Capítulo 3

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Iury (Onça)

Terminei meu rango na pensão lá e piei pra Boca, tenho um monte de b.o pra resolver. Os cara tudo comediando com a mina lá, também, um brotinho daquele.

Onça: Cadê o cuzão do GB?

Jacaré: Deixa eu ver – fala e mexe nos bolsos. – Tá aqui não parceiro, olha no teu bolso.

Onça: Se fuder seu arrombado – Falo mandando dedo.

Pego meu celular e ligo pro outro lá.

Ligação On

Onça: Cadê tu filho da puta?

GB: Eu tô aqui no asfalto.

Onça: Fazendo que porra aí?

GB: Cobrando os nóia.

Onça: Quem mandou tu ir pro asfalto caralho?

GB: Aí Onça, o Risquinho mandou eu vim e eu cumpri a ordem.

Onça: Quem é teu chefe? Eu ou o Risquinho?

GB: Tu...

Onça: Então tu não tem que fazer porra nenhuma que o Risquinho manda não arrombado. Volta pro Morro e cola na minha sala.

Ligação Off

Onça: Alá, o filho da puta ainda desliga na minha cara. Esse GB tá fudido comigo.

Jacaré: Aí mano, pelo que eu entendi foi o Risquinho que mandou ele fazer isso, o cara só tava obedecendo ordens. Não age no errado com quem tá fechado contigo não. Agora o Risquinho aí é outra história.

Onça: Aqui nada passa batido não.

Jacaré: E nem pode parceiro. Vou piar pra casa, ficar um pouco com minha nega.

Onça: Alá o cachorro de colera.

Jacaré: Vai tomar no teu cu. Depois te ligo pra fechar o plano – fala fazendo toque comigo. – Lembre do que eu disse, vê quem tá agindo no erro contigo, se é o Risquinho ou o GB.

Onça: Pode deixar parceiro.

Ele saiu da minha sala e fechou a porta, o mano Jacaré é dono do Complexo da Maré. Ele veio aqui pra gente fechar o plano de roubar um banco aí, roubar celular de trabalhador é coisa de muleque emocionado.

Tô vendo as ações do Risquinho faz cota já, primeiro ele demite vapor meu sem eu saber, depois ele baixa o valor da maconha sem meu consentimento, aí agora ele vem com papo de mandar meus vapor fazer os bagui.

Não era nem pro GB tá saindo do Morro, o cara é ficha suja. Aí se a polícia pega, o cara cai. E ainda mais agora que os cu azul tão em cima.

Escuto baterem na porta.

Onça: Entra!

O GB passa pela porta e me olha com uma cara séria.

GB: Tô aqui chefe – ele fala normalmente.

Onça: Senta aí. – Pausa. – Por que tu tá no tráfico?

GB: Precisão.

Onça: Que tipo de precisão?

GB: Minha mãe tava doente, ela precisava fazer exames caros, precisava de remédios caros e eu não tinha condições. Eu não vou mentir, eu tinha escolha, mas escolhi o mais fácil. Entrei porque quis, quando minha mãe melhorou eu podia ter saído, mas tava visando a grana fácil. Faz tanto tempo que agora só saio daqui na vala ou na tranca.

Alma de Pipa (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora