fourty two

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alerta gatilho

Observava o velho comer apressadamente à minha frente, sentindo-me cansada por ter dormido apenas por duas horas naquele dia. Katsuo bebia com urgência a água gélida de uma jarra, tomando cuidando com seus pulsos amarrados por correntes de ferro. Após dois dias desacordado, o homem finalmente acordara de seu desmaio repentino, porém estava à beira da morte por falta de alimentação e hidratação. Fiquei encarregada de o entregar a comida e me perguntava frequentemente se haviam encontrado pistas sobre vazamento de nossas informações.

   Era exatas onze horas da manhã, todos no prédio estavam acordados, fazendo seus devidos deveres enquanto alguns saiam em missões ordenadas por Shigaraki. Eu sentia meu corpo chorar de tanto cansaço, implorando por um descanso adequado e confortável. Os olhos pregavam, às vezes eu quase dormia sentada, despertando rapidamente quando escutava o barulho irritante de mastigação do velho.

Levantei-me, buscando a bandeja vazia ao seu lado. Katsuo tinha os olhos fundos, olheiras enormes e manchas de sujeira pelo corpo, o cabelo bagunçado e oleoso. Seu cheiro me dava nojo, fazendo-me tampar o nariz toda vez que chegava perto do homem. Uma ânsia de vômito se instalava em mim garganta toda vez que sua essência impregnava-se em minhas narinas sensíveis.

Comecei a andar em direção à porta, ignorando a presença de Joseph. Sua respiração era pesada e frenética, me irritando ainda mais por apenas existir e viver. Porém não era permitido que o mesmo morresse logo, pois a Liga precisava encontrar outros traficantes como Katsuo que soubessem de nossos dados, já que o mais velho falou de mim para seus companheiros.

Caminhei pelos corredores do edifício, rumando para a cozinha, sentindo um cheirinho agradável de comida. Ao chegar no cômodo, encontrei Compress de frente para o fogão, misturando um ensopado tradicional japonês. Abracei o homem por trás, colando meu rosto em suas costas malhadas e largas, sentindo o mesmo levar um leve susto.

— Por céus! - me afastei do maior, olhando seu rosto - Não abrace os outros assim do nada.

   Sorri para o mágico, tendo seis olhos nos meus.  O homem pareceu se lembrar de algo e ficou meio desconfortável, me afastando levemente de si. Observei seus gestos, começando a ficar desconfiada de suas ações.

— O que aconteceu? - perguntei para acelerar logo o processo.

   Compress suspirou, apoiando as duas mãos no balcão, antes limpando seus dedos no avental neutro. O maior ficou tenso e abriu a boca para falar várias vezes, porém não conseguia achar as palavras certas.

— Não quero me meter no relacionamento estranho de vocês, mas algo está me incomodando desde hoje cedo - sua voz saiu calma e objetiva.

— Pode dizer.

— Quando você saiu para ver aquele verme que infelizmente é seu pai, minutos depois Emi foi de encontro ao quarto de Dabi - Compress voltou a mexer seu ensopado, que fervia ferozmente - Ela não parecia estar indo lá apenas para conversar ou algo do tipo.

   Gelei, lembrando-me do ocorrido mais cedo naquele dia. Eu ainda me sentia drogada por tantas perguntas, sentindo-me zonza a cada vez que os cabelos tingidos de vermelho apareciam em minhas memórias. Respirei fundo, concordando para Compress enquanto movia meus pés para o apartamento de Dabi. Os corredores pareciam infinitos a cada passo que eu dava, e a sensação ruim se aflorava de meu coração frágil e dependente. Todo tipo de paranoia passava por meus pensamentos, trazendo consigo uma ansiedade leve, porém desconfortável.

   Ao chegar ao devido andar, vi que a porta do quarto do moreno estava totalmente aberta e nenhum barulho saia de lá. Depois dos acontecimentos de madrugada, eu não conseguia confiar em qualquer tipo de comportamento de Emi e Max, sentindo-me assustada com sua dualidade nas personalidades. Dei passos lentos e cautelosos, ficando cada vez mais próxima de meu destino, até que vi a ruiva passar pela entrada, um sorriso vitorioso em seus lábios rosados e inchados. Parei de me mexer, encarando seus olhos cinzentos baterem em mim.

   Emi passou por mim, não desviando suas orbes de meu rosto meio assustado. Seu cabelo curto estava bagunçado e as roupas abarrotadas, um tímido chupão em seu maxilar fino. Senti-me fria, os dedos tremendo de ansiedade, a bile subindo por minha garganta por tanto nervosismo. Voltei a caminhar, entrando lentamente no quarto de Dabi, encontrando o maior sentado na beira de sua cama, um cigarro em sua boca. Observei o local em minha volta, encontrando o colchão bagunçado e alguns de meus pertences amontoados em um canto.

— Dabi - chamei, sentindo minha voz seca e lágrimas singelas se formarem por minha linha d'água.

   Eu não conseguia controlar minha ansiedade naquele momento, imaginando milhões de situações entre o moreno e Emi. Os olhos azuis cintilantes viraram para minha direção, encarando-me sem expressão nenhuma em seu belo rosto manchado de roxo. Sua boca soltou a fumaça e soltou palavras que me machucaram.

— Pegue suas coisas - apontou para minha bolsa e o retrato que me dera dia passado - Não quero mais você aqui.

   Arregalei os olhos, não entendendo sua mudança repentina. Eram tantas informações que meu cérebro não raciocinava direito, e tudo piorava com o cansaço de uma noite mal dormida.

— O quê? - sussurrei, passando meus dedos gélidos pelos anéis de minha mãe. Um hábito rotineiro para cessar o nervosismo.

   Dabi bufou, levantando-se da cama bagunçada e pegando meus poucos pertences, jogando-os em minha direção. Pude pegar a bolsa meio pesada, vendo minhas roupas dentro, porém o porta retrato se partiu em pedaços quando entrou em contato com o chão frio. Senti meu coração falhar, vendo a fotografia antiga sair pelo vidro  — agora fragmentado.

— Você é surda? - tragou o cigarro novamente - Eu não te quero aqui, você é completamente inútil.

   Escutei aquilo enquanto buscava por minha única lembrança dos rostos de quem perdi, sentindo uma ansiedade descomunal bater forte e a vontade de chorar se aflorar de meus olhos. Ouvir aquelas palavras foram como um tiro em meu coração, que dependia do próprio que apontava a arma em minha direção. Uma lágrima confusa escorreu por minha bochecha manchada de sardinhas e meu queixo tremeu, minha mente apenas se perguntando do que estava acontecendo e o por que.

— Vai embora logo, não quero ter que olhar o seu rosto nojento - coloquei a mão na boca, não permitindo um grito sair por minha garganta.

   Fechei os olhos com força, levantando-me do chão enquanto guardava a fotografia em meu bolso. Perguntei com a voz trêmula, tentando entender o que acontecia:

— Você disse que me amava ontem, o que está acontecendo? - abracei minha bolsa, como meu único suporte.

   Dabi encarou meu rosto com desprezo, respondendo-me com palavras tão doídas que sentia-me tonta.

— Eu cansei de você - tragou de seu baseado - Ahmya, você é tão sem graça que preciso fumar cinco becks por dia para ter aguentar.

*
errr

....
não me matem pfv

vou nem dizer nada e afins, só vou pedir o apoio de vocês na minha fic do suna ://

beijocas e eu amo vocês

cap sem revisão!!!!!

𝒚𝒐𝒖 {dabi}Onde histórias criam vida. Descubra agora