pov dabi
O cabelo longo e brilhoso dela balançou quando o vento frio passou por seu corpo mediano, os olhos cinzentos da garota voavam aleatoriamente pelas pessoas desconhecidas em nossa volta, tentando a todo custo achar um lugar confortável para descansar as orbes. Meus dedos batucavam na coxa esquerda enquanto as vozes desgastantes preenchiam o ambiente aberto em que estávamos, eu desejava sair da realidade logo, ficando inquieto enquanto a perturbação de Kei me distraía falsamente.
O letreiro da balada piscava vez ou outra, demonstrando a falha na iluminação. Minha mente tornava em se questionar sobre meus valores e sentimentos que envolviam apenas uma pessoa: Ahmya. Me sentia fraco toda vez que inseguranças tomavam meus pensamentos e frequentemente, vim necessitando de respostas para minhas perguntas. Todavia, buscava uma forma de esquecer e superar toda esta angústia desconhecida, me afastando e até mesmo me envolvendo com outras pessoas para apenas tira-la de minha cabeça.
O ritmo era contínuo, o coração acelerava e o peito subia agressivamente quando percebia que não era bom o suficiente. Sensações novas e bloqueios emocionais dançavam por todos os meus pensamentos e cada vez mais me via afundando em um vazio negro e frio. A dormência da confusa se fazia frequente em mim.
Ao andarmos lado a lado no estreito beco, senti a sua essência habitual de lavanda, perdendo-me em sua caminhada majestosa, e quando seus olhos tempestuosos batiam em mim, o mundo parava e novamente eu me perguntava sobre suas intenções e sentimentos. Ahmya era um perigoso furacão, suas ações causavam grandes catástrofes e sua forma única de ser transformava a calmaria de minha vida em uma eterna conturbação. Ela era tudo.
Quando chegamos na parte de dentro da balada, a confusão das pessoas embriagadas e drogadas consumiu o ambiente, fazendo com que a paz que eu necessitava entrasse por meu peito e me hipnotizasse rapidamente. Vi uma saída no túnel para todas as perguntas sem respostas que tinha e até mesmo pensei que havia sido salvo das malditas inseguranças. Me deixei levar com duas garotas desconhecidas, ficando tranquilo e feliz por ter a chance de esquecer a mulher de lindos fios negros e belos olhos cinzas.
A luxúria das mulheres ao meu lado era evidente e cada vez mais que suas mãos finas e leves percorriam meus braços e abdômen, eu percebi o quão perdido fiquei por Ahmya, lembrando-me das antigas festas e diversões que vivi antes de conhece-la. Era superficial, toda aquela emoção confusa e emocionada era uma fachada para a saudades que meu corpo sentia dos prazeres das noitadas. Eu estava em busca das festanças e usei a garota de olhos turbulentos apenas para me satisfazer. Tentava me apegar a este pensamento.
Contudo, assim que meu foco partiu para seu belo cabelo jogado de lado, sua postura ereta e uma das palmas que cobria lhe a boca enquanto gargalhava suavemente, percebi o quão dependia dela, o quão odiava ver ela longe de mim e o quão irritado ficava ao vê-la sorrindo para outro, e não para mim. Eu não era seu dono e muito menos iria ser, porém desejava ser o motivo de seus risos como o barman de fios azuis era. Desejava toca-la como ele tocava, os dígitos subindo pela mão dela enquanto as orbes cinzentas da garota estavam fixas nele. Queria que eu fosse o foco da mesma.
— Hey... - uma das strippers com poucas roupas me chamou, puxando meu queixo com leveza enquanto os lábios carnudos se arrastavam por meu pescoço - Para onde está olhando?
Senti raiva. Queria continuar a observando, porém eu era continuamente atrapalhado pelas duas ao meu lado. Afastei seu toque de minha pele e a empurrei levemente para o sofá, me levantando. Meus pés me levaram até a bela jovem distraída com o barman, enquanto andava, as vozes finas das prostitutas me chamavam e os corpos desconhecidos de adolescentes dançando me faziam cambalear até que finalmente chegasse no balcão em que Ahmya estava.
Eu sentei ao seu lado, segurando por entre os dedos o cigarro de ervas que acendi há poucos segundos. Ela fingiu não perceber minha presença, observando cuidadosamente o garoto preparar uma bebida para si. Minhas orbes turquesas acompanharam as suas, tomando o foco de minha visão o barman de cabelo azul. Ele estava interessado apenas nela, sorrindo minimamente enquanto as mãos sacudiam dois copos grudados um no outro. Quandou finalmente me notou, sua voz enjoativa tomou meus ouvidos.
— Oh, desculpa, não te vi - as sobrancelhas finas dele se juntaram - Acho que te conheço.
— É, talvez, agora me traz uma garrafa de vodka - respondi mau humorado, batucando os dedos levemente no balcão de madeira.
Ahmya revirou os olhos assim que escutou minha voz, tomando um gole da bebida deixada ali para si. Seu cheiro de lavanda impregnava-se pelo ambiente, me fazendo ficar drogado por sua fragrância única e viciante. Me perguntava se a morena também gostava de meu cheiro.
Estar ali, ao seu lado, era como um choque de realidade, onde via constantemente os acontecimentos em minha volta com maior resolução e entendimento. Ahmya parecia uma droga com efeitos fora do comum, sempre me deixando cada vez mais dependente de suas ilusões. Eu a desejava, porém não a merecia.
Quando a garrafa de vodka que pedi apareceu em minha frente, uma ansiedade esquisita me preencheu no estômago. Teria que sair de perto da morena. Porém segui em frente e apenas segurei o recipiente de vidro, me afastando do local rapidamente. No meio do caminho, esbarrando por entre pessoas desconhecidas, deixei a bebida alcoólica para trás, não vendo sentido em continuar com ela em mãos sendo que não a beberia. As inseguranças voltavam, pensamentos depressivos me puxavam para a escuridão recorrende minha mente e dessa vez, me deixar levar por estes caminhos angustiosos.
Eu deveria estar atraído por ela? Eu deveria ser amado por ela? Ela me amava? Se sim, eu seria o suficiente para ela? Deveria investir? Perguntas e mais perguntas. Era cansativo, embora os questionamentos fossem necessários para alguém como eu. Nunca havia conhecido aquela sensação de dependência, nunca havia me sentido amaldiçoado daquela forma por alguém ao ponto de desejar estar em sua vida. Nunca havia pensado em como queria a ver sorrir ou em como seus lábios se encaixavam perfeitamente nos meus. Sentia falta de seu corpo e toques, porém as consequências de meu afastamento eram certas.
Eu ainda precisava entender melhor a minha mente corroída e confusa.
*
oi gates!! como estão?eu disse que ia voltar em poucos dias 🙏🏻
enfim, obrigada de verdade pelos 136K aqui em You!! vão dar o apoio de vocês em apocalypse (sukuna) e nervous (suna)!!
amo você <33 beijocas
já já eu volto ;)
[prometo]cap sem revisão!!!!
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𝒚𝒐𝒖 {dabi}
FanfictionDepois de ser recrutada para a Liga dos Vilões, Ahmya fica tentada entre descobrir mais sobre Dabi ou manter-se quieta em seu canto. Porém, ao que tudo indica, ela não era a única curiosa. Dabi observava a garota de longe e sentia desejo ao ve...