46. MEGAN

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    - Quando vai contar para ele? – cochicho para Samantha enquanto andamos até nossas mesas, que são uma do lado da outra

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    - Quando vai contar para ele? – cochicho para Samantha enquanto andamos até nossas mesas, que são uma do lado da outra. A primeira é reservada para os noivos e suas famílias, a segunda para os padrinhos e madrinhas.

- Essa noite. Já estou preparando tudo – responde, tão baixo quanto eu. Estamos de braços dados e ela sorri para os convidados que passam por nós em busca de seus respectivos lugares.

- Vai contar que está grávida de gêmeos na noite de núpcias? – retruco, arqueando as sobrancelhas.

- Qual o problema? – minha melhor amiga franze o cenho, confusa.

Dou de ombros. – Só espero que Liam ache que ter dois pestinhas correndo por sua casa seja excitante.

- Megan! – exclama, dando um tapa fraco em meu braço.

Solto uma gargalhada alta com sua reação, assistindo sua expressão suavizar até estar divertida.

- Bom saber que está rindo às minhas custas, melhor amiga – enfatiza o termo, provocando-me. – Agora vá para sua mesa e recite o discurso de madrinha que quis esconder de mim noite passada.

Dou um beijo estalado em sua bochecha coberta por blush, deixando Sam surpresa com minha demonstração de afeto espontânea. Não faço o tipo carinhosa.

- Se prepare para chorar, Sra. Anderson.

Descruzo nossos braços, me afastando em direção ao lugar reservado para mim na mesa dos padrinhos, decorada com um belo arranjo de rosas vermelhas num vaso de cristal em seu centro. Todos os outros já estão lá, a minha espera. Crystal e Lisa conversam distraídas, assim como Jacob, Dylan e Marcus.

- Preparada? – o questionamento vem de Crystal.

- Sempre – é a resposta que ofereço, ainda que um frio congelante tenha se instaurado na minha barriga.

A mestre de cerimônia vai para o palco perto de nós, chamando a atenção de todos os convidados e explicando como essa funcionarão os discursos das famílias e dos padrinhos. Eu serei a primeira, seguida por Jacob, Abigail Miller e Paul Anderson.

Mordo o interior da bochecha num gesto ansioso. Respire fundo, Meg.

O microfone é entregue para mim e fico de pé, arrastando a cadeira para trás sem fazer barulho. Não desgrudo o foco do rosto sereno de Sam, que sorri com calmaria em minha direção.

- Olá a todos – início, sorrindo. – Para quem não me conhece, sou Megan Collins, a madrinha e melhor amiga da noiva. Quem me conhece sabe o quanto isso é quase um título de honra para mim.

Sinto meu coração pulsar rapidamente contra o peito ao enxergar as memórias sendo acionadas por meu cérebro.

- Samantha e eu nos conhecemos quando me mudei para Nova York, logo depois da minha mãe morrer devido ao câncer. Eu nunca me senti tão sozinha quanto naqueles primeiros dias, naqueles meses. Uma adolescente de 14 para 15 anos completamente perdida que havia descoberto o álcool. Foi meu entorpecente durante um tempo, para parar de sentir tanta dor.

Todos os dias deixados para trásOnde histórias criam vida. Descubra agora