4. Anabel

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Já em casa, eu não conseguia parar de pensar no pequeno acidente de hoje, na empresa. Meu coração acelerava toda vez que eu me lembrava da cena que presenciei na sala do meu chefe.

O quão depravado ele era para fazer aquilo no trabalho?

A campainha chama minha atenção, então me levanto do sofá onde estava enrolada em um cobertor e vou em direção à porta, recebendo uma Elena sorridente.

— Pode me contar tudo, como foi o dia com um chefe novo? – Deixa a própria bolsa na bancada da cozinha.

— Surpreendente. – Faço uma careta. — Ele é educado e gentil, mas aconteceu uma coisa muito bizarra.

— O quê? – Franze o cenho.

— Voltei do almoço e fui levar umas pastas na sala dele, me disseram que ele não havia retornado ainda, então dei duas batidas na porta e entrei quando ninguém respondeu.

— E?

— Tinha uma mulher lá dentro, com as partes baixas dele na... na boca. – Minha cabeça parece pesada demais.

Elena arregala os olhos, soltando um riso alto.

— Ele estava recebendo um boquete no trabalho?!

Fico ainda mais constrangida com sua maneira de falar, me sentindo estúpida pela coceirinha chata no meio das pernas quando o fato volta à minha mente.

— Que chefe abusado. – Sorri, maliciosa.

— Depravado, isso sim. Mas me pediu desculpas pelo constrangimento.

— Até imagino você toda vermelhinha, morrendo de vergonha. – Aperta minhas bochechas como se eu fosse uma criança.

Faço uma carranca, sentindo-me ainda mais idiota.

— Você viu o pau dele?

— Elle!! – Arregalo os olhos. — Claro que não, ficou doida? Eu não fiquei olhando, saí correndo.

Ela ri muito de mim, mas a verdade é que eu olhei, sim. Eu só havia transado com um homem até ali, mas sabia muito bem apreciar o corpo masculino, e meu chefe era lindo: grande, rosado, grosso...

Aperto minhas pernas, tentando esquecer a cena patética e extremamente desrespeitosa.

— Eu gostaria muito de me esbarrar no seu novo chefinho pervertido. – Morde o lábio.

— Você é inacreditável!

Ela ri ainda mais, tirando sarro da situação e da minha cara.

______

Olho meus filhos pela milésima e última vez, convencida de que vão dormir a noite inteira. Eles dormiram cedo, Frida, a babá, disse que brincaram muito e passaram algumas horas na piscina, o que esgotou suas energias completamente.

Caminho de volta para a sala, onde Elena continua sentada no sofá, vendo uma série e bebendo vinho. Pego minha taça também e me junto à ela.

— E então, pensou no meu convite? – Indaga.

— Não sei se é uma boa ideia, não vou a nenhuma festa desde que Thomas morreu.

— Isso mesmo, ele morreu, mas você continua viva e precisa se divertir. Vamos, Ana, você não vai para o inferno se deixar os gêmeos com sua mãe apenas uma noite.

Respiro fundo, dando um grande gole na minha bebida.

— Está bem, mas só vou na sexta, tenho que deixar minha mãe avisada desde já – concordo.

Ela comemora, dando um beijo demorado na minha bochecha. Ficamos ali por muito tempo, assistindo a Friends e esvaziando uma garrafa de vinho.

_______

Cansada e um pouco bêbada, me jogo na minha cama depois de trancar tudo e olhar os gêmeos outra vez. Elena acabou de ir embora, garantindo que estava bem para pegar um táxi sozinha.

Eu nem me lembrava da última vez que tinha bebido até ficar risonha e mole, mas a sensação de poder fazer isso sem levar nenhuma surra é muito boa.

Aconchegada nos travesseiros macios, solto risos desenfreados a cada vez que me lembro do espanto no rosto do meu querido chefe. Um tesão avassalador me deixa trêmula e ofegante, então levo a mão direita até a calça do meu pijama e toco minha intimidade molhada e lisa. Gemo baixinho, sorrindo por fazer isso depois de anos.

Claro que se não fosse pela bebida, eu não faria isso, mas estava mais corajosa que o normal.

Deslizo meu dedo médio do clitóris excitado até minha entrada, repetindo o movimento algumas vezes enquanto lembro-me do pau do meu chefe e imagino como seria tê-lo no lugar do meu dedo solitário. Fecho os olhos, tendo pequenos espasmos ao me penetrar devagar e sentir a umidade escorregadia que aumenta a cada estocada suave.

Resmungo mais uma vez.

Minha imaginação projeta imagens dele em cima de mim, me montando como um selvagem enquanto eu passo as mãos por cada parte de seu corpo. Acrescento um dedo dentro de mim, aumentando a velocidade e sentindo o orgasmo se desmanchar em vários espasmos fortes.

Ainda de olhos fechados, relaxo completamente e tiro a mão de dentro do pijama, não me importando com minha própria excitação em meus dedos.

Entre risos e lágrimas, sinto como se estivesse sendo liberta de mim mesma, só então percebendo que Thomas não estava ali para me punir, ele não me castigaria por me tocar sozinha nunca mais.

Eu era uma mulher livre para me dar prazer e ninguém mais tiraria isso de mim.

Nunca.

LIBERTE-MEOnde histórias criam vida. Descubra agora