41. JACOB

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   Megan está resmungando desde que saímos do hotel para caminhar até a praia

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Megan está resmungando desde que saímos do hotel para caminhar até a praia. Ainda não são nem nove da manhã, por isso consigo entender seu descontentamento. Ela nunca foi uma pessoa matinal, de qualquer forma.

     Amanhã é o casamento do meu irmão. Depois de tantos anos de namoro e mais um punhado de noivado, Liam e Sam finalmente farão seus votos e se tornarão marido e mulher. É por isso que noite passada eles nos enviaram mensagens, dizendo que gostariam de passar a tarde e a noite conosco; entre amigos.

    Mas eu queria ter mais um tempo sozinho com Megan. O dia de amanhã será uma completa loucura, todos nós correndo de um lado para outro em busca da cerimônia perfeita. E depois vamos embora.

   Foi pensando nisso, no pouco tempo que me resta ao lado dessa mulher, que sugeri que viéssemos tomar um banho de mar logo cedo. Apesar de reclamar sobre o horário, Meg cedeu com facilidade.

     O almoço com Lucy e Don ontem deixaram as coisas um pouco estranhas entre nós. A menção à Chloe e, principalmente, Sophia, deixou todos inquietos. Vi o desconforto na expressão de cada um, exceto por Lucy que continuou conversando com si mesma como se nada tivesse acontecido.

     O clima foi melhorando com o passar das horas e quando retornamos ao hotel tudo já estava quase normal outra vez. Até minha mãe aparecer.

     Natalie Anderson não foi exatamente discreta ao sugerir que eu fosse buscar as bebidas para elas. Era nítida sua vontade de conversar com Megan. E eu não me opus porque sei que ela não descansaria até conseguir fazer seus questionamentos e tirar suas dúvidas. Mas isso não significa que não suei frio ao analisá-las enquanto falavam.

      Pelo que pude interpretar de seus gestos e expressões, elas se entenderam. Quando voltei para o banco no qual estavam sentadas ambas sorriam uma para outra, ainda que de forma discreta. Não fui capaz de questionar Meg sobre isso, no entanto. Nosso caminho de volta para o quarto foi silencioso e eu soube que ela precisava de tempo para organizar os pensamentos.

     Achei que uma noite sozinha fosse ajudá-la a processar, mas parece que estava errado. Sua quietude permanece ao esticarmos a toalha na areia para podermos sentar. Quando a ofereço uma garrafa de água, recebo um simples aceno de cabeça como resposta. E ao aproximar meu corpo do seu para abraçá-la, ela permanece impassível.

     - Ok, o que tá rolando? – solto de repente, fazendo-a pular no lugar.

      A mulher ao meu lado pisca, parecendo tomar consciência do seu redor somente agora. Vejo as íris claras passearem pela praia vazia até encontrar as minhas. Confusão e, então, culpa passam por seu rosto até esticar o braço para entrelaçar nossos dedos.

     - Desculpe, bonitão – seu polegar acaricia os nós das minhas mãos – Estou um pouco distraída hoje.

    - Um pouco? – ironizo, brincando. Deposito um beijo casto em seu pulso, franzindo a sobrancelha em seguida. – É sobre a conversa com a minha mãe ontem?

Todos os dias deixados para trásOnde histórias criam vida. Descubra agora