Capítulo 42

1.3K 82 152
                                    

Karina

LH: ACORDA PIRANHA! – gritou me fazendo acordar assustada.

Abri os olhos tendo a visão dela quase em cima de mim.

Karina: Filha da puta. Que hora é?

LH: 14h12.

Karina: Dormi demais.

LH: Tenho um baguio pra te contar.

Karina: O quê?

LH: Tu é corna, foi mal falar assim.

Karina: Cadê a novidade?

LH: Tu já sabia? – assinto.

Karina: O Onça tá em casa?

LH: Não.

Karina: O nome dela é Adriana Vieira e eu acredito que mora no Chapadão.

LH: Depois dizem que mulher é besta. Como tu descobriu?

Contei o b a ba todo pra ela, que ficou dizendo que mais foda que eu não tinha. Até contei o que fiz ontem.

LH: É por isso que sou sua amiga.

Karina: E pense em um boy maravilhoso, gostosinho.

LH: Queria.

Karina: Mas vem cá, como tá você e o Palito?

LH: Pra ser sincera, eu nem sei o que tá acontecendo.

Karina: Vocês tão ficando sério ou relacionamento aberto?

LH: A gente se pegava e pegava outras pessoas, mas o nosso ciúme, um do outro, não deixou isso durar por muito tempo. Não quero nada sério com ele.

Karina: Ficar de fogo no cu é que não dá. Uma hora alguém vai acabar se machucando e eu acredito que seja o Palito, tu é fria pra caralho em relação a essas coisas.

LH: Eu não sou fria – olhei bem debochada pra ela que revirou os olhos – Tá, tá, eu sou. Vou conversar com ele, ver a melhor forma.

Karina: É a ideia. Tu não me disse como ficou sabendo que eu sou corna.

LH: Eu fui lá no Chapadão, quinta de tarde, resolver uns bagulho pra invasão no Vidigal.

Karina: Filha da puta, conseguiu concluir a missão bacana, né?

LH: Claro. Continuando, eu tava lá no Chapadão, esperando o Pinóquio na praça. Aí vi o Onça passando com uma guria na garupa, assim que ele parou na praça, deixou ela na lanchonete e saiu. Eu fui na lanchonete e comprei um sanduíche e um copo de suco. Me sentei numa mesa de frente a ela e fiquei observando como quem não quer nada. Ela comeu, pagou e se aproximou de mim.

Karina: Eita porra.

LH: A filha da puta veio perguntando assim, "Virei artista e não tô sabendo é? Perdeu o quê ne mim, colega?". Aí eu disse, "Só tava me perguntando que volume de água oxigenada tu usou nesse cabelo", é porque ela é loira tá? – assenti rindo. – Aí ela disse, "Eu não sei o volume da minha, mas deve ser o mesmo que a tua", eu ri bem debochada e me levantei dando as costas pra ela. Acredita que ela teve a coragem de puxar meu braço?

Karina: Brincando com a morte a garota.

LH: Né!? Aí eu disse, "Se tu não quiser morrer é melhor tu tirar a mão". Ela veio querer falar merda e eu tirei a peça apontando na bochecha dela. Ela arregou, ficando bem pianinha e o Pinóquio chegou. Agora presta atenção no que o Pinóquio disse, "Se tu não tivesse no nome do meu mano, tu morria agora!". Isso me confirmou que ela é amante do Onça.

Alma de Pipa (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora