11. MEGAN

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  Estaciono o carro em frente ao edifício em West End, Boston

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Estaciono o carro em frente ao edifício em West End, Boston. Tomo três respirações profundas, encostando minha testa contra o volante, antes de virar a chave e desligar o veículo. Será apenas um jantar entre amigos, penso. Está tudo bem. Sorria. Fique feliz por eles.

  Estou feliz por eles.

  Estou?

  Sou uma vadia egoísta por querer colocar a comida para fora toda vez que penso que Dylan irá se casar?

   Uma moto acelera na rua ao meu lado, me tirando do devaneio. Ergo o pescoço, dando uma última olhada no retrovisor para meu reflexo, a leve maquiagem com rímel e gloss no seu devido lugar.

    Abro a porta, apertando o grande casaco azul marinho contra meu corpo, um vento frio soprando pela cidade. Meu saltos batem contra o concreto da rua, o único som que consigo me concentrar mesmo com a viva Boston ao redor. Não tanto quanto Nova York, que é frenética 24 horas por dia, mas ainda sim movimentada.

     Subo os primeiros degraus, passando pela porta de vidro do luxuoso prédio. Dou meu nome ao porteiro, que rapidamente liga para o apartamento de Dylan. Logo sou liberada e ando para o elevador vazio, o hall de entrada do edifício estranhamente silencioso quando comparado com o mundo externo.

      Chego ao último andar, um pequeno e largo corredor me deixando direto na enorme porta de madeira escura. Toco a campainha uma vez, dando um passo para trás.

     Inspira.

     Expira.

     Inspira...

   - Meg! Chegou bem na hora – é Sienna quem diz, abrindo a porta. Ela dá um passo para trás, liberando a entrada para mim – Dylan terminou de preparar a comida há alguns minutos, está no quarto terminando de se arrumar. 

    Aceno afirmativamente, um pouco sem jeito, dando passos sorrateiros para dentro da residência que pertence ao meu melhor amigo. Passo um braço ao redor de Sienna, cumprimentando-a – Obrigada por me receberem. Aproveitei que estaria em Boston esse final de semana e avisei Dylan, ele já tinha dito que vocês queriam me ver mês passado.

    - Vi que você ficou em Toronto por algumas semanas – interrompe, pegando meu casaco e pendurando-o no cabideiro ao lado da porta.

    - Sim, a revista me faz viajar constantemente. Quase não fico em Nova York – constato, nós duas andando para a cozinha.

    Passo os olhos pelo apartamento, nada surpresa com a decoração escura de móveis e pelos troféus de hóquei espalhados pelas prateleiras. É a cara de Dylan. Mesmo na república ou quando morou com Lydia, em New Haven, seus quartos sempre foram marcados pela paleta composta exclusivamente por preto e cinza. E também pelas medalhas da época do colégio.

Todos os dias deixados para trásOnde histórias criam vida. Descubra agora