41. Marcus

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— Bom dia!

De cenho franzido, minha linda noiva olha para seu filho e eu. Nós dois estamos preparados para uma bela manhã em um clube de golfe.

— Bom dia. – Beijo sua boca com gosto de suco.

— Posso saber para onde vão assim?

— O Marcus vai me ensinar golfe, mamãe! – Pula, feliz por aprender algo novo.

— É isso aí, garoto – digo, recebendo um olhar terno de Ana. — Depois, você vai aprender tênis e muitos outros esportes maneiros.

Ele ergue os braços e comemora, sentando-se em uma das cadeiras para tomar seu café.
Acomodo-me também, depois de ser servido com ovos e bacon.

— Quando combinaram esse passeio?

— Eu acordei disposto a levá-lo para algum programa de homens. – Pisco para ele, que sorri com a boca cheia.

Hum, programa de homens – murmura. — Só... homens?

Olho para ela e engulo minha risada ao vê-la incomodada. Suas bochechas estão coradas e sei que está se odiando por ter dito o que disse.

— Alguns amigos meus estarão lá, frequentam semanalmente, mas nenhum deles são casados ou possuem algum tipo de relacionamento. Não deveria se preocupar com isso, Noah me fará companhia. – Seguro sua mão, beijando os nós dos dedos.

Ela suspira e sorri, parecendo ainda mais envergonhada agora. Adoraria acabar com toda sua timidez na cama, mas marquei um horário no clube logo que acordei.

— Noah, escove os dentes antes de ir – diz, carinhosa.

Ele termina sua torrada e sai correndo, tendo a ajuda de Elizabeth.

— De onde surgiu esta ideia, Marcus?

— Quero fazer com que ele se sinta seguro comigo. Praticar esportes e fazer coisas juntos pode deixá-lo mais confiante com as pessoas. – Suspiro, pensando mil vezes antes de falar. — Ele precisa de um pai.

Como imaginei, Ana fica em silêncio, olhando para mim com surpresa e choque. Seus olhos são as coisas mais bonitas que já vi.

— Você não tem que se preocupar com isso, por favor. Não quero que pense que...

— Não diga nada, Ana – interrompo. — Vamos nos casar e estamos formando uma família, quero fazer isso dar certo.

Percebo que ela está com medo, e ao primeiro sinal de choro, acaricio sua mão e deixo que processe a informação.

— Obrigada por ser assim – sussurra, chorosa. — Você nos acolheu de um jeito que ninguém mais fez. Obrigada.

— Não estou fazendo um favor, não tem que me agradecer. Eu é quem deveria fazê-lo, você me mudou completamente e está me ensinando a ser um homem muito melhor.

Fico aliviado quando vejo seu sorriso e logo Noah chega, afobado.

— Estou pronto, Marcus!

________

Observo o menino em posição para fazer sua jogada, acertando os braços depois de mil e uma tentativas.

Já é quase hora do almoço e vou deixá-lo tentar a última vez antes de irmos para casa. Fico em silêncio, na expectativa, e Noah dá sua melhor tacada até agora, só não forte o suficiente. A bolinha chega muito perto, mas não marca nada, fazendo os ombros do garoto caírem, decepcionados.

Seu olhar vem até mim rapidamente e desvia para o chão, com medo de mim.
Franzo o cenho e me aproximo, imaginando o que ele espera que eu faça.

LIBERTE-MEOnde histórias criam vida. Descubra agora