Capítulo 55

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Karina

Alguns dias se passaram e fizemos a inauguração do nosso espaço, durante o dia até o anoitecer os profissionais atenderam os clientes que tinham marcado para a data de inauguração. Pela noite, a Cata, o Dennis, a Jade e eu participamos da festa de inauguração, juntamente com todos os profissionais, com exceção dos que puderam ou não quiseram participar, sendo apenas dois. Também vieram a Danielle e a corretora.

Quis chamar a Lohanny, mas sabia que ela não poderia vir. Então apenas passei no Vidigal depois da festa e dei comida a ela. Ela havia olhado pra mim como se perguntasse "Isso é um cala boca?", mas ela não disse nada, apenas agradeceu e me chamou pra entrar.

Comemos, conversamos e bebemos, eu fiquei no vinho e ela na cerveja. Antes de sair da casa dela, marcamos de no dia seguinte de irmos à praia. E cá estou, arrumando minha bolsa de praia.

Senti muita falta das praias cariocas, em São Paulo é muito difícil ir à praia por conta da distância, é mais normal ir até uma piscina. Mas eu prefiro praias, o salgado do mar na minha boca, as ondas batendo contra minha pele e os grãos finos de areia entre meus dedos dos pés. A sensação é mais viva, mais natural.

Depois de arrumar minha bolsa com coisas do tipo protetor solar, protetor labial, canga, óculos de sol e etc, mandei uma mensagem para Lohanny avisando que estava pronta.

Quando desci ela já me esperava na portaria, montada numa bela R1, que moto. Eu já tinha visto o Renan pilotando uma CBR 1000, que visualmente são parecidas, ambas parecendo moto de corrida. Na verdade acho que imitam o visual das motos de corrida, tendo até uma potência parecida, porém não sendo preparadas para um campeonato.

Karina: Certeza que não vai dar nada?

LH: Confia na mãe, pô. Deus tá com nós.

Karina: Deus sempre tá com nós, mas ele não vai impedir que a polícia te leve.

LH: Vira essa tua boca pra lá, Karina.

Montei na moto antes que ela iniciasse uma discussão infantil e acelerou. Fomos até uma parte afastada de São Conrado, onde não tem muito movimento e as pessoas que estavam lá, eram aquelas que tinham condições.

Escolhemos mesas que ficavam perto de um quiosque que a Lohanny disse ter um cardápio variado e comida boa. Em uma mesa nos sentamos eu, ela e seus dois seguranças e em outra mesa próxima, os outros quatro. Depois de nos acomodarmos, eu e ela tiramos a roupa e colocamos protetor solar. Embora nas pernas, na bunda e ao redor do biquíni passamos óleo bronzeador.

A maioria dos seguranças preferiram continuar de blusa, apenas dois tiraram, mas alguns tinham ido de regata. Um da nossa mesa tirou a blusa e disse pra Lohanny que ia entrar na água junto. Mais tarde descobri que seu vulgo era Cebola.

Após terminar de passar o bronzeador nas costas da Lohanny, foi a vez dela de passar nas minhas. Ao me virar, ouvi o assobio dela perto do meu ouvido.

LH: Fez novas tatuagens, né?!

Karina: Você também.

LH: O que significa essa aqui que tem uma pedra e um S pequenininho dentro?

Karina: Não é uma pedra qualquer, é uma rocha. E eu sei que ficou parecendo um S dentro, mas não era a intenção. Todos que olham perguntam o que significa. Fiquei puta com meu tatuador por causa disso, depois de 3 meses infernizando a cabeça dele, consegui uma tatuagem de graça.

LH: Qual você ganhou, de graça?

Karina: Essa aqui – mostrei a tatuagem que fiz atrás da orelha. Era uma rosa pequenininha, uma rosa preta.

Alma de Pipa (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora