Capítulo 61

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Karina

Sempre me perguntei como seria ter outro relacionamento, se seria diferente do meu último, ou pior, que fosse igual. Imaginei que por o Renan ser traficante ele também seria como o Onça, mas ele me tratou tão diferente.

A experiência foi parecida com a que já tive antes, ser comprometida com apenas uma pessoa, se dedicar a ela e fazer as vontades dela. O carinho é a parte que mais gosto na relação, a sensação de seus braços ao meu redor, me protegendo, seus beijos, eu amo tudo isso. Eu me sinto tão segura, tão satisfeita, parece que não cabe em mim todo o amor que sinto.

Um dia eu acordei às cinco da manhã e fiquei com os olhos grudados nele até às sete, quando o sol já passava minimamente pela janela. Não que eu nunca tenha visto o Renan acordar antes, isso já aconteceu várias vezes, mas agora é diferente. Eu olho pra ele e sinto um certo pertencimento, como uma posse, eu sinto meu ego grande por ter alguém como ele em minha vida.

Parece meio louco pensar assim, mas é como me sinto. Os vinte dias que se passaram foram tão rápidos que mal lembro do que fizemos, só consigo lembrar das emoções que senti, os sentimentos. Nós fazíamos tudo juntos, parecendo aqueles casaizinhos que não se desgrudam.

Eu também passei a me adaptar no local em que estávamos, na nossa casa provisória, como eu gostava de chamá-la.

A casa era enorme e nos dias entediantes, eu me certifiquei de conhecer cada canto dela, tinha até um salão de festas dentro da propriedade. Além de uma piscina incrível e a vista do mar, a praia me chamava a todo instante.

Eu não podia tomar banho de mar ou piscina por estar recém operada, então nos primeiros dias só observei de longe, mas depois eu recebi a autorização da Eduarda, minha enfermeira, para dar um mergulho na piscina, pois contribuiria com a minha fisioterapia.

Ela disse que eu deveria evitar tomar banho no sol muito quente, então eu ia pra piscina cedinho. Ou seja, do nada me encontravam às sete da manhã na piscina igual louca nadando. Segundo a LH é porque piranha não pode ficar muito tempo longe de água. Não que eu discorde desse argumento.

Melhor que nadar pela manhã era nadar à noite, a água ficava morninha. Mas eu não costumo ficar por muito tempo na piscina por conta dos seguranças que ficavam na propriedade, apesar de eu não usar meu biquíni fio dental como de costume, mas eu me sentia um pouco incomodada.

Boa parte deles fingia que não havia ninguém na piscina, apesar de alguns me cumprimentarem com um aceno de cabeça. O Renan tinha viajado para o Rio hoje de madrugada, eu estava à espera dele, que chegaria por volta das dez da noite ou mais.

Ele foi resolver um problema rápido e buscar a Jade. Ela completou 13 anos anteontem, mas não pude vê-la e só dei os parabéns de longe, então ela me cobrou uma visita, mas não posso viajar nessas condições ainda. Há sete anos que eu não perco nenhum aniversário dela e não queria que ela ficasse chateada. Então perguntei à Catarina e ao Dennis se eles deixavam ela vir passar um fim de semana comigo.

Então ela vai passar o fim de semana comigo. Eu queria ter ido com o Renan, mas ele disse que era pra eu ficar aqui me recuperando. À tarde eu fui com a Dona Heloísa, a cozinheira, fazer compras para abastecer a casa, aproveitei para comprar umas guloseimas que a Jade gosta. Fomos de carro e as compras foram entregues por um caminhão, por ser muita coisa.

Há muitas pessoas trabalhando aqui, além da minha enfermeira, que antes eram duas, mas a outra já foi dispensada por não precisarmos mais dela, tem a cozinheira, um jardineiro, que também cuida da piscina e faz pequenos reparos pela casa, além dos vários seguranças.

Alma de Pipa (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora