Capítulo 56

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Karina

Erick: , patroa. Tá bem?

Karina: Tô, mas é que às vezes reviver o passado dói.

Depois de sair da Rocinha, vim até uma lanchonete, onde estou agora. Sentada em uma mesa com os meninos e olhando o cardápio, mas sem conseguir ver nada.

Ricardo: É embaçado, patroa. Mas fala com nós qualquer coisa que você precisar aí e jaé.

Karina: Obrigada, de coração.

Ricardo: É nós, pô. Acho que vou pedir uma coxinha com suco.

Erick: Pede um misto lá pra mim – o Ricardo fez menção de levantar mas o interrompi.

Karina: Não precisa ir lá, é só chamar uma garçonete – aceno pra uma moça, que prontamente sorri e levanta a mão, nos pedindo para aguardar.

Ricardo: E eu aqui burrão, já ia passar vexame.

Karina: Fica de boa – encerro o assunto quando a garçonete chega à nossa mesa.

Xxx: Bom dia, vocês já escolheram o que vão pedir?

Karina: Eu quero três mistos, uma coxinha e um salgado de carne – falo os nossos pedidos, já sei o que os meninos gostam.

Xxx: Certo... – falou anotando. – E para beber?

Karina: Eu quero café com leite.

Ricardo: Eu quero um suco de... – deu uma olhada no cardápio – suco de cajá, de 500.

Erick: Vocês tem Nescau?

Xxx: Nescau? – perguntou confusa.

Erick: É. Leite com Nescau.

Xxx: Não, nós temos a caixinha de Nescau – falou apontando pra vitrine dos frios.

Erick: Aquilo tem gosto de papelão. Me traz um café então, com leite.

Xxx: Certo. Daqui há uns 20 minutos fica pronto. Vocês querem que eu traga as bebidas antes?

Karina: Não, pode trazer junto com o pedido. Obrigada.

Ela assentiu e se retirou.

Karina: Como a Gaby tá? – me dirijo ao Erick, perguntando por sua mulher.

Erick: Tá lá pô, fazendo os corre dela da lojinha.

Karina: Eu tenho que ir na Santa Marta visitar ela, conhecer a lojinha. Eu vejo as coisas no instagram e é tão delicadinho.

Erick: É porque você ainda não viu as novas peças que fabricaram.

Karina: Acho que não, mas se hoje ainda der tempo, eu passo lá.

Erick: Pode crer.

Com pouco tempo nosso lanche chegou e comemos enquanto falávamos sobre amenidades, o melhor era as fofocas que eu ficava sabendo com os meninos. O Erick tinha conhecido em todo morro do CV e a fofoca entre eles rolava solta.

Depois que terminamos de comer, fui resolver meus outros assuntos, com uma advogada e com meu gerente no banco. Quando resolvi tudo já se passava de meio-dia e resolvi almoçar. Escolhi um restaurante self-service e almoçamos por lá. Depois do almoço continuei sentada, pensando se volto na Rocinha ou não.

Karina: O que vocês acham? Eu volto lá?

Ricardo: Isso aí quem tem que responder é você, patroa.

Alma de Pipa (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora