Capítulo 46

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GATILHO PARA AGRESSÕES FÍSICAS

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Karina

Você está vivendo ou apenas existindo?

Já viram essa frase por aí? Eu já e me pergunto isso todos os dias. Cheguei à conclusão que estou apenas existindo, o que é muito ruim. Pensei que depois daquele dia da minha discussão com o Iury, eu conseguiria fazê-lo mudar de ideia.

Tentei de tudo. Não lavei as roupas dele e quando decidi lavar, manchei algumas roupas de marca. Não fiz comida, não arrumei o quarto dele. Porque agora eu durmo no quarto de hóspedes e ele dorme no que era nosso. Em compensação, não posso mais sair do morro. A não ser pra ir trabalhar e agora sou acompanhada por quatro seres.

Estou começando a achar que a decisão que eu tomei foi ruim. Mas foda-se. Agora não dá mais pra voltar atrás.

Aliás, hoje fazem 10 dias que me sinto uma prisioneira. Plena quinta-feira, já tô mortinha do trabalho. O ruim é saber que na sexta à noite quando eu chegar do trabalho não vou poder sair por aí. Na maioria das vezes, a Lohanny vem aqui pra fazermos uma noite das meninas. Que nesse caso são só eu e a Lôh, porque a Thaís anda nos evitando.

Assim que cheguei em casa, tomei um banho e decidi comer uma pizza. Me arrumei e chamei os meninos pra irem comigo, que não são mais o Lukinhas e o Junin. O Onça fez questão de colocar outros dois seguranças, então eles ficam trocando turno.

Karina: Vocês vão querer?

Galo: Valeu patroa, tamo suave.

Revirei os olhos e pedi uma metade quatro queijos e a outra metade calabresa. Pedi também um guaraná de um litro. Comi sozinha, plena, depois paguei a conta e saí.

Comecei a andar normalmente, seguindo meu trajeto de volta pra casa.

Galo: Vamo cortar caminho por aqui, patroa.

Falou entrando num beco, segui ele, sentindo o Dentinho atrás de mim. Depois de entrarmos em becos cada um pior que o outro, o Galo parou.

Galo: Desculpa, patroa.

Karina: O que você vai fazer?

Senti o Dentinho segurando meus braços e quando abri a boca pra gritar, encostaram um pano no meu nariz. De repente, me senti leve, como se eu estivesse flutuando. Em seguida minha visão escureceu.

[...]

Acordo num lugar estranho. Viro de um lado pro outro e percebo que estou deitada num colchão fino. Sento, vendo que estou num lugar sujo e, aparentemente, abandonado.

Xxx: E aí, colega. Tá confortável? – daí eu noto que tinha outras pessoas ali.

Karina: Onde eu tô?

Xxx: Isso não interessa.

Karina: Meu marido deve tá me procurando.

Xxx3: Eu acho que não, querida – ouvi uma voz bem familiar.

Xxx2: O Onça mandou lembranças.

Xxx: Teu marido sabe onde tu tá.

Karina: Quem são vocês?

Todas as 3 usavam capuz preto. E eu não conseguia conhecê-las apenas pelo corpo.

Xxx: Tu num precisa saber quem é nóis, não.

Alma de Pipa (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora