Capítulo 48

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Karina

Naquele dia fui abordada por dois vapores que me disseram que tinham ordem pra me levar no hospital. Ordens do ST. Eu e a Lohanny fomos e eu fiquei dois dias lá. Tive algumas contusões, mas nada muito grave de acordo com os médicos. Recebi soro na veia, remédio e fizeram uma pequena cirurgia na minha costela. Já que uma tinha sido quebrada.

Quando voltei ao morro, o Onça me disse que tinha terminado tudo entre a gente e mandou eu tirar minhas coisas de lá. Foi o maior b.o.

Flashbach on

Assim que pus os pés na minha casa me barraram.

G9: O patrão tá te esperando na principal. O menó vai te levar.

Um vaporzinho chegou numa moto e eu montei devagar. Sentindo meu corpo ainda dolorido. Assim que entrei na sala dele senti o cheiro da maconha.

Karina: Tu quer falar comigo?

Onça: Tô com vontade de estourar tua cabeça, mas não posso.

Karina: Por que?

Onça: Tu é a mais nova protegida do Satã, vice-líder do CV. Sentou direito não foi, filha da puta? Agora pode pagar de sonsa como quem não sabe de nada.

Karina: Não vou pagar de sonsa sobre algo que tu já sabe.

Onça: Tu me traiu com meu chefe, vagabunda – falou alto.

Karina: Eu não sabia quem ele era. Pensei que fosse apenas um cara qualquer.

Onça: Quer mentir pra mentiroso?

Karina: Minha consciência tá limpa.

Onça: Quero tu fora da minha casa. Não queria tanto última forma? Agora tu tá livre pra ficar com ele.

Karina: Não quero ficar livre de você pra me juntar com outro traficante. Quero conquistar minhas coisas. Não quero outro homem na minha vida dizendo o que eu posso ou não fazer, perguntando pra onde vou, com quem vou e etc. Quero ficar solteira, na minha.

Onça: Bora ver essa solteirice. Tudo da boca pra fora. Eu já te conheço.

Olhei pra ele dando um riso irônico.

Karina: Ninguém conhece ninguém. Era só isso que tu tinha pra falar?

Onça: Quero que você tire todas as tuas coisas de dentro da minha casa. Leve tudo que for seu, até mesmo o que eu já te dei.

Karina: Não preciso de caridade não. Vou pegar só o que eu comprei do meu dinheiro suado.

Onça: Tu que sabe, tô tentando ser bom com você. Os vapor tem ordem de levar teus treco pra um dos barraco que tá desocupado.

Karina: Se preocupe não, consigo me virar. Aliás, o dinheiro que tu me deu, ainda tenho guardado. Me passe o número de um conta pra eu fazer s transferência.

Onça: Quero não. Tu vai precisar mais do que eu.

Karina: Eu insisto, pode ficar.

Onça: Já disse pra tu ficar com a porra do dinheiro.

Karina: Eu vou devolver cada centavo. Não preciso de caridade sua.

Onça: Tá cuspindo no prato que tu comeu e repetiu?

Karina: Não, tô é vomitando mesmo.

Virei a cara e fui direto pra casa dele tirar minhas coisas.

Alma de Pipa (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora