6. Anabel

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Uma semana bastou para que eu estivesse completamente entorpecida pela beleza de Marcus LeBlanc, o que me deixava extremamente irritada.

Eu não deveria estar tão entretida com um homem poderoso como ele, não havia nenhuma forma de acontecer nada além do profissional, e depois de ter sonhos eróticos e me tocar pensando nele várias vezes, percebi que queria muito que acontecesse.

Foi simplesmente avassalador, ele é lindo, charmoso, inteligente e muito mais, eu não sairia intacta dessa história em nenhuma hipótese. Carente e necessitada como estava, me apaixonaria pelo primeiro que me desse um pouco de atenção, mas me recusava a ter sentimentos pelo meu chefe.

Faz só uma maldita semana!

— Ana, espero que não esteja pensando em desistir da balada hoje! – Ouço a voz de Elena do outro lado da porta da minha suíte.

Abro a mesma abruptamente, saindo com os cabelos molhados e uma toalha enrolada no corpo. Meus olhos estão cheios de lágrimas e meus amigos percebem. Joe está sentado em minha cama.

— O que aconteceu? – As mãos delicadas de minha amiga acariciam minhas costas enquanto me olho no espelho do meu quarto.

— Eu sou uma estúpida – digo severamente para o meu reflexo.

— Não, não diga isso... – tenta apaziguar.

— É a verdade. Sou uma idiota, olha bem para mim! Me sinto feia, suja, vazia...

— Ei, Anabel Masucci! – Joe se coloca de pé. — Eu me recuso a ouvir mais algum xingamento contra você mesma. Você não é nada disso.

— É o que eu vejo – sussurro.

Ouço suspiros ao meu lado, mas sem desistirem de mim, como sempre, os dois se empenham em me animar.

— Vá secar este cabelo enorme, e deixe solto, não me faça arremessar um sapato em você.

Sorrio, enxugando o rosto e indo em busca do meu secador de cabelo, fazendo todo o processo cansativo de deixar meus cabelos secos. São realmente longos, com fios ruivos e finos, naturalmente ondulados. Porém, aliso o máximo que consigo depois da ordem nada gentil de Elena para que fizesse algo diferente.

Assim que acabo, me viro para os meus amigos, sentindo algo diferente ao ver a beleza que deixo enrolada em um coque.

— O que acha deste vestido? – A pergunta entusiasmada vem de Elle, que segura uma peça de seda, na cor verde, com alças cheias de pedras cravejadas.

Aquele vestido estava esquecido desde muito tempo, e talvez nem servisse mais em mim depois dos meus filhos, porém, aceitei. Assim que o coloquei no corpo, vi meus seios ficarem um pouco espremidos contra o tecido, que marcou minhas coxas e bunda. Estava apertado, mas me senti bonita, realmente bonita depois de tanto tempo.

— Eu estou chocado! – Joe exagera, colocando as mãos no peito. — Você é um absurdo de gostosa, Ana! Vou jogar todos aqueles terninhos na rua e atear fogo!!

Não consigo segurar a risada, parando aos poucos, vendo-me refletida no espelho. Eu me sinto bem vestida assim, com o corpo exibido na roupa bonita e cara.

Elena traz um par de sandálias que também estava esquecido, são pratas e combinam perfeitamente com as alças do vestido.

— Não calce ainda, vamos fazer sua maquiagem.

— Elle... – resmungo, um pouco contrariada.

— Confie em mim, Ana, eu quero que veja o quanto pode ser poderosa para deixar o passado onde é o lugar dele. – Me encara, séria.

LIBERTE-MEOnde histórias criam vida. Descubra agora