19. Anabel

61 8 0
                                    

A cama parece tão confortável quando desperto, que desejo poder ficar mais um pouco. Sinto minhas costas um pouco doloridas, e quando me lembro do motivo, abro os olhos rapidamente, vendo as persianas fechadas e meu corpo no centro do colchão.

Marcus já foi embora.

Sorrio e deixo minha cabeça cair no travesseiro, porém, no segundo seguinte meu rádio-relógio velho desperta, fazendo-me odia-lo ainda mais. Só não jogo fora porque foi um presente da minha nonna, quando eu ainda era criança.

Obrigo-me a levantar, vendo no chão apenas meu vestido e calcinha. Mordo o lábio e caminho até o banheiro, tomando um banho rápido e realizando minha higiene para começar bem o dia.

Coloco minha roupa de trabalho, optando por uma saia branca, blusa azul e sapatos nudes. Capricho um pouco mais na maquiagem, me perfumando e penteando os cabelos antes de finalmente deixar meu quarto.
Entro no de Alicia, vendo-a dormir tão serenamente que sinto pena de acordá-la. Me aproximo para depositar um beijo longo em sua testa e colocar seu ursinho favorito de volta em seus bracinhos, já que estava no chão. Saio e deixo a porta encostada.

Caminho pelo corredor, e como na maioria das vezes, não encontro Noah em sua cama. Olho para a mesa de jantar e não encontro nenhum rastro do que aconteceu na noite passada, sorrindo ao constatar que Marcus limpou tudo antes de ir.

— Bom dia, meu bem – digo ao meu filho, me aproximando dele para beijar o topo de sua cabeça.

Ele me olha e abre um sorriso lindo, logo voltando sua atenção ao super-herói na televisão.

Sigo para a cozinha, encontrando as louças de ontem limpas, e ao abrir a geladeira, vejo o que restou da comida em uma vasilha e a garrafa de vinho.
Sorrio e alcanço a jarra com leite, pegando cereal no armário e três canecas grandes que costumamos usar para este tipo de café da manhã.

— Noah, venha comer seu cereal!

— Já vou, mamãe. Só quero ver o Superman derrotar o homem mau.

Solto um riso, sentando-me à mesa e tendo uma boa surpresa ao ver minha filha de pé, andando até mim ainda agarrada ao ursinho.

— Bom dia, minha vida. Dormiu bem?

Ela estende os braços para mim, a coloco sentada em meu colo e pego uma colher menor que a minha.

— Quer comer com a mamãe? – Pergunto.

— Sim.

Dividimos o cereal, seu irmão logo se junta a nós e come o seu, sozinho, já que adora ser independente.

— Mamãe, podemos fazer uma festa de aniversário na casa da vovó?

— Claro que sim, amor. – Sorrio para ele. — Adorei a ideia.

O vejo abrir um sorriso infantil: inocente e satisfeito. A verdade é que eu já tinha pensado em fazer uma pequena comemoração lá, em vez de juntar a família aqui, no meu apartamento.

— Legal! – Os dois sorriem, exclamando juntos antes de tocarem as mãos como camaradas.

×××

Eu costumava ser uma pessoa distraída na empresa, era uma forma de descansar a mente antes de voltar para casa e encarar meus filhos espertinhos. Eles conseguiam sugar toda minha energia de mãe, e no fim da noite eu fico exausta. Então, quando fui agarrada na pequena sala onde tenho uma impressora só para mim, levei um susto que custou alguns relatórios, já que bati minhas mãos no copo de café sobre a mesa e manchei tudo.

— Ai, meu Deus! – Sussurro, sentindo uma ereção potente contra minha bunda. — Meu chefe vai me matar.

Ele geme em meu ouvido, enganchando os dedos em meus cabelos para puxar minha cabeça para a sua esquerda, tendo acesso total ao meu pescoço.

— Tenho certeza que sim – responde.

Era a primeira vez que estávamos nos vendo hoje, já que ele se enfiou na sala de reuniões com alguns acionistas da empresa e só saiu agora, um pouco antes do almoço.

Ele me empurra contra a parede, avançando em minha boca com desejo, chupando minha língua e mordiscando meu lábio de forma gulosa e desesperada. Suas mãos seguram a bainha da minha saia e sobem a peça até minha cintura, deixando minha calcinha pequena exposta. Cuido em desabotoar minha própria camisa, a retirando pelos braços e jogando em um canto. Minha lingerie vermelha parece deixá-lo ainda mais excitado, já que me pega no colo e olha em meus olhos antes de se enterrar em mim.

Nós dois gememos de prazer.

Suas mãos seguram minha bunda, usando sua força para impulsionar meus quadris para frente e para trás, causando um barulho alto demais quando nossos corpos se encontram.
Senti-lo dentro de mim me deixa louca, me agarro a ele como se dependesse disso para viver e afundo minhas unhas em sua nuca, sentindo o orgasmo bem próximo.

— Marcus! – Murmuro.

— Isso... chama o meu nome, Ana. Eu quero que toda a empresa saiba quem é que fode a sua boceta apertada.

Jogo a cabeça para trás e choramingo de tesão, sentindo minha pele se arrepiar com a sensação avassaladora que toma meu corpo. Aperto Marcus com minhas pernas, desejando que ele vá mais fundo enquanto gozo no seu pau. Ele puxa meus cabelos e me força a olhá-lo, sua expressão é indescritível enquanto mete mais forte e urra, fechando os olhos para gozar dentro de mim, satisfeito.

Ficamos ofegantes e abraçados por um tempo, até que ele me solta e pega um lenço em seu bolso, me entregando para que eu possa me limpar, já que seu gozo escorre por minha coxa.

— Eu queria que todos pudessem ver como você fica gostosa recebendo o meu pau. – Aperta minhas bochechas, fazendo-me olhá-lo.

— Você é tão exibido. – Sorrio.

— Sim, eu sou. E você é minha. – Me beija, arrancando um suspiro meu. — Só minha, de mais ninguém.

Ele se afasta e pega minha blusa, entregando para mim. Visto-a e coloco minha saia no lugar, me arrumando o máximo que posso, já que deve estar explícito em meu rosto que acabei de foder com o chefe. Tenho sorte de ninguém mais trabalhar neste andar.

Respiro fundo, olhando para ele, pensando no que acabei de ouvir. Eu não sou dele pelo simples fato de que ele não é só meu, mas não discutiria quanto a isso agora.

— Vou reiniciar a impressão desses relatórios, preciso da sua assinatura o mais rápido possível – digo.

— Mande para a minha sala quando terminar e vá almoçar, minha tarde está cheia hoje.

Aceno, ele pega o lenço da minha mão e segura meu pescoço, me roubando mais um beijo de tirar o fôlego.

— Bom dia, senhorita Masucci.

— Bom dia, senhor LeBlanc – sussurro de volta, vendo-o se afastar e sair para cumprir com seu trabalho.

Sorrio ao pensar no quanto ele se mostrou ciumento ontem, enquanto eu falava sobre Luther Schulman. Estava óbvio que ele odiava a ideia de me ver seminua em uma revista, e só por isso procurei um telefone específico na lista sobre minha mesa, quando terminei de imprimir tudo.

Respiro fundo ao ouvir uma voz grossa do outro lado.

— Bom dia, sou Anabel Masucci. Liguei para dizer que aceito fotografar para a sua campanha.

LIBERTE-MEOnde histórias criam vida. Descubra agora