twenty five ~ dabi

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pov dabi

A ventania seca que se fazia do lado de fora batia agressivamente nas árvores do quintal, as folhas se mexiam e geravam um barulho depressivo que acompanhava a melodia obcecada e apaixonada da música que tocava. Eu acompanhava a letra, cantando baixo apenas para que a mulher ao meu lado escutasse as palavras que lhe dedicava. Porém ela não escutava, dormia profundamente enquanto a dormência dos machucados cobria seu corpo mediano. Lembranças daquela noite perturbadora preenchiam minha mente vez ou outra, e as imagens dela amarrada e desmaiada em uma cadeira corroíam meus pensamentos.

Ahmya tinha ferimentos por seu rosto, meus dedos calorosos percorriam sua testa suada, vez ou outra deslizando pelos hematomas marcados. Os fios negros caíam pela derme e eu lhe fazia o favor de retirar os mesmos de seu campo de visão, mesmo sabendo que seus olhos permaneciam fechados. Sua expressão estava tensa e me perguntei se pesadelos atrapalhavam seu sono, sentia vontade de a proteger e apenas tive consciência disso quando meu coração se encheu de dor ao ver seu corpo maltratado e violentado. Eu estava inquieto, queria que ela acordasse logo apenas para que tivesse certeza de seu bem estar.

Sussurrei mais palavras de amor para Ahmya, perguntando para mesma se ela era minha e se permitia-se ser inteiramente minha. Esperava ansiosamente o momento em que a morena abrisse seu olhos e pudesse finalmente me responder. Era deprimente a ver deitada e não ter a certeza se a garota estava sentindo dor ou algo do tipo. Eu apenas orava secretamente para que tudo estivesse bem.

   Me sentia culpado por não ter lhe acompanhado até em casa, me sentia culpado por ter demorado, culpado por ter a queimado sem querer, culpado por não estar lá quando ela mais precisou. Eu queria ser o suficiente para Ahmya, porém eu apenas vacilava. Quando recebemos sua localização no chat da Liga, fiquei confuso, mas assim que percebi que ela não atendia as ligações e nem mesmo respondia mensagens, me preocupei. Toga e Akashi se manifesteram sobre e minha inquietação apenas piorou. Assim que chegamos no local, meu corpo ficou dormente ao ver o dela amarrado em uma cadeira de madeira clara.

Minhas chamas tomaram a casa, cercando os dois homens desconhecidos, tirando um rapaz de fios azuis que parecia assustado quando nos viu entrar pelo quarto escuro. Quando percebi, o azul quente de minha quirk invadia todas as extremidades do quintal extenso que havia, a raiva cobriu meus olhos e o único desejo que eu tinha era me vingar por Ahmya. Foi o que fiz, lidei com eles por ela.

Cantei os últimos trechos da música, relembrando daquela noite deprimente. Observei o rosto impassível dela, ficando chocado novamente com quão a morena conseguia ser linda, mesmo com os hematomas tomando sua pele pálida. Ficava perdido por sua perfeição, eu amava quando Ahmya ficava irritada por conta de minhas provocações, ou então quando ela deixava que eu cuidasse de si. Simplesmente amava suas manias estranhas.

   Uma tremedeira tomou as pálpebras da morena, meu coração saltou ao ver tal ato. Me questionei se ela iria acordar ou era algo normal, desejava que pudesse ver suas orbes cinzentas novamente e que sua voz doce preenchesse meus ouvidos. E então seus olhos se abriram, tomando foco da escuridão vazia que havia no quarto. Uma nova música se iniciou, tomando o ambiente enquanto uma sensação de preocupação ocupava meu peito ao mesmo tempo em que a alegria percorria meu sangue. Pequenas chamas azuis tomaram minha pele, por pura ansiedade e descontrole.

   Esperei que Ahmya reagisse, porém seus primeiros atos foram lágrimas salgadas escorrendo por sua bochecha manchada de sardas. Meu coração se fechou, queria poder protegê-la daquela dor e possível frustração que sentia. Aproximei-me de si, agachando ao seu lado, sussurrando seu nome com gentileza enquanto esperava uma resposta. Quando escutei sua voz seca, busquei por um copo de água para ela, esperando que a mesma bebesse todo o líquido para então iniciar uma conversa.

— Como está se sentindo?

— Eu... - começou, um choro ardente tomou suas palavras, não permitindo a continuação de sua fala.

   Dei um aperto singelo em sua mão fria, dando lhe um apoio silencioso.

— Me sinto fraca - disse.

Me sentei ao seu lado, gentilmente para que seu corpo não saísse prejudicado. Meus dedos quentes percorreram novamente o rosto machucado dela, afastando os mais novos fios negros que caíam por sua face.

— Está tudo bem agora - sussurrei as mesmas palavras que havia dito quando a salvei. Queria que Ahmya pudesse se sentir segura.

Seu silêncio sôfrego preencheu o quarto escuro, causando uma leve inquietação em mim, porém eu esperava o tempo da garota e a sua disposição para falar. Ela estava tão linda deitada nesse colchão de manta branca e travisseiros cinzas, o cabelo negrume caía como uma cachoeira preta por seus ombros, a pele diáfana relfetia a luz do luar que entrava pela janela extensa. Quando finalmente Ahmya disse algo, sua voz saiu como um sopro.

— Onde estamos? - a tempestade constante de seus olhos me observaram, penetrando meu oceano cintilantes nas orbes.

— Te explico depois, apenas descanse agora - meu dedo indicador passou por seu nariz gelado, uma carícia sendo feita no mesmo.

Deitei-me de forma delicada ao lado de Ahmya, não encostando de forma agressiva em seus contornos. Queria evitar que a garota sentisse qualquer tipo de dor.

— Eu vou ficar do seu lado, você pode dormir tranquila - dei um beijo em sua cabeça, transmitindo paz para ela.

*
me perdoem a demoraKKKKK

gente, a escrita nesse cap foi de ruim para boa e ruim de novo, perdão

próximo cap é hot e vou recompensar a minha preguiça para escrever esseKKKAKDJSKDK

obrigada por tudo, amo vocês gatinhes
mwah
<33

cap sem revisão!!!

𝒚𝒐𝒖 {dabi}Onde histórias criam vida. Descubra agora