Capítulo 31

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Iury (Onça)

Bagui mó embaçado é tá aqui preso porra. Aqui tu se sente um merda, ainda mais sabendo que tua irmã tá lá fora sozinha e tu tem uma nega te esperando.

Aqui existe de dois tipos de comédia, o que cola em ti pra te sugar e o que cola pra fortalecer. Assim que cheguei aqui, vi um mano do Chapadão e colei. Ele me explicou umas coisas e me apresentou pra uma galera.

O pavilhão de celas que eu tô é só com pessoal da mesma facção ou aliados. Não juntavam a gente com os alemão porque se não dava muita merda. Nesse pavilhão só tem CV.

K2: É foda tá aqui dentro né.

Onça: Nem me fale.

O K2 era o sub dono do Complexo do Chapadão.

K2: Ainda mais tu que tem parente em casa, bate neurose né? – falou sem citar que era minha irmã.

Não é porque estamos aqui com membros do CV que não tem X9 no meio.

Onça: Só não enlouqueço porque ela tá com meu braço.

K2: Fiel dele?

Onça: É pô.

K2: Sinto falta pá caralho do meu moleque, 4 anos aqui dentro, 4 anos que eu perdi ao lado dele.

Onça: E a lili?

K2: Nem tenho esperança que ela cante sozinha. Vou colocar uma arma na cabeça dessa filha da puta pra poder sair daqui.

Onça: Tô pensando em cumprir, pequei só 10.

K2: Sortudo do caralho, peguei 26.

Onça: Fichado demais pô.

K2: Limpei essa porra umas vez, mas aqui é só atividade.

Onça: Tô ligado.

K2: Foda é a filha da puta da minha fiel. Apareceu nos primeiros 6 mês e depois tchau e bença. Tava com a maior folga de pagar de patroa, ostentando os ouro e as prata. Pedi pro Pinóquio dá um trato no cabelo dela.

Onça: Pique João bacana?

K2: Mas é claro.

Onça: Tenho minha nega lá fora, fechamento 10/10.

K2: Foda. Também tinha minha mina pô. Mas veio as puta, fazendo minha cabeça, me fudi todo.

Onça: Tenho uns menor olhando ela, chega muito papo no meu ouvido, mas sei que ela não é dessas.

K2: E como tu sabe? – olhei pra ele negando de cara fechada e ele riu. – Tá tirando menor? Correu atrás?

Onça: Corri porra, vai bem me dizer que tu nunca correu atrás.

K2: Claro que já corri, mas na tua idade eu tava era correndo de compromisso, não me chegando.

Fiquei zoando com ele durante um tempo e trocando um papo.

"Amante da liberdade, vendo o sol, com hora marcada..."

Surgiu essa frase de música na minha cabeça. Lembro que era a Karina que escutava essas música, mas papo reto, essas música era foda. Visão de cria.

Logo os presos voltaram pras celas e eu fiquei olhando pras parede, meu colega de cela era o K2 e mais dois menor.

Os lek era até tranquilo, 157 cada um. Iam passar bem pouquinho tempo preso.

Alma de Pipa (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora