fourty

4.5K 468 476
                                    


Um filme qualquer passava na televisão do quarto de Compress, que fazia cafuné em meu longo cabelo escuro. Himiko e Akashi estavam deitados ao nosso lado, comentando sobre os personagens da história. Eu sentia meus olhos pesarem pouco a pouco e um sono descomunal invadir meu corpo. Abracei mais o homem ao meu lado, deitando meu rosto em seu peito quente e sentindo seus dedos longos brincarem com meus fios pretos no alto da cabeça.

Escutei a TV ser desligada e logo após isso, senti mais alguém me abraçar. Era uma pessoa pequena, então deduzi ser Toga se aconchegando em mim e Compress. Ficamos espremidos, ouvindo apenas os carros passarem nas ruas daquele bairro, se não fosse por Akashi ronronando levemente atrás de nós. Dei um sorrisinho, sentindo-me segura perto daquelas três pessoas.

— Ahmya? - Compress me chamou, fazendo carícias em ombro.

— Hm - olhei para o maior, levando um beijo na testa pelo mesmo.

— Feliz aniversário - me abraçou mais forte, colando seu queixo no alto de meu couro cabeludo.

— Feliz aniversário, Ahmya - Himiko e Fuyuki disseram, dando-me um abraço quentinho.

— Obrigada - senti lágrimas se formarem em meus olhos.

Fazia um tempo significante em que eu não comemorava meu próprio dia de nascimento, pois naquela data eu costumava passar a tarde com mamãe e minha irmã. As memórias doloridas daqueles tempos felizes cobriam minha mente em todos os dias dezoito de dezembro, não me deixando viver uma vida normalmente por conta de tanto trauma vivido por mim.

Ter um conforto vindo daquelas pessoas com quem eu vivia fazia meses, me deixava por inteira eufórica e tranquila, sentindo depois de anos a sensação de comemorar seu aniversário. Aos poucos eu via meu coração se iluminar de uma nova esperança e eu torcia a cada dia para que nada de ruim acontecesse para estragar estes tempos bons. Era irônico pensar que eu via bondade em vilões temidos por todo o país. É gratificante ter os mesmos como parceiros.

— Eu amo vocês - declarei, caindo no sono depois de alguns minutos de chamego com meus amigos.

*

Acordei, vendo o final da tarde pela janela do quarto. O crepúsculo dos céus de Tóquio aparecia, dando início ao ritual da noite e esperando a chegada da lua que iria iluminar a escuridão daquela parte do planeta. Meus olhos pregavam enquanto tentavam se acostumar com a claridade baixa. Me senti sozinha na cama e procurei pelo colchão onde estavam meus amigos, caindo na real que eu realmente estava só.

Levantei-me, procurando por meu celular. Algumas mensagens aleatórias chegavam, mas a que me chamou mais atenção foi a do número desconhecido, que mandava-me duas fotos. A primeira era um porta retrato simples, com as bordas brancas e com o espaço do centro vazio. A segunda era Dabi, com um cigarro na boca e os olhos baixos, o cabelo tampando sua testa. Um ponto de interrogação instalou-se em minha mente, marcando com evidência a minha lerdeza para certos assuntos.

Raciocinei, lembrando-me que até hoje eu não havia salvado o número de Dabi em meu telefone, sentindo-me envergonhada por tal ato. Obriguei-me a nomear o contato do maior, colocando apenas o nome normal do moreno. Outro mensagem chegou, também do mesmo.

Dabi
vem pro meu quarto

estou te esperando :)

Ignorei as mensagens dele, começando a calçar minha bota e rumar em direção ao último andar do prédio, onde se localizava o apartamento que Dabi escolheu. Ainda sentia meu corpo grogue de sono, porém a ansiedade começou a dominar meu estômago quando cheguei na porta do quarto do moreno. Bati com os dedos na madeira escura, que fora aberta um minuto depois.

O homem vestia uma calça moletom e uma camiseta branca, o cigarro em mãos apagado. Dabi segurou minha cintura rapidamente, puxando meu corpo para do seu em um abraço apertado. O calor dele me consumiu, deixando minhas extremidades quentes com seu contato. Enterrei meu rosto na curvatura de seu pescoço, sentindo seu cheirinho de canela e mel intensificar minha animação perto dele.

Fechou a porta, andando comigo em seus braços até a cama de casal enorme que o mesmo tinha, caiu com meu corpo em seu colo, beijando minha testa antes de dizer:

— Como foi seu dia? - fez carinho em meu cabelo.

— Tranquilo, dormi a tarde toda - comentei, rodeando as pernas em sua cintura.

Dabi sorriu e senti meu mundo ser colorido quando vi sua expressão suave e serena. Me joguei em seu peito quente, abraçando-o mais ainda.

— Eu te trouxe um presente - falou no pé de meu ouvido.

O maior se levantou, tirando-me de seu colo e andando até a arquibancada, buscando o mesmo porta retrato que enviou na foto. Dessa vez, uma fotografia antiga e meio desgastada estava por trás do vidro limpo que protegia o retrato. Yuri, Megan e eu estávamos ali, sorrindo para a câmera que captou o momento naquele dia. Era a mesma foto que Dabi salvou meses atrás, na casa acabada que o próprio queimou para poder me salvar.

Achei seu gesto lindo e cuidadoso. Sorri para a moldura clara que havia ganhado de presente e logo me levantei, chegando perto do maior e lhe dando um abraço apertado. Meus lábios beijaram a bochecha de Dabi, que com pouco esforço me levantou para alcançar a pele viva e limpa do mesmo. Suas mãos estavam em minha cintura, segurando meu corpo enquanto eu envolvia seu pescoço com meus braços e os quadris com minhas pernas.

Beijei os lábios de Dabi, sentindo sua língua quente em contato com a minha. Eu ainda não estava completamente recuperada da noite passada, então não prolonguei demais nossos toques. Observei os olhos azuis que eu tanto amava, passando as pontas dos dedos por sua testa e descendo até a ponta de seu queixo, decorando os mínimos detalhes que o moreno tinha. Sua derme quente esquentava-me com poucos encontros de nossos corpos e em tão pouco tempo, sentia gotículas de suor escorrer pelo alto de meu rosto. Eu não me importava de qualquer forma e o que eu apenas queria naquele momento, era eternizar meu amor por Dabi.

— Eu te amo tanto - encontrei seu azul turquesa, sentindo meu cinza turbulento se acalmar com o misto de tons em suas orbes escuras - Obrigada por tudo.

Agarrei o maior, sendo envolvida por seus braços torneados, que seguravam-me com maestria e gentileza. Deitamos cuidadosamente no colchão macio, Dabi respeitando meu momento sensível e apenas aconchegando-me em seu peito caloroso. Sua voz rouca e grave sussurrando palavras carinhosas em meu ouvido.

— Eu te amo bem mais - beijou o canto de meus lábios úmidos.

*
ai gente que fofis sério

galera só para avisar que ainda tem coisa para acontecer na fic ok? nada são floresKKKKK

tem alguns furos no roteiro que a querida Ahmya vai ter que resolver e afins

beijocas amores, tia nanda ama vocês demais
até a próxima

cap sem revisão!!!!!!

𝒚𝒐𝒖 {dabi}Onde histórias criam vida. Descubra agora