Eu estava na cozinha tomando um chá quando as duas chegaram carregando sacolas e correndo para dentro de casa. Me levanto para ajudar as duas a trazer as sacolas mas elas me param na mesma hora.
- Onde a senhorita pensa que vai? Pode voltar a se sentar aí que nos duas carregamos as coisas. - Anna manda antes de desaparecer na cozinha.
- Você sabe que não pode carregar peso Mel, fica aí e nós duas trazemos as coisas. - Ella fala em seguida e some pelo mesmo caminho em que a Anna foi.
- Eu estou grávida e não inválida, posso carregar sacolas contanto que não sejam muito pesadas. Agora chega de drama e vamos colocar logo essas compras na dispensa. - reclamo de volta e começo a ajudar as duas a levar as coisas. Elas, a contragosto aceitam a minha ajuda e depois de alguns minutos as compras estão devidamente postas nos seus lugares.
Eu, Anna e Ella vamos para a biblioteca onde sabemos que poderemos ficar a sós e trancos a porta. Se fossemos para o meu quarto o Salvatore poderia chegar a qualquer momento, ele foi para a empresa mas não gosta de ficar muito tempo longe de mim, então sempre que ele pode ele da uma escapadinha para me ver. Depois de um tempo me acostumei e passei a gostar da sua presença.
- Agora fala, porque você acha que está grávida? - Anna pergunta assim que eu me sento em frente a elas.
- Eu ando passando mal de manhã e a minha menstruação está atrasada. Isso nunca aconteceu e eu sei que não é uma virose, virose não atrasa menstruação e as duas coisas juntas só podem significar uma coisa.
- Isso que é conhecer o próprio corpo. - Ella fala soltando uma risadinha.
- Vamos aproveitar que o Salvatore está na empresa e vamos até o shopping comprar testes de gravidez. Certeza que os seguranças vão nos seguir então eu vou fingir comprar coisas pra mim e vou pedir discretamente os testes. - Anna propõe e eu concordo, eu não posso chegar perto de uma farmácia, o Salvatore iria ficar preocupado e me bombardear de perguntas, mesmo que eu estivesse apenas com uma dor de cabeça.
- Ok, enquanto isso eu e a Ella vamos até algum lugar pra ver, não sei, roupas ou outras coisas, qualquer coisa que não seja perto da farmácia. Dando positivo eu falo pra ele mas não quero causar falsas esperanças. - respiro fundo e solto uma risadinha nervosa antes de continuar. - E eu vou confessar que estou morrendo de medo. Essa possibilidade me assustou de mais. Deus! Eu ainda estou morrendo de medo mas eu vou seguir até o fim, é o sonho do Salvatore e eu vou realizar para ele. Ele me ajudou, me tirou das ruas mesmo na época eu achando que ele estava tirando a minha felicidade e a minha liberdade. Eu não tinha nem um nem outro, eu era sozinha, triste e estava presa, mesmo que não literalmente. Eu não tinha liberdade nem para dormir porque muitos perigos me aguardavam ao fechar os olhos. Agora Eu posso dormir tranquila sabendo que além de um teto eu sou protegida por ele, vou poder estudar, ter a minha família, tudo graças a ele.
Anna sorri para mim e segura a minha mão. Eu não tinha percebido que estava chorando até sentir as lágrimas rolarem pelo meu rosto.
- Eu fico feliz que o meu irmão tenha encontrado uma mulher como você. - sorrio com o que ela diz, mas o que ela fala em seguida me deserma. - O amor de vocês é tão lindo, eu espero que eu consiga isso um dia. - olho para ela chocada, sem saber o que dizer.
Eu amo o Salvatore? Essa possibilidade já tinha passado pela minha cabeça mas eu achava que era apenas agradecimento por ele ter me salvado das ruas. Será que não era só isso mesmo? Será que eu realmente estou apaixonada por ele?
- Bom, chega disso, vamos logo as "compras". Quanto antes resolvermos isso melhor. - Ella fala se levantando da poltrona e arrumando uma ruga invisível na calça legging.
- Verdade, se demorarmos muito eu vou ter que ir pra casa. Ainda tenho um trabalho para terminar, tenho que entregar amanhã então não vamos poder demorar muito. - Anna fala enquanto de levanta apressadamente. Sigo as duas e logo estamos tomando nosso caminho rumo a garagem, como previsto, três seguranças nos seguem nos olhando seriamente.
- Onde a senhora quer ir? - um dos brutamontes pergunta pegando a chave antes de nós.
- Vamos ao shopping. - respondo olhando para ele com a mesma expressão. Ele olha para o lado em seguida para baixo, solta uma confirmação e caminha afe a porta do motorista. O segundo brutamontes segue até a porta do passageiro e abre para que nos entremos. Após todas termos nos acomodado no banco do passageiro o brutamontes toma o lugar do carona e o carro entra em movimento em direção ao shopping. Eu torço as mãos no colo nervosa, o caminho até lá está durando uma eternidade. Olho para as ruas que passam lentamente do lado de fora e eu quase grito com raiva para o motorista enfiar a porcaria do pé no acelerador, parece um senhor de noventa anos dirigindo.
- Será que ele conhece aquele pedal ali? Conhecido como acelerador? - pergunto baixinho para as duas que soltam uma risada.
- Eu sei que você está ansiosa mas fique calma, não vamos poder correr para a farmácia de qualquer forma quando chegarmos, vamos ter que disfarçar. - Anna sussurra de volta e eu suspiro tentando conter a minha ansiedade. Respiro fundo e tento me integrar na conversa das duas para não voar no motorista e mandar ele acelerar a porcaria do carro pra gente chegar o mais rápido possível.
- Vamos fazer o que quando chegarmos? Temos que nos planejar pra saber a hora certa. - pergunto baixinho e olho de relance para os dois seguranças nos bancos da frente.
- Ok, vamos dar uma olhadinha nas roupas, acessórios, coisas pra casa. Essas coisas. - Anna começa.
- Bom, eu vou basicamente acompanhar vocês, se eu for procurar por algo vou procurar pro Salvatore. Ele já me deu de tudo, não consigo pensar em nada para comprar. - sussurro em resposta e ela suspira.
- A gente da um jeito, pensa em qualquer coisa. - Anna fala e se volta para a Ella. - Vá ver alguma roupa, finge que está procurando por um pijama ou qualquer outra coisa, depois de uns quarenta minutos a gente passa na frente da farmácia e eu finjo me lembrar que preciso de algum remédio. Quando eu me aproximar da atendente vou pedir um remédio qualquer, sei lá, um tilenol e vou pedir para elas passarem discretamente uns cinco testes de gravidez. Vamos tirar isso a limpo hoje e eu quero que você me diga o resultado depois. - ela fala e solta para baixo. - Eu queria estar com você para descobrir se você está mesmo grávida mas vou ter que sair depois. - sorrio para tranquiliza-la e abraço as duas.
- Vocês estarem agora comigo já ajuda muito. Obrigada por tudo. - elas sorriem pra mim e me abraçam de volta. Quando volto a olhar pra frente vejo os seguranças nos olhando com curiosidade e tudo o que eu posso fazer é rir.
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Nas mãos de um mafioso
RomanceSabe aquele momento em que você está no fundo do poço e acha que a sua situação não pode piorar? Pois bem, me deixe dizer que na verdade você pode cavar para ir ainda mais fundo. Eu já estava morrendo de fome, largada na rua sem ninguém para me ajud...