6. JACOB

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    As últimas semanas foram marcadas por festas de final de ano, ultrassons e muito trabalho

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As últimas semanas foram marcadas por festas de final de ano, ultrassons e muito trabalho. Chloe precisava bater algumas metas antes de conseguir tirar a licença maternidade e eu passei noites em claro no estúdio trabalhando, sendo chamado sempre que algum artista tivesse uma ideia inovadora - mesmo que fosse às três da manhã.

   Não posso reclamar de barriga cheia, no entanto. O dinheiro é mais que bem-vindo por aqui, principalmente com uma nova integrante da família chegando.

  Minha mãe vem nos visitar dia sim, dia não. Está sempre preocupada com a alimentação e saúde de Chloe, além do nosso novo relacionamento ainda sem definição. Seria mentira dizer que Natalie Anderson amou a ideia de eu e minha ex-namorada-mãe-da-minha-filha voltarmos a namorar. Mas sendo a mãe que sempre foi, optou por não se intrometer. Não tanto, pelo menos.

   O que ninguém sabia – além de Liam e, consequentemente Sam -, é que pretendo pedir Chloe em noivado hoje. Sim, não vamos nos casar imediatamente porque Lucy nascerá no próximo mês. Mas podemos noivar até ela crescer mais um pouco e então nos casar. Não é como se programássemos uma grande cerimonia, como Samantha e Liam. Chloe sempre falou sobre um casamento pequeno e para as pessoas mais próximas, de qualquer maneira.

  Meu irmão apoiou, é claro. Só deixou explicita sua opinião de que eu estou sendo precipitado. Que não vivemos no século XVIII e preciso pedir a mão dela em casamento apenas porque teremos uma filha juntas. Ficamos algumas horas na chamada, debatendo sobre o assunto. Sam opinou poucas vezes, preferindo nos deixar a sós. Liam frisou várias vezes o fato de que não devo me casar por obrigação.

  Mas não me sinto fazendo isso. De fato, existe um sentimento dentro de mim que me empurra nessa direção, como se eu precisasse nos conectar dessa maneira para tornarmos tudo real. Mas não é só por essa razão.

  Sendo sincero, amo Chloe. Sempre amei e sempre amarei, mesmo que ela nunca tivesse engravidado ou em qualquer outra circunstancia da vida. E as últimas semanas que passamos juntos foram incríveis, ainda melhor com Lucy a caminho. Mas não estou... apaixonado, acho? Gosto muito dela. Com certeza recuperamos um pouco do brilho e intensidade que perdemos antes de terminarmos, meses atrás.

  Agora a paixão é mais... difícil. É claro que depois desse tempo eu me sinto mais disposto. A dor, cada dia que passa, se torna mais tolerável. Menos sufocante. Mas ainda dói. Muito. Eu ainda penso nela todos os dias quando acordo e todas as noites antes de dormir. É inevitável.

  Então há Chloe, seu sorriso doce e a imensa história juntos que construímos, além da que vamos construir agora que estamos ligados para o resto de nossas vidas. E eu a tenho em meus braços todos os dias, me trazendo segurança. Valorizo sua companhia, admiro quem ela é. Há momentos na vida que só precisamos disso: alguém que você saiba que pode contar em qualquer situação. Chloe se tornou essa pessoa para mim.

   Por isso estou aqui, esperando que minha futura mulher chegue da casa dos pais, aonde passou a tarde. A mesa está arrumada com nossos melhores talheres e pratos, as tortilhas francesas de peru no centro e alguns vasos decorativos, com tulipas laranjas dentro deles – as flores favoritas de Chloe.

    Ouço a porta abrir, seus passos tranquilos caminhando pela sala – Jacob? – chama, parando repentinamente na entrada da cozinha ao passar os olhos pelo ambiente – O que é tudo isso?

- Hoje é um dia especial – sorrio, puxando uma cadeira e apontando com a cabeça para ela se sentar.

- O que estamos comemorando? – sua pergunta é curiosa, seus lábios curvados para cima.

  Chloe chega vagarosamente ao meu lado, depositando um beijo rápido em minha bochecha antes de sentar. Dou a volta na mesa, ficando a sua frente.

- Espero que possamos comemorar – murmuro. Há sempre a possibilidade dela me dizer não, afinal. – Vamos comer primeiro – pisco para a mulher loira a minha frente.

   A enorme barriga de Chloe a impede de se aproximar demais da mesa, deixando a refeição mais divertida. Pelo menos para assistir. São engraçadas as caretas que ela faz quando precisa se inclinar um pouco mais para levar o garfo à boca. Sua testa se franze toda vez que me pega rindo de sua situação.

   Como sempre, comentamos nossos dias e nossas expectativas para o amanhã. Ambos estamos ansiosos para a chegada da nossa pequena. Ela é quase o tema principal de todos nossos diálogos.

- Lucy será morena, como eu. Com cachos – zombo, apenas para irritá-la.

- Eu aceito que nossa filha tenha seus olhos, mas o cabelo definitivamente será meu.

- Ela será linda, de qualquer maneira – comento, sonhador.

   Os olhos de Chloe se suavizam, concordando. – Sim, ela será. A melhor coisa que já fizemos em toda nossa vida.

   O papo continua acerca de Lucy e das nossas divisões de tarefas quando ela nascer. O frio na barriga começa a se fazer presente, o suor já me incomodando. Vai dar tudo certo Jacob. Tateio meu bolso, a caixinha preta de veludo dentro dele, como deve estar.

- E então? Por que tudo isso? – a mulher a minha frente pergunta, apontando com o indicador ao redor da cozinha. Nós finalizamos a refeição e ela leva o guardanapo aos lábios, os olhos cor de mel fixos nos meus.

  Respiro fundo, contando até três. Ela irá aceitar. Nos amamos. Teremos Lucy. Estamos felizes e juntos.

- Chloe, quando descobri da sua gravidez confesso que fiquei totalmente aterrorizado – começo, a encarando de volta – Não sabia o que faria da minha vida, estava com medo de te decepcionar e mais do que tudo: estava frustrado comigo mesmo por não ter estado ao seu lado desde o começo.

   Uma careta atravessa seu rosto, fazendo-a mudar de posição na cadeira.

    Merda, isso não pode ser um bom sinal.

- Mas então nós viemos para Los Angeles, moramos juntos e sinceramente acho que essa foi a melhor decisão que tomamos – decido seguir por outro caminho, algum com o qual ela se sinta mais confortável. – Eu não nos imaginava juntos novamente, mas talvez essa sido a oportunidade que a vida nos deu para consertar os erros que cometemos, certo? Nós nos amamos e sabemos lidar um com o outro de uma maneira que ninguém mais entende.

   Chloe morde o lábio inferior, fechando os olhos. Há dor em sua expressão, como se algo a estivesse incomodando.

   Estou falando alguma coisa de errado?

- É por isso... – fico em pé e logo me ajoelho ao seu lado, decidindo adiantar as coisas. Se ela vai recusar é melhor tirar o band-aid de uma vez. Encaro seus belos olhos, abrindo a caixinha preta e mostrando o anel de noivado ali dentro. Suas íris finalmente focam nas minhas, perplexidade em sua face. – Chloe Grace Montgomery, você quer se casar comigo?

   Seus lábios se abrem em choque. Ela olha para baixo e então para mim três vezes antes de eu finalmente ter uma resposta.

   Mas não a resposta para isso.

- Minha bolsa estourou.

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Lucy ❤️

Nem preciso dizer para vocês não se preocuparem com esse casamento porque né... vocês já sabem.

Hoje postarei o capítulo 7 também, eles estão conectados de alguma maneira. Não acho que faria sentido deixar para postar o próximo só na quarta feira da semana que vem kkkkkkk

Daqui a pouco volto com mais!

M. P.

Todos os dias deixados para trásOnde histórias criam vida. Descubra agora