45. LIAM

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   Estava chovendo na primeira vez que pousei meus olhos em Samantha Miller

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   Estava chovendo na primeira vez que pousei meus olhos em Samantha Miller.

Era minha primeira semana de aulas em Yale e eu estava lá, na academia da faculdade, levantando mais pesos do que meus bíceps aguentavam para conseguir impressionar os veteranos e mostrar que estava ali por puro merecimento. Que mesmo bolsista, eu era bom no que fazia.

O céu havia escurecido há pouco tempo, nuvens carregadas indicando uma forte chuva em breve. Me enxugava com a toalhinha de rosto preta que carrego comigo para treinar e saía pelas portas de vidro da frente da academia quando minhas íris verdes a encontraram.

Ela vestia uma calça legging cinza, top rosa e jaqueta preta, correndo em meio ao temporal que acabara de começar. Meu corpo parou de funcionar no mesmo instante. Não havia nada de extraordinário nela nesse momento; estava com a pele úmida pelas gotículas de água, ofegante e desviando de poças no chão. Mas não consegui tirar os malditos olhos dela desse dia em diante.

- Entrando ou saindo? – a pergunta me obrigou a voltar para a realidade.

A garota desconhecida estava na minha frente, as sobrancelhas escuras erguidas em questionamento e as mãos na cintura, controlando a respiração.

Tive que piscar algumas vezes para conseguir entender a pergunta. – O que?

Eu parecia um maldito idiota.

Ela riu, me dando um vislumbre do sorriso mais lindo que já vi na vida. – Da academia – apontou para o ginásio atrás de mim. – Você está entrando ou indo embora?

Entendi o porque de seu questionamento quando reparei que ainda estava segurando uma das portas de vidro, embasbacado pela visão da mulher a minha frente. Foi por essa exata razão também que eu disse o que disse.

- Entrando.

- Ótimo – outro sorriso perfeito. Continuo parado e ela usa o indicador para sinalizar o interior da academia. – Podemos entrar então?

Sequer lembro a resposta que dei antes de dar um passo para trás e deixá-la passar. Mesmo num espaço utilizado maioritariamente pelos jogadores de hóquei e futebol americano, a garota não se intimidou. Simplesmente caminhou até a esteira, tirou o casaco e encaixou sua garrafinha de água transparente na circunferência destinada a ela.

- Você não tira acabado de ir embora? – meu amigo Marcus Ferraz perguntou quando me aproximei dele, ao fundo do ambiente barulhento e cheio de testosterona.

- Sim, mas precisei voltar – apontei com o queixo na direção da garota nova.

As íris castanhas de Marcus viajaram naquela direção, encontrando a pessoa a quem me referia.

- Uau. Ela é linda.

Um gemido escapou de minha garganta. – Droga, ela é.

Todos os dias deixados para trásOnde histórias criam vida. Descubra agora