🌻Capítulo 14🌻

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Respiro fundo tentando tomar coragem para seguir o soldado. Eu estou com as minhas malas fechadas com todas as minhas roupas em cima da cama, estou pronta para ir na teoria. Eu queria ficar aqui, com a vida que eu construí mas eu não tenho opções além de ir com ele, se eu fugir agora ele poderia fazer algo de ruim com a Martha e eu não quero isso, de verdade. Ela sofreu muito já e é uma pessoa maravilhosa, eu não quero causar nenhum mal a uma pessoa que me ajudou e me apoiou mesmo sem saber quase nada sobre a minha vida.

Saio da casa que tanto me fez feliz e sigo com o soldado de volta para a lanchonete. Quando chegamos eu encontro a Martha com um olhar assustado olhando para o Salvatore, que por sua vez tem uma expressão neutra no rosto enquanto olha pra ao nada. Eles sentem a minha presença e todos olham para mim, a essa altura todos que estavam na lanchonete agora estavam prestando atenção no que acontecia entre nós. Salvatore olhou para mim e sorriu.

- Peguem as malas e levem para o carro. - ordena e os soldados cumprem rapidamente. - Finalmente você está comigo novamente. - fala com uma expressão de alívio e segura o meu rosto com as duas mãos. - Você nunca mais vai sair do meu lado. Vamos nos casar em três dias, deixei tudo pronto para ser a qualquer momento então vai ser rápido. - ele acaricia a minha bochecha e beija levemente os meus lábios. - Dessa vez eu vou ter certeza que esteja grávida, assim você nunca mais vai sair da minha vida. - garante e eu sinto um nó se formar na minha garganta. Lágrimas nublam a minha visão e ele nem sequer se importa.

- Menina, você realmente vai com ele? Eu sei que não quer isso. - Martha pergunta preocupada e segura levemente o meu braço. Vejo os soldados colocarem as mãos em cima das armas em alerta e eu tiro sua mão com delicadeza.

- Está tudo bem Martha. - asseguro e vejo que os soldados reagem tirando as mãos das armas. - Você não pode fazer nada, nem chamar a polícia. Esse homem é muito poderoso e eu não quero que nada de ruim aconteça com você. Por favor. Eu vou ficar bem. - garanto mas não vejo ela ter muita certeza. Eu sei que o Salvatore não vai me fazer mal a mim, ele é obcecado e isso, agora, está mais que claro. Não se brinca com uma pessoa obsessiva, ainda mais quando é chefe da maior máfia italiana. Eu sei que qualquer um que se meter no caminho dele vai sofrer as consequências, e elas com certeza serão fatais.

- Eu sei que você não quer ir. - ela insiste e eu percebo que o Salvatore está começando a ficar nervoso.

- Está tudo bem Martha. Eu tenho que ir agora. - falo e eu sei que não estou passando muita confiança, mas não quero que nada aconteça com ela, se eu não for agora tenho medo que ele faça algo de ruim com ela.

- Vamos logo meu amor. - ele fala e me puxa pelo braço.

- Tchau Martha. - sorrio amarelo e me viro para acompanhar Salvatore. De volta para a minha gaiola.

- Tchau menina. - ela responde mas eu não me viro para olhar, sei que ela está segurando o choro e eu não iria aguentar ver ela assim.

O caminho até o aeroporto foi muito longo para mim, eu queria abrir a porta e fugir, sei que não adiantaria mas a vontade era grande. Eu queria voltar para a vida que eu tinha construído naquela casinha, queria voltar e ver a minha amiga e continuar com ela, eu gosto mais da vida simples que eu construí na Austrália do que a vida xique que me foi imposta na Itália. Eu não gosto de coisas luxuosas, eu sempre fui uma pessoa simples e de repente estava cercada de luxos. Penso nas pessoas que estão na mesma situação em que eu estava e isso me da muita tristeza, tem pessoas que ainda sofrem coisa pior e não tem o dinheiro para conseguir melhorar de vida, enquanto algumas pessoas ostentam comprando coisas caras e carros que valem milhões de euros.

Quando chegamos no aeroporto eu estranho que não estamos na entrada dele, mas sim numa pista.

- Vamos amor. - me assusto ao perceber que o Salvatore ha está fora do carro e ainda abriu a porta para mim. Me forço a colocar a minha mão sobre a sua e saio do carro.

É impossível não reparar no enorme avião parado na nossa frente, pelo tamanho acho que é um jatinho, o avião que eu peguei era muito maior e as escadas também, esse não era e não tinha nenhuma identificação de empresa aérea na lateral, apenas uma grande aeronave branca. Depois que o piloto e a aeromoça nos cumprimentam nós subimos as escadas e entramos no jatinho. O ambiente é comporto por paredes brancas e cinzas. As poltronas são num tom cinza mais escuro e o sofá é num tom de cinza mais claro. A minha frente tem a será de serviço da aeromoça e a esquerda tem a cabine do piloto. Ao fundo, passando o sofá e as poltronas tem duas portas, acho que são de um quarto e um banheiro. Nunca estive em uma avião como esse e é simplesmente impressionante.

- Sente-se meu amor, já vamos decolar. - ele fala e me indica as poltronas que ficam de frente para uma mesa com algum tipo de pedra preta. Me sentei na poltrona mais próxima da janela e ele tomou o lugar ao meu lado.

- Desejam alguma coisa antes do jatinho decolar? - a aeromoça pergunta dirigindo um sorriso entusiasmado de mais na direção do Salvatore. Faço uma careta quando sinto uma sensação ruim tomar conta do meu peito.

Porque eu me importaria se uma mulher está flertando com ele? Tudo bem que vamos nos casar mas esse não é o ponto. Porque eu senti ciúmes?

- Eu vou querer uma dose de whisky e a minha noiva vai querer um suco de abacaxi bem gelado. - ele pede por nós dois e frisa as palavras "minha noiva". Vejo o sorriso da aeromoça murchar e ela apenas concorda antes de ir para a sua área de serviço. Prendemos nossos cintos e passamos o voo inteiro sem soltar uma palavra. Salvatore não tirou os olhos do Notebook e eu apenas olhei pela janela pensando em como a minha vida chegou nesse ponto.

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Bjuuuuus 😘

Nas mãos de um mafiosoOnde histórias criam vida. Descubra agora