extinguir qualquer resquício emocional do meu dia.

- Tudo bem. Adeus.

Ouço seu suspiro derrotado do outro lado da linha – Adeus, Meg.

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Capítulo de hoje bem curtinho mas necessário para introduzir esse novo drama entre Meg e Dylan. Teorias sobre o que aconteceu com os melhores amigos?

Sexta volto com mais!

Beijos,

M. P.

Todos os dias deixados para trásOnde histórias criam vida. Descubra agora