44. SAMANTHA

121 14 25
                                    

 Sempre tive dois grandes sonhos: ser uma renomada profissional em qualquer área que optasse por seguir e encontrar o amor da minha vida

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Sempre tive dois grandes sonhos: ser uma renomada profissional em qualquer área que optasse por seguir e encontrar o amor da minha vida. Uma pessoa com quem eu pudesse dividir sonhos e angústias, realizações e medos. Muitas mulheres buscam aquele tipo de paixão arrebatadora, cheia de obstáculos e com tantos desafios que às vezes você chega a sentir que está numa novela mexicana.

   Mas não eu. O meu sonho, no quesito romântico, foi sempre achar alguém me ajudasse a chegar ao final da equação, não que colocasse mais números no problema. Como uma boa amante da matemática, sou apaixonada pelas coisas simples. Pra que complicar algo tão fácil quanto o amor? Porque é assim que Liam me faz sentir. É a sensação de estar em casa, de poder ser você mesmo, de confiança. Segurança, acima de tudo. Sem brigas inúteis, que só vão nos desgastar mais. Sem ciúmes, sem posse, sem a sensação de nunca saber o que esperar do companheiro. Eu e ele compartilhamos nossas expectativas quanto ao outro; o que podemos tentar ou não corresponder. É tudo tão simples e real que por vezes me pergunto como pude ter tanta sorte.

   Ouvi mais vezes do que poderia contar que não dava para encontrar o homem e a profissão certa ao mesmo tempo. Que se meu desejo fosse o casamento, abriria mão da minha carreira. E se o sonho fosse uma carreira de sucesso, teria que abrir mão do amor. Tudo mentira. É difícil, sim. Há um pouco de insegurança e instabilidade num ponto ou outro do caminho. Mas eu, Samantha Miller, pude provar que dá sim para ter um homem absolutamente maravilhoso ao meu lado e ainda ser uma trabalhadora fora do comum na minha área.

    Por que abrir mão de um se posso lutar para ter os dois?

    Abigail Miller costumava me dizer isso quando eu era criança. Minha mãe, a mulher mais forte que já tive o prazer de conhecer, sempre me ensinou a não desistir do que almejo. De lutar, ir atrás, buscar um novo caminho caso haja uma montanha no meio. As vezes até escalá-la. "Há sempre um lindo por do sol te esperando do outro lado, Sam. Nunca se esqueça disso. Nunca perca a esperança", ela me dizia. Aos oito anos não pude captar muito bem o significado das suas palavras. Elas pareciam abstratas demais na época. Mas aos quinze, quando encontrei uma garota bêbada jogada no corredor do meu prédio, sofrendo com tanta visceralidade pela morte da mãe, fui compreender. Eu estava diante de alguém que tinha perdido as esperanças. Que tinha encontrado o fundo do poço.

    Foi impossível para mim não querer ajudá-la a se reerguer de lá. A mostrar a luz para ela e seu pai, mostrar a esperança. Mostrar a lutadora que estava escondida em seu interior.

   Aquele dia que encontrei Megan Collins totalmente alcoolizada no corredor, foi um dos pontos de virada da minha vida. Foi quando conheci minha irmã de alma. A complexidade para minha simplicidade, a intensidade para minha serenidade.

   Desde então eu soube que ela seria minha madrinha de casamento. Tão clichê, não é? A melhor amiga da noiva, a que a conhece desde a adolescência, a solteira convicta para equilibrar com a sonhadora casada.

Todos os dias deixados para trásOnde histórias criam vida. Descubra agora