Eu não chorei.
Apenas segui meu caminho e disse para o bebê milhares de vezes que tudo ficaria bem.
Agora, estou deitada no sofá enquanto acaricio minha barriga sem nenhum volume. As crianças estão brincando no quarto, posso ouvi-los pelos pequenos barulhos que fazem com os carrinhos de Noah.
Na televisão, a velha e querida Friends, para me animar um pouco. A distração me deixa relaxada.
Batidas na porta me deixam assustada, com o coração acelerado. Respiro fundo e me levanto, caminhando até o hall de entrada enquanto me acalmo, levemente irritada pelo susto. Quando abro, uma grande surpresa:
— Marcus? – Franzo o cenho, vendo-o cambalear de um lado para o outro. — Você está bêbado?
Ele sorri, dando dois passos para frente e um para trás. Fico preocupada, mas jamais deixaria que saísse novamente neste estado.
Me aproximo dele, me encaixando em seu corpo para apoiá-lo em mim. Enquanto entramos, ele tropeça no tapete e seu peso cai quase todo para frente.— Cuidado, se você cair, não consigo levantá-lo.
Balbuciando coisas aleatórias, ele caminha corretamente o suficiente para que eu possa levá-lo até meu quarto. O deixo sentado no colchão, tendo um pouco de dificuldade, mas não fiz nenhum esforço na nossa pequena jornada.
Os botões de sua camisa estão abertos, revelando o peitoral definido, com alguns pêlos que me deixam atraída. Limpo a garganta, olhando rapidamente para o volume marcado na calça.
— O que você tem na cabeça de beber e dirigir até aqui? – Repreendo, como se fosse sua mãe.
Ele apenas gangorra para frente e para trás antes de cair deitado, resmungando baixinho. Acabo rindo, por nunca ter imaginado que o veria assim, caindo de bêbado.
— Tenho uma ruiva... um filhos...
Engulo a seco, mas decido relevar, já que nem sabe o que está falando. Solto um riso, me abaixando para tirar seus sapatos.
— Um filhos? – Sorrio. — Acho que sua conta não está batendo. E pode ser uma filha.
Ao me levantar, o vejo fazer caretas engraçadas, com os olhos fechados.
— Não... porra! – Bufa, colocando os braços sobre o rosto. — Não quero infartar aos quarenta e dois anos.
Sua voz arrastada e rouca de sono denuncia que bebeu muito, o que me deixa um pouco chateada. Sei que ele tem seus problemas e precisava pensar, assim como eu tive tempo para assimilar sem contar nada.
Cogitei nem contar.
— Você não vai infartar com uma garotinha de oito anos. – Tento puxá-lo para tirar sua camisa, mas é impossível. — Levanta, precisa tirar esta camisa, está fedendo.
Ele estica os braços para baixo, olhando para mim, ou quase. Quando consegue ficar dois segundos sem piscar, oscila entre meu rosto e meus seios duros contra a camiseta.
— Eu quero chupar os seus peitos – diz, de repente.
Reviro os olhos, colocando as mãos na cintura.
— É mesmo? Os quatro? – Zombo.
O ouço resmungar por mais alguns segundos enquanto tiro sua camisa e abro o botão de sua calça, com dificuldade. Ouço passinhos atrás de mim, e não tento esconder o homem bêbado em minha cama, não adiantaria.
— O que aconteceu com ele, mamãe? – Questiona, Alicia. — Ele morreu?
— Não, querida, ele só está com muito, muito sono.
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LIBERTE-ME
Romance(18+) violência, palavras de baixo calão, gatilhos mentais, sexo explícito. Postagens aos domingos, terças e quintas-feiras.