É a primeira véspera de Natal que passo sóbrio em três anos. Meu único motivo está se arrumando na frente do espelho, ansiosa para impressionar meus pais. Seu corpo parece um pouco mais tentador dentro do vestido claro, abraçado em seu pescoço e decotado nas costas. A saia rodada a deixa delicada e sensual ao mesmo tempo, uma delícia de mulher.
Me aproximo dela ainda com a camisa aberta, abraçando sua cintura fina e me perdendo no sorriso amoroso que me dá pelo espelho.
— Tem certeza que quer receber tanta gente aqui?
Aceno devagar e afasto seus cabelos extremamente lisos para ter acesso ao pescoço cheiroso e macio. Beijo ali com ternura, ficando excitado muito rápido.
— Não podemos nos atrasar. – Se afasta, virando-se de frente para mim e me abraçando pelo pescoço. — Já olhou as crianças?
— Sim, todos prontos.
— Ótimo. – Me beija, deixando um gosto delicioso de frutas em mim. — Vou descer, termine de se vestir. – Olha meu peito, corando como sempre.
Sorrio e deixa que vá, abotoando minha camisa e calçando meus sapatos sociais. Estou passando as mãos de qualquer jeito pelo cabelo quando a campainha toca, então desço rapidamente para que minha noiva não se constranja com a recepção.
Em passadas largas, fico ao seu lado e beijo sua cabeça enquanto Elizabeth abre a porta, dando passagem para minha família entrar.
Camilla LeBlanc, minha mãe, é uma mulher discreta, meiga, elegante e silenciosa. Apesar de parecer fatal, é uma das mulheres mais doces que conheço, perdendo apenas para minha Ana.
Adam LeBlanc, meu pai, é um homem simples. Odeia ser paparicado e é mais humilde que qualquer pai de família da sua roda de amigos esnobes.
Ambos olham para minha futura esposa e parecem gostar dela logo de início. Sei pela simpatia que vejo em seus olhares.
Logo atrás deles, minha irmã entra toda curiosa, disfarçando a animação com uma expressão séria, sei que quer intimidar e reviro os olhos por isto.
— Mãe, pai, que bom que chegaram. – Me aproximo, trazendo Ana comigo. — Esta é Anabel, minha noiva. Ana, estes são Adam e Camilla, meus pais.
— É um prazer finalmente conhecê-los, estava ansiosa por este momento. – Trocam apertos de mãos.
— O prazer é nosso, querida, fico feliz que meu filho tenha encontrado uma moça tão bonita – responde, minha mãe.
Ana fica envergonhada, olhando para minha irmã que está linda e quase soltando fogos de artifício. Ela me atormentou por semanas, enviando mensagens ameaçadoras para que eu as apresentasse logo.
— Esta é minha irmã mais nova, Melissa – digo, ficando atrás de Ana.
— Melissa, você é ainda mais linda pessoalmente.
É o suficiente para minha irmã rir e abraçar a ruiva, que relaxa instantaneamente, como se temesse a relação com a cunhada.
A campainha toca novamente, então deixo os quatro conversando e eu mesmo recebo meus sogros, que parecem felizes em estarem aqui.
— Giuseppe, Sofia, é um prazer recebê-los na minha casa. – Cumprimento formalmente, dando passagem.
— É muito bonita, diga-se de passagem. – Meu sogro elogia.
— Obrigado.
Recolho seus agasalhos e penduro em um espaço apropriado no hall de entrada.
Nossas famílias se apresentam e parecem se dar bem, o que me deixa aliviado, por mais que não tenha demonstrado apreensão.
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LIBERTE-ME
Romance(18+) violência, palavras de baixo calão, gatilhos mentais, sexo explícito. Postagens aos domingos, terças e quintas-feiras.