three

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   Dois dias se passaram e durante esse tempo, a única coisa que fiz foi missões que Shigaraki me mandava fazer. Algumas eram baseadas em tortura ou verificar a nossa relação entre outros vilões.

   Eu sinceramente não gostava de machucar tantas pessoas assim, mesmo algumas não sendo inocentes, era meio doloroso ve-las implorarem para que eu desativasse minha quirk.

   Hoje, milagrosamente, Tomura não me deu nenhuma ordem, apenas falou para que eu ficasse cuidando do prédio abandonado onde tinha o barzinho deles. E é claro que não me deixou sozinha.

   Do outro lado da sala estava Dabi, sentado em uma poltrona de cor vinho, que combinava com sua pele morta. Ele olhava pela janela que dava a vista do beco minúsculo e sujo ao lado. Seus olhos pareciam estar fechados de tão baixos que estavam.

   Eu estava encostada no balcão, brincando com os aneis que estavam em meus dedos, alguns que recebi de minha mãe e alguns que comprei. Não eram muito bonitos, mas eram especiais.

— Hey, Ahmya - Dabi me chamou.

— Hum? - subi o olhar. Ele estava com a mão no queixo, apoiando o seu próprio rosto.

— Me traz uma bebida.

   Não, espera. Esse folgado acabou de mandar eu ir buscar bebida para ele? Quem ele acha que é?

   Levantei o rosto todo, com a boca levemente aberta e uma sobrancelha levantada. O meu deboche preenchia o ambiente.

— O quê?

— Você é surda? Pegue uma bebida para mim - ele suspirou, saiu de sua posição e cruzou as pernas, me olhando entediado.

— Não.

— Não? - Dabi perguntou cinicamente.

— Você é surdo? Eu disse que não - me olhou um pouco surpreso, pela resposta que dei - Pegue você mesmo, não sou sua empregada.

— Imaginei que diria algo assim - ele se levantou e andou para minha direção, parando em minha frente, com as mãos enfiadas nos bolsos frontais da calça.

— Então por que perguntou? - deixei meus dois braços ficarem apoiados no balcão, fazendo meu corpo ficar um
pouco para trás.

— Apenas para ter certeza - estralou a língua em sua boca.

   Bufei, cansada das brincadeiras dele.

   Mesmo que eu e ele não estejamos tendo tanto contato durante estes últimos dias, ele continua me provocando. Às vezes eu sentia alguém me encarando e quando olhava, era Dabi com o típico sorrisinho debochado dele.

— Ahmya... O que você gosta de beber?

— Hum? - encarei ele.

— Cerveja? - ele estendeu uma garrafa.

— Por que você está me oferecendo bebida, pretende me embebedar? - recusei a cerveja.

   Dabi abriu a garrafa e deu um gole da bebida amarga, continuando a me olhar.

— Você fuma? - ele perguntou depois de beber o líquido alcoólico, observando minhas mãos, que voltaram a brincar com os aneis.

— Hum... Sim, por quê?

   Ele ficou em silêncio por um tempo, colocando uma das mãos no bolso trazeiro e tirando de lá uma cartela de cigarro.

𝒚𝒐𝒖 {dabi}Onde histórias criam vida. Descubra agora