thirty seven

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Abri a porta pesada do terraço, me arrependendo por estar usando roupas finas naquela noite gélida. A nevasca havia parado de cair fazia um tempo, fora tão rápido que não teve a oportunidade de colorir o chão de branco.

Andei, procurando Dabi com os olhos. Estava escuro, a única iluminação vinha da lua e dos postes da cidade, que refletiam bem pouco ali encima. O vento batia forte, fazendo meu cabelo tampar minha visão e não me permitindo encontrar o par de olhos azuis que eu amava.

Olhei para a esquerda, encontrando o rapaz sentado no parapeito de concreto do terraço. Ele vestia uma calça moletom e uma jaqueta de couro, apenas. Um cigarro pendia em seus dedos longos e ágeis. Prendi a respiração, tentando não voltar atrás.

Fui em sua direção, estranhando o fato de ele não estar com frio. Me agarrei mais ao casaco grosso que cobria meus braços.

Dabi me encarava enquanto eu dava passos rápidos e longos. Ele traga o cigarro com calma, observando meu desespero por estar tão fria à noite. Finalmente cheguei ao seu encontro, parando em sua frente enquanto buscava me proteger do vento gélido de alguma forma.

Nos encaramos e por um momento eu esqueci o que queria lhe falar. Esqueci de problemas e esqueci da sensação de estar perdida. Me aproximei mais, ficando a poucos
metros de distância do moreno.

— Oi - travei. "Oi" ? Você é burra Ahmya?

Dabi suspirou, tragando um pouco mais do cigarro em sua mão. Me encarou depois do ato, esperando que eu dissesse mais alguma coisa. Falei a primeira coisa que me veio em mente:

— Você não está com frio? - abracei-me mais, sentindo a brisa bater contra meu corpo.

Ele se levantou, quebrando a distância entre nós dois enquanto soltava a fumaça. Chegou perto, pegando minha mão e colocando em seu peito amostra. Um choque passou por mim, fazendo-me com que arrepiasse por inteiro.

— Não. Não estou com frio - senti a pele quente queimar meus dedos gelados.

Desejei poder abraçá-lo para sentir seu calor em volta de mim. O moreno se afastou, parecia que havia levado uma parte de mim consigo. A minha necessidade de me sentir quente e viva novamente só aumentava depois se sentir seu toque.

Dabi voltou a encostar no parapeito, fechando os olhos e suspirando ao ver que eu não conseguia iniciar uma conversa decente com o mesmo. E então disse:

— O que você quer conversar, Ahmya? - meu nome saiu áspero em sua boca.

Esperei alguns segundos, escolhendo as palavras certas para poder dizer em voz alta o que eu sentia.

— Dabi... - comecei, perdendo a pressão a cada letra que eu proferia.

O moreno continuou quieto, esperando que eu continuasse.

— Por que você disse para Kei que eu não significava nada para você? - soltei de uma vez, vendo minha visão escurecer de nervosismo.

Único barulho que eu ouvia era dos carros no asfalto, e aquilo piorava a ansiedade que eu sentia.

— Não entendi.

— No dia que fomos na festa, quando estávamos fazendo turnos juntos, você disse que eu era "nada demais". Isso... - respirei fundo. Dabi me encarava, prestando atenção em minhas palavras - Isso é verdade?

Nos encaramos, meu coração batendo fortemente dentro do peito. Sua expressão era indecifrável para mim, não conseguia ter a chance de imaginar seus pensamentos naquela situação. Isso me corroía, o mesmo continuava silencioso, nem mesmo mexia um músculo de seu rosto.

Dabi suspirou, apagando o cigarro na parede. Ele andou até mim, pegando em minha mão e entrelaçando nossos dedos.

— Por que eu falaria para ela o que eu sinto por você? - a voz baixa e rouca soou entre nós.

— Por que não contaria? - sussurrei, vendo o moreno se aproximar cada vez mais de meu rosto.

— Por que eu não devo satisfações da minha vida para ela - encostou sua testa na minha. Fechei meus olhos automaticamente, sentindo minha pele esquentar com o contato.

— O que você sente por mim? - arrisquei perguntar.

A mão de Dabi subiu por meu rosto, ficando por trás de minha orelha, acariciando a mesma devagar. Seu toque me deixava aquecida, fazendo com que eu quase esquecesse a temperatura que estava fora de nossa atmosférica catastrófica.

— Ahmya - pronunciou meu nome com ternura - Eu vivo para poder ver você.

Abri meus olhos, encontrando o turquesa brilhoso dele.

— Eu amo tanto os seus olhos, sua boca, suas sardas, seu corpo, sua forma de falar e agir. Eu amo tudo em você - passou o braço por minha cintura, trazendo-me para perto.

Ficamos grudados, eu sentindo o calor de seu corpo contra o meu. Aquelas palavras circularam meu cérebro e fizeram ficar tonta.

— Como eu posso acreditar em você se todas suas ações até agora me disseram o contrário - afastei-me minimamente dele, encarando o rosto do maior.

— Me desculpa, por favor - sua voz ficou manhosa - Eu não sei lidar com você. Parece que tudo que vou fazer, irei estragar algo.

Mordi o lábio, abaixando a cabeça. Encarei nossos pés, processando as informações e os possíveis sentimentos dele. Seu aperto ficou mais forte em meu quadril, como se tentasse chamar minha atenção de alguma forma.

— Olhe para mim - pediu, colocando os dedos em meu queixo, puxando-o para cima - Eu te amo.

Suas bochechas estavam rosadas, assim como as minhas, que sentia esquentar de tanta vergonha. Agarrei sua jaqueta, enterrando meu rosto em seu pescoço. Meu coração batia forte, acelerado e descontrolado, igual como minha respiração, que era instável e pesada.

Dabi me envolveu em um abraço apertado, me cobrindo do frio intenso que estava no terraço. Os lábios do mesmo selaram um beijo singelo em minha testa. Ainda não conseguia acreditar em suas palavras, porém me sentia eufórica de qualquer forma.

— Eu também te amo.

*
prontinho meus nenéns
outra atualização para vocês

olhem no meu perfil que acabei de lançar a fanfic do suna!!

ficarei muito agradecida vocês apoiarem ela também!!
amo vocês gente, beijinhos da tia nanda <33

cap sem revisão!!!!!

𝒚𝒐𝒖 {dabi}Onde histórias criam vida. Descubra agora