fourty seven

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alerta gatilho

— Você se lembra, certo? - os olhos cinzentos me encaravam - Se lembra daquele dia.

   Continuava a olhar o rosto de minha irmã, esperando a continuação de suas explicações. Meu coração batia forte e os dedos tremiam de ansiedade, uma sensação de insatisfação com suas poucas palavras me instigava a querer saber mais sobre o que dizia.

— Afinal, você estava lá - batucou a mão na pia de mármore - Você viu eu ser estuprada.

   " Sinto como se fosse ontem o sentimento de abandono que senti ao ver você simplesmente deixar-me presa naquela mesa, todas minhas esperanças se desintegraram após ve-la sair desesperada da cozinha. Depois de tantos sacrifícios dolorosos que fiz, sua traição foi a pior de todas as dores que presenciei viva. Todas às vezes que vi Katsuo rastejar sedento e necessitado de relações sexuais, ofereci meu corpo de bandeja para que ele não encostasse um dedo sequer em você, sempre te protegendo dele. Mesmo assim, quando mais precisei, você fugiu e me deixou como um brinquedinho para Joseph e aqueles homens. Não se importando com sua irmã mais velha."

Megan me observava, absorvendo cada reação e gestos que fazia, verificando sempre se eu escutava o que dizia. Conseguia distinguir uma dor transmitida por seus olhos tempestuosos, cada vez mais os raios sofridos caíam na imensidão de seu cinza azulado, uma chuva depressiva molhava toda suas orbes e era refletidas por mim, que tinha os mesmos olhos caóticos e sôfregos.

— Três dias - sussurrou - Três dias presa com eles.

   "Fizeram tudo o que podiam. Abusaram de mim, bateram em mim e zombaram de mim. Me deixaram passar fome e sobreviver apenas da água que os próprios me faziam beber. Cada grito meu era uma chicotada nas pernas, eu não tinha liberdade e nem vontade de viver, já me considerava morta. Até que fui jogada em qualquer canto das ruas de Tóquio, nua e fraca, não conseguindo sentir meu próprio corpo. Katsuo deixou-me viva para poder sentir o ódio dele queimar em minhas cicatrizes, eu queria tudo, menos lembrar-me desse homem sujo. Eu implorava aos céus para que aquele sofrimento acabasse, para que fosse tirada a minha vida e eu esperava silenciosamente por aquele momento, encostada em sacos de lixos, tremendo de frio, dor e medo."

Max não me segurava mais, agora ele estava encostado na beirada da banheira, escutando tudo o que Megan dizia, a cada palavra, o tatuado parecia vibrar e se encantar com a história de minha irmã. Sentei adequadamente, a água morna molhando o resto de minhas roupas. Meu cabelo ainda pingava e escorria por meu rosto, tinha que tirar os fios escuros da visão para ver o rosto belo de Emi.

— Foi então que conheci Max - ela tinha um olhar frio que eu secretamente temia - Após quatro horas largada na rua, ele me achou e me tirou daquele amontoado de lixos.

   " Cuidou de mim em sua casa, me deu abrigo e me recomendou um emprego. Estamos vivendo juntos a cinco anos e nesse tempo eu apenas pensava uma forma de acabar com você. Eu quero destruir todo tipo de felicidade que você tem, quero fazer você sofrer tudo o que sofri."

   A ruiva se aproximou de mim, pegando em meu pescoço e me tirando de dentro da banheira. Fui jogada no chão com força, tendo o corpo da garota encima do meu, seu peso não me deixando sair daquela posição.

— E então, uma matéria apareceu no jornal, dizendo que vilões foram vistos na casa de um grande mafioso, acompanhados de uma nova companheira - me enforcou levemente - Adivinha quem era?

   Seus olhos cinzentos estavam arregalados de ódio, toda sua atenção era voltada para mim.

— Era você.

   Revidei um soco no rosto dela, trocando as posições e ficando por cima de Megan. Max se remexeu na banheira, ficando em alerta com o que eu iria fazer com minha irmã. Eu estava irritada e confusa. Onde eu errei? Eu merecia todo esse ódio?

— Você por acaso já pensou em como me senti naquele dia?! - gritei, cuspindo palavras em sua face assustada - Eu vi Katsuo quebrar seu pescoço. Eu tinha apenas 16 anos, a minha vida inteira eu não vivi uma situação normal, apenas tragédia.

   Eu forçava os ombros de Emi a ficarem grudados ao chão. Algumas lágrimas rolavam rapidamente por minhas bochechas manchadas com as sardas, caindo nas da mais velha que não se mexia, apenas encarava-me. Ela pareceu ficar indignada novamente, jogando-me com força no piso do banheiro. Megan ficou de pé e quebrou minha perna, arrancando um grito dolorido de meus lábios úmidos. Um silêncio torturante instalou-se no cômodo, Max apenas observava eu agoniar de dor ao chão, os olhos escuros encarando meu osso quebrado. Ativei a individualidade, amenizando a dor enquanto sentia partículas do meu suor se misturar com a água da banheira.

— Estupida - puxou meus cabelos, aproximando nossos rostos - Como ele me matou sendo que estou viva?

— M-Megan - o tatuado chamou, parecendo hesitante com a situação - Ela pode ter tido um estresse pós traumático.

— O quê? - encarou o rapaz de forma raivosa, soltando minha cabeça de forma bruta.

   Max ajeitou-se, levantando da banheira enquanto pensava no que dizer para a ruiva.

— Ela pode ter tido um estresse pós traumático muito grande, fazendo com que o cérebro dela entendesse uma situação de outra forma - explicou de forma profissional.

   Emi me encarou, nossos olhos se encontrando e passando uma conexão forte pelas orbes cinzentas.

— O que você quer dizer com isso?

*
OI HENTE NAO ME MAYEM SFKKDKFKD

aqui mais um cap pessoas lindas que eu AMO

apoiem minha outra fic pfv?
obrigada desde já

beijocas galera

cap sem revisão!!!

𝒚𝒐𝒖 {dabi}Onde histórias criam vida. Descubra agora