Capítulo 39

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Karina

Se passaram 1 mês que o Iury foi solto, pois é. Muitos dias se passaram e junto com eles vieram as confirmações que sou corna. Podem rir galera, quando vocês forem cornas eu também vou rir.

Como eu sei disso? Vamos listar os fatos.

Primeiro, ele chegou outras vezes com cheiro de perfume feminino, depois daquele dia. Eu até poderia esculhambar dizendo que era perfume barato, mas era da natura, então fico caladinha.

Segundo, teve vezes que ele saiu daqui de casa com o cabelo seco e voltava com ele molhado. Sim, eu observei.

Terceiro, teve vezes que vi ele sair com tal cueca e voltar com outra, ou sair com uma blusa e voltar sem, dizendo que esqueceu na boca, ou que sujou a blusa de sangue. E outras desculpinhas esfarrapadas.

Quarto, a criança também já saiu daqui com cordão e voltou sem. Ele até saiu com comida daqui pra levar pra alguém. Sei de muita coisa porque o Junin, maravilhoso, observa e me passa.

Sempre que perguntava o por quê dele fazer isso ou estar acontecendo aquilo, ele mentia olhando nos meus olhos.

Então decidi largar de mão, não vou brigar por pau, acho vários por aí.

Até sexo o cara tá negando, pô. Comprei um vibrador porque o bagulho tava ficando tenso. Vi a hora de meus dedinhos caírem.

Pensei bastante no que eu vou fazer, por fim decidi fazer e pouco me fuder pro resto.

No início do meu namoro com o Onça, eu disse que ia fechar 10/10 e seria recíproca.

Então quer me trair, traia. Quer mentir, minta. Agora faça tudo isso sabendo que eu vou retribuir tudo que você me fizer.

O Onça se comunica com a amante dele por meio de um outro celular, cheguei a encontrar esse celular, mas não toquei no assunto com ele.

Planejei tudo nos mínimos detalhes, eu vou pra uma balada, arranjar um playboy e sentar horrores. Depois volto pro morro.

Hoje é esse dia, sábado, minha folga. Meu plano é sair daqui num caminhão que vai entregar não sei o quê e voltar só amanhã de manhã, na cara lisa.

O Onça não pode saber pra onde eu vou, se não ele mandaria os meninos comigo. Não quero envolver o Lukas ou o Junior, quero fazer minhas merdas sozinha.

A única coisa que os meninos concordaram foi em me tirar do morro sem que ninguém note. Agora o resto era eu por mim.

Para o plano dar certo, já dei meus pulos ontem. Em uma mochila, coloquei uma roupa pra sair, um tênis, maquiagem básica e outros poucos itens, como carteira e documentos.

Essa mochila eu coloquei num saco de lixo preto ontem e deixei na garagem. O Lukinhas pegou o saco preto e levou até a lata de lixo que fica no beco de trás da mercearia.

Agora já são 15h16. Minha hora de se arrumar. Tomo um banho e passo desodorante e um hidratante corporal. Coloco uma lingerie preta e um short jeans, junto a um blusão masculino. Coloco minha havaianas no pé e uma tornozeleira prateada. Meu piercing dourado no septo e um brinco pequeno. Penteei o cabelo fazendo um coque frouxo e desço.

Não vou levar meu celular, o Onça pode tentar me rastrear e além do mais, tem uma coisinha no meu celular pra ele. Saio de casa e olho pros vapores da segurança, cumprimento eles e chamo os meninos.

Karina: Tô afim de ir tomar um açaí. Bora lá.

Junin: Seu desejo é uma obrigação.

Alma de Pipa (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora