17. Anabel

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No fim do expediente, não pude escapar de Marcus, já que quando a reunião acabou fugi o mais rápido possível dele.
Estava arrumando minhas coisas para ir embora, quando o telefone em minha mesa tocou, e as batidas do meu coração triplicaram.

— Alô? – Murmuro.

Venha até a minha sala. Agora.

Engulo a seco, deixando o aparelho de lado e respirando fundo para encarar a fera. Alisando a saia do meu vestido justo, caminho até a porta de sua sala e bato, sem esperar sua resposta para entrar.

Viro-me para vê-lo e o encontro escorado em sua mesa, com aquele corpo enorme parecendo tenso. Meus olhos descem até o volume em sua calça, mas trato de me controlar e fitar seu rosto sério.

— Precisa de algo, senhor LeBlanc? – Minha voz não soa tão firme assim.

Ele cruza os braços e franze levemente o cenho, chamando minha atenção novamente para o seu corpo forte e gostoso. Mordo o lábio, tentando reprimir a vontade absurda que me deu de beijá-lo.

— Tem planos para mais tarde? – Pergunta, me pegando de surpresa.

— Ah! – Fico um pouco aérea. — Não, pretendo fazer algo casual com os meus filhos, apenas.

— Quero encontrar você – é direto.

— Sinto muito, mas não tenho com quem deixar as crianças.

Eu tinha, mas não estava preparada para ir a casa dele novamente.

— Vou até o seu apartamento, não precisa deixá-los com ninguém – diz, se afastando da mesa para caminhar até mim como um selvagem calculista e frio. — Não vai fugir de mim, Ana – murmura, me olhando de cima. — Dez horas está bom para você?

Imaginei que ele gostaria de ir até lá sem a presença dos meus filhos, o que é uma audácia, já que ele é quem está invadindo nosso espaço. Porém, relevo um pouco e aceno, sabendo que neste horário os dois já estarão na cama.

— Está – concordo.

— Ótimo, esperarei ansioso. – Gruda nossos lábios, se afastando rápido demais.

Minha boca fica seca em expectativa quando ele se afasta, mas apenas me viro e saio dali, partindo para casa logo.

×××

Ando de um lado a outro, organizando alguns brinquedos enquanto espero minha mãe atender o celular.

— Noah, pode colocar seus carrinhos dentro desta caixa, querido?

— Já vou, mamãe! – Grita de seu quarto.

Olho no relógio e os ponteiros marcam oito da noite, ainda tenho tempo para me preparar com calma.

Ana, que surpresa!

— Oi, mãe, podemos conversar?

Claro, minha filha. Aconteceu alguma coisa com as crianças? – Se preocupa.

— Não, eles estão ótimos. É sobre mim, recebi uma proposta para fotografar para uma revista de roupas íntimas, e não sei se é uma boa ideia.

E por que não seria?

Ah, já sou mãe, não parece certo. – Dou de ombros.

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