43. JACOB

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   Megan e eu estamos no meu quarto, terminando de nos arrumar para o jantar

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   Megan e eu estamos no meu quarto, terminando de nos arrumar para o jantar. Há uma tensão quase palpável entre nós desde que a busquei do terraço onde conversava com Dylan Foster.

Confesso que estou curioso sobre o que foi compartilhado entre eles. Consegui disfarçar e olhar para cima vez ou outra, mas na quinta vez em que ergui o pescoço em busca da mulher de olhos azuis recebi um chute na canela debaixo da mesa. O gesto carinhoso foi dado por Samantha, que me encarava com repreensão.

Não tive outra opção a não ser ceder e esperar. Para alguém tão calmo como sempre fui, foi surpreendentemente difícil ficar sentado ali de braços cruzados não podendo fazer nada. Odeio admitir isso, mas descobri que me torno uma pessoa territorial quando estou com Megan. Ainda não aprendi a como lidar com essa sensação; até agora ela não tem sido positiva para mim.

- O azul ou o roxo? – a pergunta me tira do devaneio.

Foco na mulher de roupão felpudo branco parada na porta do banheiro, com um vestido em cada mão para mostrar as opções as quais se refere. Pisco duas vezes, demorando para dispersar o turbilhão de preocupações que tomou minha mente nos últimos minutos.

- E então? – reforça o questionamento, erguendo ainda mais os cabides.

Passo a língua para molhar meu lábio inferior e ponho-me de pé, determinado a parar de enrolar e colocar o terno de vez.

- Sempre vou escolher azul – respondo, pegando a grava cor-de-rosa que separei em cima da cama. – Destaca a cor dos seus olhos.

Não estou com o corpo virado para o banheiro, mas consigo sentir sua hesitação antes de voltar para dentro e fechar a porta.

- Obrigada – murmura, o clique da fechadura soando mais alto do que o imaginado.

Vou até o espelho vertical posto numa das paredes do quarto do hotel, observando-me no reflexo. A calça social para essa noite é cinza, assim como o terno. A camisa de botões branca deixa minha pele com a aparência de ser ainda mais bronzeada pelo sol da Califórnia do que já é, o que me satisfaz. Equilibro a gravata rosa ao redor do pescoço, fazendo todos os movimentos de cruzar e enlaçar que aprendi quando era adolescente para ir à igreja com meus avós maternos. Termino de dar o nó quando batem na porta.

Franzo o cenho, estranhando alguém aparecer por aqui a essa hora.

- Megan? Você está esperando visita? – grito alto o suficiente para que ela possa escutar de dentro do outro cômodo.

- Não! – berra de volta. – Atende e vê quem é.

Bufo uma risada, revirando os olhos. – Como se eu não fosse fazer exatamente isso – resmungo para mim mesmo ao pegar na maçaneta.

Fico sem palavras quando encontro nossa visita surpresa.

- Pai?

O homem a minha frente abre um grande sorriso para mim.

Todos os dias deixados para trásOnde histórias criam vida. Descubra agora