36. Anabel

51 7 2
                                    

Fui acordada bem cedo pelo meu despertador, o dia estava recheado de atividades e eu não queria me atrasar para nenhuma delas.

Coloquei um biquíni branco e um shorts curto, desfiado e jeans. Eu raramente vestia roupas assim, mas o lugar e o clima pediam.
Calcei sandálias confortáveis, além de pegar óculos escuros e passar bastante protetor solar. Fico vermelha com muita facilidade, ainda mais quando a temperatura chega bem perto de nos assar vivos.

Pego o necessário para passar a manhã, deixando o quarto após trancar tudo e conferir se não esqueci nada.
Bato na porta de Elena, esperando para vê-la pronta, e não toda despenteada e preguiçosa.

— Ai, que caralho... – diz, assim que me vê arrumada.

Suspiro lentamente, buscando energias positivas de todo o planeta para não sufocá-la com um de seus travesseiros.

— Não acredito! – Murmuro, vendo-a descabelada e seminua. — Você dormiu com o estranho?

Ela me puxa para dentro, fechando a porta e indo para o banheiro lavar o rosto e escovar os dentes.

— Sim, e o conheci muito bem antes de trazê-lo para cá.

Reviro os olhos, imaginando o quanto ela o conheceu. Sento-me em sua cama e confiro as horas.

— Como ele é? – Pergunto, curiosa.

Vejo-a sair do banheiro e ir para sua mala, bagunçando tudo.

— Charmoso, sério, não sorri muito e fala pouco, bem misterioso. Foi incrível na cama, parei de contar quando gozei pela quarta vez, ele é insaciável! – Suspira. — Quer me ver hoje.

Franzo a testa, surpresa. Mais por ela, que nunca repete a dose com ninguém. Elena teve o coração partido por um babaca, depois disso trata os homens como descartáveis, o que a deixa longe de problemas.

— E você aceitou assim, facilmente? – Estreito os olhos.

— Claro, nós vamos embora amanhã, então não tem nenhum problema. – Explica, enquanto penteia os cabelos e os prende bem alto.

— Tem razão. Quando vão se encontrar?

— Depois que concluirmos nosso dia. – Sorri. — Estou pronta!

Ela está usando um biquíni verde com uma canga branca, bem transparente. Linda, como sempre, não me espanta que o cara queira se encontrar com ela outra vez.

Finalmente saímos do quarto quando ela pega suas coisas e seu bronzeador. Caminhamos até o lado de fora com Elliot em nossa cola, mas ficaríamos sozinhas enquanto estivéssemos pedalando pelos arredores.
As bicicletas já estavam ali para nós, preparadas para andarmos.

— Ai, meu Deus! Scott está bem ali, vamos logo. – Se apressa.

Franzo o cenho e olho para a minha esquerda, vendo o homem misterioso já encarando minha amiga. Realmente, ele é lindo e todo grande, além de parecer intenso.
Monto na bicicleta também e vou atrás de Elena, que está nitidamente sem rumo, vermelha.

— Elle! – Solto um riso alto. — Você está vermelha, não acredito!

Ela bufa, chateada, enquanto continua pedalando.

— Elena Dawson envergonhada, que novidade. – Minhas gargalhadas são contidas, mas não o suficiente para não irritá-la.

— Fique calada, Ana!

Continuo rindo pelos próximos três minutos, mas deixo-a em paz, pois estaria toda derretida se meu Marcus me olhasse daquele jeito.
Pensando nele, estou morrendo de saudades.

LIBERTE-MEOnde histórias criam vida. Descubra agora