17. MEGAN

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   Empurro a porta de casa com os pés, fechando-a atrás de mim

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Empurro a porta de casa com os pés, fechando-a atrás de mim. Deixo minhas coisas em qualquer lugar da sala, indo em direção ao banheiro para meu merecido banho relaxante.

   Deixo os jatos de água quente me encharcarem, meus músculos relaxando a cada segundo. Uso a bucha para esfregar cada região do corpo, tirando todo vestígio de sujeira e suor que um dia andando pelas movimentadas ruas de Nova York pode deixar. Fecho os olhos, encostando meu corpo nos azulejos frios.

    Hoje é meu aniversário. Isso significa que passei o dia recebendo abraços e palavras agradáveis, além de um presente ou outro do pessoal da revista. É o dia em que normalmente estou rodeada de pessoas que amo, sempre com Liam e Sam. É minha melhor amiga quem vem me fazer companhia essa noite, nosso momento especial de queijos e vinhos.

   Mas nada nunca vai suprir a falta que minha mãe faz. Seu sorriso caloroso, seus abraços gentis, o bolo caseiro que costumava fazer para mim quando eu era uma garotinha. Já se passaram 13 anos de sua morte e sim, as coisas se tornaram menos insuportáveis com o tempo. Mas em datas como as de hoje, a dor é tão sufocante que desejo só me jogar na cama e passar o resto da noite remexendo em meus álbuns de infância. É o que fazemos quando sofremos, não é? Temos essa mania de querer ficar mais triste ainda. Porque não adianta sofrer um pouco, temos que sofrer tudo que temos direito.

    Termino de tirar o sabão de meu corpo, esticando o braço para fora do box em direção a toalha azul que se encontra do lado de fora. Piso delicadamente no tapete ao pé da banheira, todos os espelhos que instalei no banheiro refletindo meu corpo nu. Levanto meus olhos para um deles, analisando as marcas permanentes em minhas costas.

   Minhas íris azuis descem para a bússola desenhada alguns centímetros abaixo do meu pescoço. Ela é simples, com os pontos cardeais e colaterais desenhados em traços finos.

   A mesma tatuagem que está na costela esquerda de Dylan. Que fizemos juntos, em nosso segundo ano da faculdade, numa madrugada qualquer, bêbados.

    A lembrança me atinge de repente, sem que eu tenha força para controlar.

- Adoro suas tatuagens – sua voz estava rouca, seus dedos traçando os desenhos em minhas costas.

   Estávamos nus em sua cama, na casa que dividia com os meninos. Tínhamos acabado de fazer um sexo de explodir os miolos e agora dividíamos uma garrafa de tequila.

- Não seja tão meloso, garoto do hóquei – provoquei, virando a cabeça para colar nossos lábios rapidamente. Dylan mordeu meu lábio inferior, lambendo-o em seguida.

   Suas mãos desceram pelo meu quadril, sua boca macia baixando para o meu pescoço e em seguida para minhas costas, beijando e mordendo cada centímetro de pele que encontrava. – O que acha de fazermos uma juntos? – sua voz foi um sussurro, me deixando arrepiada.

Todos os dias deixados para trásOnde histórias criam vida. Descubra agora