Capítulo 52

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Satã (ST)

Meia hora depois da ligação da Catarina, minhas malas já estavam prontas, agora eu só esperava meus seguranças se aprontarem. Assim que eles colocaram as mochilas dentro do carro, entrei no meu Audi R8 preto. A viagem de Minas até Sampa seria um pouco longa, mas como era madrugada e meu carro corria, não demoraria tanto. Poucas horas depois, cheguei no apartamento. Falei com o porteiro e entrei direto, já que minha entrada era liberada.

Estacionei meu carro do lado do Audi da Karina e peguei minha mochila, colocando nas costas. Reparti os meus seguranças mandando dois pra portaria, dois pra garagem e subi com o restante. Deixei outros dois na recepção do prédio e peguei o elevador. Como a casa era na cobertura, o restante dos seguranças ficou na porta.

Entrei silenciosamente, todos ainda dormiam. Eram 5h27, fui até a cozinha beber água e me deparei com a Catarina de costas pra mim, olhando a água do café ferver.

ST: Bom dia, cunhada.

Cata: AI! Caralho Satã! Vai assustar o Diabo, seu demônio! – falou me batendo.

ST: Tá louca? Foi malzão aí, nera a intenção não.

Cata: Eu te conheço, cara. Você gosta de chegar de fininho e pá!

Ri das expressões dela e peguei minha água. Não dá pra ter uma conversa séria com a Catarina, ela sempre fala merda.

ST: Ela já chegou?

Cata: Já, me mandou uma mensagem agora às 4h49 dizendo que não ia trabalhar porque tava indisposta e me pediu pra não acordá-la.

ST: Tá suave? Tô ligado em como cê fica quando ela faz essas fita.

Cata: Eu tô bem, mas tô preocupada com a Karina. Faz 6 anos que ela tem esse ressentimento, isso tá fazendo mal a ela. Não sei o que ela acha que é preciso para acabar com esse rancor. Ela tem amigos no Rio que não vê a anos, tudo por causa dele.

ST: Cê tá ligada que foi escolha dela tá assim. A Karina é uma das mulheres mais fortes que conheço, se ela tá na merda, é porque ela não quer mudar. Porque ela não tem motivação de mudar, na visão dela assim tá ótimo.

Cata: Mas as escolhas da Karina estão sendo precipitadas, ela está agindo na emoção ao invés de usar a cabeça que Deus deu a ela. Fala com ela, por favor. Só dessa última vez.

ST: Vou desenrolar com ela, fica mec.

Cata: Quer comer? Já vou coar o café e tem bolo na geladeira que fiz ontem.

ST: Tu é a cunhada mais foda que tenho.

Cata: Eu sou sua única cunhada, vacilão.

Me sentei à mesa com ela e comi enquanto ela tomava um café preto. Depois de comer, fui até o quarto da Karina e peguei a minha chave abrindo a porta. O quarto estava escuro, com as cortinas fechadas. Coloquei minha mochila encostada na parede e tirei minha roupa, ficando apenas de boxer e deitei ao lado dela.

Karina tava só de calcinha, parece até que já sabia que eu viria. Passei o braço pela sua cintura e a puxei pra mim. Ela se acomodou no meu peito e eu alisei as suas costas, ela estava magrinha. Conseguia sentir todas as suas costelas sob meu toque.

ST: No que você se transformou, mano?

A Karina sempre foi uma mulher forte e decidida, depois de tudo que aconteceu, ela mudou. Simplesmente parou de ser aquela Karina sorridente e engraçada, não que ela não seja mais. Ao contrário, ela ri e faz graça, mas não como antes. Sei que doeu bastante tudo que ela passou com o Onça, mas não devemos deixar o passado interferir no nosso futuro e presente. Se ela deixar o passado controlar a vida dela, ela vai continuar na merda como eu já disse pra Catarina.

Alma de Pipa (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora