EPÍLOGO

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A sensação que tenho é de estar acordando em um paraíso. O som de risadas abafadas e a luz do dia iluminando o quarto me traz paz e conforto.

Viro-me de costas e percebo que estou sozinho na cama, então decido me levantar para aproveitar o dia.
Faço minha higiene matinal e cubro minha nudez com sunga e shorts, já que pretendo ficar na piscina por alguns minutos.

Passo pela sala e pela cozinha da casa iluminada naturalmente, me aproximando cada vez mais das risadas barulhentas.
Assim que coloco meus pés na área externa, vejo meus filhos na água e minha mulher sob um guarda-sol, deitada sobre uma das espreguiçadeiras, usando um maiô sensual e chapéu. Está distraída lendo uma revista de moda, com a barriga pouco volumosa para cima e uma mesa repleta de frutas ao seu lado.

— Acordaram cedo – digo, chamando sua atenção.

Ela arrasta os lindos olhos cristalinos até mim e abre um sorriso branco.

— Estamos aproveitando o sol calmo da manhã.

Beijo seus lábios rapidamente e aprecio sua pele levemente avermelhada pelo nosso passeio de ontem sem a devida proteção contra o sol da tarde.

Estamos curtindo as férias da empresa no mesmo lugar onde passamos a lua de mel. Ana e os gêmeos adoraram da primeira vez.

Passo para o outro lado e vejo minha filha acordada, olhando para o céu e brincando com as próprias mãozinhas. Agnes é uma bebê inteligente e muito manhosa, que me deixou com o ego nas alturas por ser extremamente igual a mim.

— Como está sua manhã, princesinha? – A pego no colo, beijando suas bochechas macias.

Papai. – Sorri, me deixando derretido.

— Sim, sou eu. Nós vamos nadar juntos, o que acha?

Ela olha para a piscina e coloca o dedinho na boca, se escondendo em meu pescoço. Como eu disse, é manhosa.

— Não vem, Ana?

— Infelizmente, não. – Sorri para nós dois. — Estou um pouco indisposta por conta dos enjôos matinais. É a última vez que sofro com eles.

Olho sua barriga crescidinha e aceno, conformado.

— Tem razão, quatro já está bom – digo.

Talvez tenhamos nos precipitado com a última gravidez, mas olhar para minha mulher e vê-la carregando parte de mim me faz um homem feliz e egocêntrico. Não planejamos também, mas não fizemos muito para impedir.
Ana se preocupou com o atraso do seu ciclo menstrual e desconfiou, me contando sobre a possibilidade. Fizemos um exame e tivemos a confirmação.

Sua gestação está mais tranquila do que a de Agnes, mas sente muitos enjôos. Completou cinco meses há alguns dias e sim, sabemos o sexo. É um menino. Ainda não decidimos o nome.

— Olha só quem resolveu brincar – digo em alto tom, fazendo com que os gêmeos comemorem, jogando água para cima.

Os dois estão lindos e muito maiores do que meses atrás. Crescem rápido demais, o tempo não para.

— Pula com a gente, pai! – Alicia grita, animada.

— Ficou maluca? – Repreende, Noah. — Ele está com a nossa irmã no colo!

Ela faz careta e ignora, enquanto dou risada e entro com a bolinha em meus braços, sem acrobacias.

Molho os pézinhos da caçula e ela os balança freneticamente, morrendo de rir.

Água! Água!

Com quase dois anos, Agnes deixa todos encantados com sua esperteza. Ela é uma menina tímida, boa com palavras e em conseguir o que quer.

LIBERTE-MEOnde histórias criam vida. Descubra agora